segunda-feira, 10 de agosto de 2009

NO MEIO DA NOITE


Você já acordou no meio da noite com um poema na cabeça? Não? Pois comigo às vezes isso acontece. E se não o escrevo na hora, acabo esquecendo-o e depois nunca mais me lembrarei dele. Por isso vai uma dica: é bom sempre manter ao lado da cama algumas folhas e uma caneta para anotá-lo. Foi o que aconteceu comigo esta semana. O problema é que eu tive que escrevê-lo no escuro para não acordar minha esposa, que dormia ao lado. Mesmo assim ela acabou acordando e no outro dia ficou tirando sarro e falando para todo mundo que eu escrevia até no escuro. Pode? Mas nós escritores temos cada manina, não é verdade? Ou será que são eles que não nos entendem?
Ah, quer saber qual foi o poema que escrevi naquela noite? Ei-lo:

Quando eu olho
Pr’esses olhos
Esbugalhados,
Sinto um arrolho
E fico afetado.

Quero beijar-te,
Quero despir-te,
E acariciar-te,
E possuir-te.

Quero envolver
Meus braços
No teu abraço;
E então me perder
No teu regaço;

E te enlouquecer
De puro tesão.
Ah, se o querer
Fosse tua decisão!

Eu daria voltas
Ao redor da terra
E pararia guerras
Para em altas
Noites te amar.

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