terça-feira, 5 de outubro de 2010

ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 14

Uma sensação desconhecida apossou-se de mim. Senti uma espécie de vertigem, como se algo invisível trespassasse-me pelo corpo, como que tocado por uma mão invisível. Já sentira algo parecido quando beijei Marcela no dia anterior e quando lhe toquei nos seios pouco antes, mas nada parecido com aquilo.
Um tanto confuso, ergui os olhos e procurei no rosto dela algo parecido com o que eu estava experimentando. Luciana porém me olhava com impassividade, como se meu toque não lhe causasse nenhuma afetação.
-- O que foi? – perguntou-me ela
-- Nada – respondi.
-- Tem certeza? Você está com cara de quem quer pedir alguma coisa – insistiu ela, como se adivinhasse meus pensamentos. Eu queria fazer aquilo que vi algumas vezes nos filmes e em algumas revistas pornográficas. Eu queria saber qual a sensação de chupar aqueles peitos e descobrir porque os homens gostam tanto de fazer tal coisa. Mas eu tinha vergonha de lhe confessar isso por causa da timidez.
-- Tenho sim.
-- Então me deixa ver ele – disse ela com naturalidade, apontando para meu púbis. Aliás, desinibida, Luciana não fazia rodeios, ia direta ao ponto.
Fiquei vermelho e sem reação, como se me pedisse para fazer algo vergonhoso demais. Senti algo me parar na garganta, impedindo-me de dizer alguma coisa. Retirei as mãos dos seios dela e por alguns instantes fiquei parado, como diante de um precipício, na incerteza entre pular ou suportar uma vergonha insuportável pelo resto da vida.
-- Vai, mostra ele pra mim! Tá com vergonha?
-- Tô – confessei.
-- Mas o que tem? Só tem a gente aqui. Só quero ver como ele é. Eu não deixei você pegar nos meus peitos?
-- Deixou – respondi meneando a cabeça.
-- Então? Direitos iguais. Agora é a minha vez de pegar nele.
Eu não entendia a causa daquela vergonha toda. Não me senti assim no dia anterior, quando estava às sós com Marcela. Era como se a idade e a desenvoltura de Luciana me fizesse diminuído e ao mesmo tempo com medo de provocar-lhe risos, e de ser motivo de chacotas por parte dela, pois certamente ela não perderia a oportunidade de fazê-la. Além do mais havia aquela sensação de que estávamos fazendo algo errado, algo que nossos pais não aprovariam de forma alguma O que pensaria se nos vissem fazer aquilo? Seríamos repreendidos e nos diriam que essa não foi a educação que nos deram.
Fiz o que ela pediu. E como estava excitado, aquilo provocou-lhe certo espanto. Talvez porque não esperava que meu falo pudesse ter aquele tamanho.
-- Nossa! Como é duro! – exclamou ela, ao apertá-lo entre os dedos. Embora naquela época essas palavras tenham me passado quase despercebido, elas demonstravam que para ela aquilo tudo também é novidade.
Não respondi. Apenas aguardei que ela matasse sua curiosidade. E sua curiosidade parecia não acabar nunca. Ela mexeu aqui e acolá, tocou-o como se examinasse um objeto raríssimo, como se não fosse ter outra oportunidade igual aquela.
E aqueles toques me afetavam. Tinha vontade de dizer-lhe que queria examiná-la da mesma forma e fazer outras coisas com ela. Mas a vergonha me impedia de confessar-lhe tal coisa. Nunca, nunca que lhe diria o que se passava na minha cabeça. Não, por nada desse mundo. Ainda não estava preparado para suprir as exigências de meu corpo. Diante daquela menina mais velha e experiente, eu me sentia um menino, um menino incapaz de lhe mostrar que podia fazer o que os homens adultos faziam e lhe proporcionar sensações inimagináveis.
Assim, usando a desculpa de que tínhamos obrigações a fazer, disse-lhe:
-- Agora chega. Vamos apanhar a lenha antes que anoiteça.
-- Ta bom então. Vamos – assentiu ela.
Luciana havia me mostrado alguns galhos secos pouco antes. Nós os catamos e os deixamos no meio da trilha; então fomos procurar mais, o mais rápido possível, pois o sol começava a se esconder.
Tanto eu quanto Luciana não dissemos uma única palavra acerca de nossas intimidades. Pelo contrário, eu fazia o possível para não lhe dar motivos para tocar no assunto. Agora que o ímpeto passara, tudo me parecia ainda mais vergonhoso. Eu até tentava evitar que mesmo por acaso meus olhos fossem parar nos seus seios livres. Era o mínimo que eu poderia fazer, já que não podia deixar de pensar neles o tempo todo.
Por sorte, não tivemos dificuldades em juntar grande quantidade de galhos e gravetos. Encontramos inclusive um tronco meio apodrecido, mas ainda capaz de queimar por longas horas.
-- Acho que isso é o suficiente – falei.
-- É mesmo. Só esse pedaço grande dá para queimar a noite toda – asseverou ela, ajudando-me a erguê-lo e colocá-lo nas costas.
Luciana apanhou os galhos que tínhamos recolhido e seguiu na minha frente, de volta à cabana.
Durante alguns momentos não trocamos palavras. Era como se cada um tivesse algo para dizer, mas temia em tocar no assunto. Eu fazia o possível para não ficar pensando naqueles seios que tocara pouco antes e nem nas mãos dela no meu corpo. Tentava fixar o pensamento nas outras duas, no que estariam elas fazendo, mas era inútil. Era como se meus pensamentos fluíssem por si sós, sem que eu tivesse o poder de intervir, sem que eu pudesse fazer alguma coisa para acabar com aquela excitação.
Antes de chegarmos à faixa de areia, Luciana parou um pouco para descansar e virou de frente para mim. Ao me percorrer os olhos atentos e cheios de curiosidades, comentou:
-- Mas ele ainda está desse jeito? Cuidado hein! Se tu chegar assim lá, elas vão ver e pensar besteiras.
Fiquei mais uma vez enrubescido, como se fosse surpreendido num ato obsceno. No entanto falei:
-- Paciência. Ele não quer ficar pequeno.
-- Mas não tem nada que você possa fazer?
-- Não. Daqui a pouco ele fica. E é melhor você não contar nada do que a gente fez – recomendei em seguida.
-- Pode deixar. Não ia falar nada mesmo! Senão sua priminha é capaz de caçar ainda mais assunto. – Luciana apanhou os galhos e voltou a carregá-los.
-- Vê se não fica arrumando confusão com ela. Ela ainda é uma criança – pedi, seguindo-me atrás dela. – Vou ter uma conversa com ela. Não podemos ter desavenças entre a gente. Temos que nos mantermos unidos. Precisamos uns dos outros. Afinal de contas só temos nós para cuidar de nós mesmos.
-- Sei disso – interrompeu ela. – Só que ela não sabe.
-- Não se preocupe. Vou explicar tudo isso pra ela. Mas tenha um pouco mais de paciência com ela, tá bom? -- pedi quando aproximávamos da cabana. Já estava um pouco mais sem luz e podíamos ver a luz da fogueira.
-- Só quero ver se isso vai adiantar.
-- Se não adiantar, eu ponho ela de castigo.
Nisso, Marcela apareceu correndo em nossa direção.
-- Pensei que tinham se perdido – foi o que ela disse.

Um comentário:

  1. Nossa, muito legal a história, tô lendo desde o começo, bem criativa ela, tipo, mostra a "adolescência" inteira, na sua parte sexual, se bem que você me entende. Tipo, mostra como vão descobrindo as coisas, e como se perde a inocência, atualmente, é bem diferente, e se perde bem mais rápido, mas se não existisse o funk e a internet, seria assim. Achei bem legal também que no começo, você faz uma bela história para pequenas coisas, dígamos, você mostra como cada momento, cada palavra, com seu amor (a Marcela), tem muito valor. Eu tenho 13 anos, e lí os capítulos 1;2;3 e o 14, mas ainda vou ler os que estão entre estes. E, principalmente no fim, o texto tem um tom bem provocativo nos comentários da menina, o que é pura realidade, e fazem comentários como o seu p**** tá duro pra mim direto. O que eu quiz dizer, em poucas palavras, é que esse texto, descreve o que realmente é a adolescência, inclusive no jeito de pensar e de falar dos personagens. Você devia estar na adolescência quando escreveu isso, porque é impossível alguém mais velho acertar tão em cheio. Eu se fosse você, publicava um livro. Eu compraria! Tchau e abraço.

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