domingo, 13 de fevereiro de 2011

A MENINA DO ÔNIBUS - Capítulo 6 - parte 1

Quando o autor se põe a narrar suas memórias, acontece de se deparar com obstáculos que o levam contra a vontade a interromper a narrativa, nem que seja por um pequeno espaço de tempo, até encontrar uma forma de ultrapassá-los; ou, na impossibilidade de vencê-los, pelo menos contorná-los sem prejuízo à obra, o que quase sempre não é tarefa fácil. As vezes tais obstáculos são simples, tal qual um buraco na rua, e não nos retêm por tempo; outros porém podem parecer-nos intransponíveis, tal qual um abismo, uma ponte quebrada sobre um rio e então somos obrigados a parar, às vezes por dias seguidos, e enfrentá-los como numa batalha incansável e desgastante, como se lutasse contra os deuses. E talvez o leitor não saiba, até porque não o confidenciei, mas para chegar até aqui tive de lutar contra a dor, o esquecimento que, de quando e quando, ganha proporções incontroláveis ao relembrarmos detalhes tão significantes; e principalmente lutar contra aquela tendência ao exagero, tão comum àqueles que não nasceram com a luz de um Goethe ou de um Machado de Assis. São batalhas cuja paciência e serenidade acabam nos levando à vitória, ao triunfo sobre nossas fraquezas, a causa principal de muitos fracassos. No entanto, ao iniciar este capítulo, o qual narra aquele momento tão significante – aliás, o mais significante de todos – para mim e para Ana Carla, deparo como com uma nova dificuldade, um novo obstáculo que, como tantos outros, levaram-me a interrupção da narrativa até que não podendo chegar a um veredito definitivo, apenas optei ao acaso por uma delas.
Ah, um deles era: inciá-lo ou não com as páginas do diário?
Talvez o leitor sugira: por que não seguir o mesmo esquema usado até então? Sua versão e depois a dela? Talvez fosse o mais lógico e o melhor a ser feito. Contudo, dessa vez porém não me senti seguro quanto a isso. Antes porém que o amigo leitor me venha com outra pergunta, adianto já a resposta. Apenas não sei se poderei narrar os fatos daquele domingo de forma tão excepcional quanto foram narrados por Ana Carla.
Afetada até a alma por aquele momento mágico de sua vida – possivelmente o mais excepcional e inesquecível – encontrou inspiração – aliás talvez o momento mais inspirado – para produzir um relato de valor inestimável de suas impressões acerca daquela primeira experiência sexual. Por mais que a experiência e o domínio das palavras pesem a meu favor, por mais que eu tenha oportunidade de ler, reler e melhorar uma coisinha aqui outro ali – e o fiz por uma dúzia de vezes, amigo leitor – ainda sim a inspiração e o talento pesa para o lado de minha florzinha, como passei a chamá-la daquele momento em diante.
Assim, na incerteza de não ser capaz de chegar aos pés daquelas páginas repletas de frases simples, mas incrivelmente encantadoras, deixo a minha narrativa para o próximo capítulo. E se o leitor por ventura se sentir satisfeito e quiser pular minhas palavras, não estará cometendo nenhuma injustiça para comigo. Poderá pular ao capítulo subsequente sem correr o risco de não entender o restante, pois para evitar que isso possa ocorrer, procurarei atentar tão somente ao ocorrido naquele dia, o qual me marcou profundamente para o resto da vida.

Domingo, 5 de dezembro.

Cedo

Acabei de acordar. Ontem tive uma experiência incrível. Fiz aquilo que a Marcela me ensinou e aconteceu o que ela disse que acontecia com ela.
No começo, eu fiquei assim meio sem jeito, pois não sei direito como fazer. Mas depois aquilo foi ficando gostoso, foi me dando uma quentura, uma vontade de não parar mais, de ir cada vez mais rápido para chegar logo em algum lugar. Eu não sabia onde, mas queria ir até o fim para saber o que aconteceria. Eu fechei os olhos e fui esfregando o dedo cada vez mais rápido e com mais força até que algo aconteceu. Foi como se eu tivesse sofrido um ataque e perdido os sentidos. Fiquei mole, sem forças até para me levantar. Fiquei um tempão deitada nua na cama, como se estivesse desmaiada. Até que criei coragem para ir ao banheiro me limpar.
Gozar. Foi a palavra que ela usou para dizer o que acontece. Os meninos também dizem isso. Outro dia ouvi o Paulão contar para aquele chato do Eduardo que tinha gozado nas coxas duma menina da 8ª série. Então é isso que a gente sente? A gente goza? E quando transa, será que é assim também? Será que o troço deles funciona como o nosso dedo? Será que deixa a gente mole desse jeito? Ah, deve ser. Vai ver que deve ser bem mais gostoso. E eles, o que sentem quando estão transando com a gente? Será que a mesma coisa? Ah, um dia, quando eu for mulher dele, eu vou descobrir tudo isso.
Ele disse que seus pais foram viajar e que não vai ter ninguém na casa dele, por isso vai me levar até lá. Quero ver seu quarto e mexer nas suas coisas. Afinal de contas sou sua namorada e tenho esse direito! Quero deitar na cama dele, penetrar no seu mundo. Ah! Não vejo a hora de chegar mais tarde!
Estou louca para ir, mas também com um pouco de receio. Eu sei que ele não vai fazer nada de ruim comigo, mas estou com um pouco de medo de ficar sozinha com ele. E se ele tentar me agarrar? E se começar a me fazer carícias e eu não consegui me controlar? Acho que não aguentaria mesmo! E se ele quiser transar comigo? Eu sei que já sou uma mulher, que muitas meninas na minha idade já transaram com seus namorados, como a Bianca por exemplo, mas comigo é diferente, é mais complicado. O problema não é só a transa. É que ele é bem mais velho do que eu.
Fico com medo do troço dele ser grande demais. Sério! E se for, não vai me machucar? Será que vai caber em mim? Ainda sou virgem e nem mesmo sei como fazer. Quer dizer: mais ou menos. Alguns dizem que a primeira vez dói e também sangra um pouco, outros já dizem que não é nada disso, que só incomoda um pouco. Eu não sei. Às vezes, fico confusa e sem saber como agir, o que pensar. Não posso perguntar para ninguém, pois quem pergunta é porque está com segundas intenções, então tenho que confiar somente nele. Sei que ele é carinhoso, que não vai me machucar, mas mesmo assim sinto um pouco de medo.
Mas que bobagem minha! Ele só disse que vai me levar na casa dele e eu já estou pensando que ele quer transar comigo. Até parece que sou eu quem está com maldades. Também a gente se ama. E ele não vai me obrigar se eu recusar. Vou é tratar de me levantar, arrumar o mais rápido possível a casa para depois do almoço me produzir para ele. Quero estar mais linda do que nunca quando me encontrar com ele. Ele merece.

Noite

Meu Deus! Aconteceu. Não sou mais virgem. Nem mesmo sei explicar como tudo aconteceu. Na hora eu fiquei com medo e quase pedi para ele parar, para não fazer aquilo. Mas eu queria tanto experimentar. Ainda bem que não pedi. Pois foi a coisa mais incrível de toda a minha vida. Nunca vou me esquecer daqueles momentos, do instante em que me entreguei a ele. Foi mágico! Foi como um sonho. Foi algo que não sei descrever, não sei falar como é. Bem que a Bianca disse que era. Nossa! Eu poderia passar dias e dias escrevendo sobre o dia de hoje que mesmo assim não ia conseguir dizer tudo que tenho vontade. Eu não sei nem como e nem por onde começar.
Vou escrever tudo nos mínimos detalhes para quando daqui alguns anos poder relembrar esse dia. Ai, meu Deus!, acho que estou sonhando. Sei que acharei graça de tudo isso, de como eu era boba e ingênua. Mas eu quero guardar esse momento para todo o sempre. Sei que havíamos combinados que não escreveríamos um para o outro. E quando por acaso escrevermos alguma coisa, jamais citar o nome. É o que estou fazendo aqui nesse diário. Não vou citar o nome dele para preservá-lo, mas eu preciso dividir isso com alguém, tudo que se passa aqui dentro. Já que não posso falar o que se passa comigo com ninguém, pelo menos tenho você, meu diário, para ouvir minhas confidências. E hoje você vai ficar sabendo de tudo. Prepare-se. Vai ser uma longa história.
Tudo começou quando chegamos na casa dele, ainda perguntei se não tinha perigo de chegar alguém. Ele disse que não precisava ficar com medo, pois seus pais não iam voltar de viagem naquele dia.
Depois que entramos, fiquei dando uma olhada pela casa. Estava curiosa. Queria saber como ele vivia, o que tinha em casa, se tinha alguma foto dele pendurada na parede ou sobre algum móvel. Estava doida para saber como ele era mais novo, quando tinha a minha idade. Então ele me convidou para sentar no sofá. Era um sofá grande e macio, coisa fina, muito melhor que o da minha casa: aquela coisa velha. Hum, muito delicioso. Havia também algumas almofadas muito lindas. Ele ligou a TV e ficamos assistindo por algum tempo.
Eu nem prestava atenção naquela TV enorme. Eu só pensava em como seria ter uma casa assim luxuosa só para nós dois. E ficar cuidando dela, das roupas dele e depois esperando ele chegar do trabalho para ficarmos juntinhos nos amando.
Não me lembro quando foi, mas sei que teve um momento em que ele começou a me beijar, a vir para cima de mim e a me deitar no sofá. Ele pensa que eu não percebi isso, mas vi o que ele estava querendo: ficar em cima de mim. Nossa! Foi a primeira vez em que estava sentindo o corpo dele sobre o meu. Ele era um pouco pesado, mas isso não fazia a menor diferença. Só sei que sentir aquele homem em cima de mim me fez ficar fora de mim. Eu não consegui mais me conter. Lembro-me que o abracei com força, como se quisesse grudar nele para não soltar nunca mais.
Ele deve ter notado que eu estava perdendo o controle, que estava agindo sem pensar, pois não perdeu tempo. Pegou minha blusinha e foi levantando ela bem de mansinho. Fui com ela para deixar meus seios salientes e para provocar ele. No fundo, eu queria mesmo era que ficasse mais fácil para ele acariciar eles. Eu sei que ele adora e é tão gostoso e me provoca umas coisas que depois fico até sonhando com aquilo, querendo que no outro dia ele faça de novo.
Eu só não esperava que ele fosse levantar a blusinha. Foi abusado, ah isso foi! Eu fiquei um pouco sem jeito, mas deixei ele continuar. Eu queria que ele tocasse meus seios e me fizesse sentir aquelas coisas incríveis. E que diferença faria acariciar meus por cima ou por baixo da roupa? O que tinha de mais em deixar ele ver meus peitos? Ele não é meu namorado? A gente não se ama? Então por que não? Namorados fazem essas coisas. E eu também não via nada de errado nisso.
Vi a cara dele quando olhou para os meus peitos. Era uma cara de fascinação, de encanto, de satisfação. Ele não conseguia esconder o quanto estava encantado por eles.
Na verdade, ele fez uma cara parecida com a que já vi outros homens fazerem. Parece que eles ficam enlouquecidos pelos seios da gente. Por que será que os peitos fascinam tanto os homens assim? Às vezes, quando estou no ônibus e estou de biquíni ou mesmo usando uma roupa bem decotada, eles ficam olhando, comendo eles com os olhos. Tem uns que nem disfarçam quando a gente olha para eles. Continuam com os olhos vidrados nos peitos da gente. Será que eu tenho peitos tão bonitos assim? Não vejo muita graça neles. Acho até que feios. Agora, vai entender a cabeça dos homens.
Acho que se pedisse alguma coisa impossível para ele naquele momento, ele diria sim. Tava escrito na cara dele. Mas eu não teria coragem de lhe pedir nada. Talvez se eu não amasse ele tanto, se estivesse com ele só por interesse, seria capaz de pedir algo em troca de meus seios, mas eu o amo loucamente. Ele é o homem da minha vida! Como é que poderia lhe negar alguma coisa ou pedir algo em troca? Usar esse momento para levar vantagem? Não. Nunca! Então deixei ele acariciar e fazer o que quisesse com eles.
Ó meu diário! Sabe o que ele fez? Ele simplesmente chupou e depois mordeu bem de leve o biquinho deles.
Quando fez isso, eu senti uma coisa tão incrível, tão fantástica que parecia um sonho. Ele já tinha me feito sentir coisas incríveis, mas nada parecido com o que eu estava sentindo. Foi como se algo me fizesse flutuar. Uma corrente elétrica passou por mim e me fez tremer e ficar toda arrepiada. Fiquei aérea, leve como uma pena. Acho que foi nesse exato momento que ele conseguiu me seduzir.
Se por acaso ele fosse um cara que só queria transar comigo, se aproveitar de mim e depois me jogar fora, eu não teria forças para impedir. Eu teria me entregado assim mesmo. Pois quando ele começou a chupar meus peitos, e eu me vi perdida naquele mar de sensações, sentindo cada coisa que nunca tinha sentido até aquele momento. Fiquei inteiramente nas mãos dele. Naquele instante eu só queria uma coisa: que ele não parasse de fazer aquilo de jeito nenhum.
Meu querido diário, você acredita que ele teve coragem de parar? Quando eu estava mais gostando, sentindo algo intenso e esquisito, gemendo nem sei porquê, ele simplesmente parou de me chupar! Juro! Quase disse para ele: Que merda! Tinha que parar logo agora!.
Eu pensei que ele tinha parado de vez. Mas ainda bem que não foi nada disso. Sabe porque ele parou? Para tirar minha blusinha.
Ele olhou para mim, bem no fundo de meus olhos, e perguntou: Posso tirar ela?. O que você acha que respondi? Pois saiba que nem pensei duas vezes. Simplesmente balancei a cabeça fazendo sinal de “sim” e levantei os braços. Então ele a puxou para cima. Eu só prestava atenção nele, nos olhos dele fixos nos meus peitos. E depois de atirar ela em qualquer canto, ele agarrou sua camiseta e também tirou e deitou sobre mim novamente.
Nossa! Olhei para ele por alguns instantes. Aqueles peitos meio cabeludos, aqueles ombros nus! Me deu vontade de agarrar aqueles peitos, como ele fazia com os meus, e ficar alisando. Mas fiquei sem jeito.
Só sei que nos beijamos muito. Enquanto nos beijávamos, ele acariciava meus seios. Às vezes ele parava de me beijar e começava a chupar eles. E quando ele fazia aquilo, eu ficava tão excitada que me dava vontade de arrancar a roupa, agarrar o pau dele e enfiar no meio de minhas pernas. Te juro, meu diário! Sabia que não podia, mas tinha vontade de fazer isso! Não dava para ver, mas eu sentia que minha calcinha estava ficando toda encharcada! Eu não sabia onde aquilo ia terminar, mas eu só desejava que ele parasse de me deixar daquele jeito, com aquele fogo me devorando por dentro. Não importava o que ele tivesse que fazer. Acho que bem no fundo, eu queria era que ele tirasse minha roupa e fizesse amor comigo.
Ele estava deitado sobre mim e seus quadris estavam no meio de minhas pernas. Eu sentia os cabelos dos peitos dele roçar nos meus seios e por sobre a saia o quanto o troço dele estava duro. Eu sabia que ele estava louco para transar comigo, mas não tinha certeza se ele seria capaz de ir tão longe assim. Não fazia a menor ideia do que se passava pela cabeça dele. Só posso dizer que eu estava totalmente fora de si. Acho que nem fazia ideia de onde eu estava e nem ao certo o que estava se passando.
Nós estávamos as sós na casa dele e poderíamos fazer o que bem quiséssemos, mas mesmo assim, por ele ser um homem adulto e consciente de seus atos, talvez não tivesse coragem de fazer amor comigo. Apesar de que os homens não se importam muito com isso. Se a mulher der moleza eles transam com ela mesmo. Não querem nem saber das consequências. Mas como ele era meu namorado, a coisa poderia ser diferente.
Essa era a minha dúvida! Eu não tinha certeza de até onde ele seria capaz de chegar. Às vezes, eu ficava com receio. E se ele perdesse o controle e transasse comigo? O que seria de mim depois? E se eu ficasse grávida? O problema era essas dúvidas, que ficavam martelando em minha cabeça, me atrapalhando de curtir ainda mais aqueles momentos.
Também como não pensar? Somos nós quem ficamos grávidas, somos nós que teremos de parir, amamentar e cuidar dele o tempo todo. Os homens fazem e continuam levando sua vida como se nada tivesse acontecido. E nós?