segunda-feira, 30 de novembro de 2015

QUANDO A SAUDADE É INSUPORTÁVEL

Eu vejo os dias passarem, na expectativa de poder te reencontrar, de me atirar em teus braços e, olhando bem fundo nos teus olhos brilhantes, dizer-te o quanto te amo e o quanto me foi difícil e doloroso passar todos esses dias sem você, meu amor.
Eu até tento encontrar um meio de me distrair ou alguma coisa com a qual me ocupar para não ficar todo o tempo com os pensamentos em você, mas confesso que não consigo, pois as mais comuns e insignificantes coisas me trazem à memória a tua lembrança. Ah, meu amor! Tudo parece me levar a você. Muitas vezes, eu digo a mim mesmo: "Não adianta, não posso estar com ela agora", mas o meu coração teima em não me ouvir. Ele é como uma criança teimosia e mimada que só quer saber de suas vontades.
Ah, meu amor! Como é horrível querer estar com uma pessoa e não poder! Fico pensando em todos os momentos que poderia estar contigo, cobrindo-te de carinhos e beijos, vendo o teu sorriso, ouvindo a tua voz estonteante dizendo-me coisas insignificantes mas que para mim é de um valor inestimável, pois tudo que me diz respeito a você é importante para mim.
Eu não sei se você sente essa falta que eu sinto de ti, mas se sente, então sabe do que eu estou dizendo. E se é assim, seus dias também são aflitos que nem os meus e a espera tem um sabor amargo, onde o dia seguinte será tão ou mais doloroso que o anterior.

 Mas eu sei que essa separação não será duradoura. Brevemente vou poder estar aí contigo e então compensaremos todos esses dias que o destino nos separou, interpondo a distância entre nós só para nos mantermos afastados. Talvez não possamos recuperar todo o tempo perdido, mas tentaremos recuperá-lo ao máximo. Enquanto isso, enquanto a distância nos mantém longe um do outro, tento pelo menos acalentar-te. E esta carta ao menos te dará uns momentos de alegria, mesmo que sejam poucos, e lembrar-te-ão que estar longe de ti só faz o meu amor maior e mais forte.

domingo, 29 de novembro de 2015

OUTRAS FORMAS DE DEMONSTRAR AMOR


O tempo, esse inimigo impiedoso de todos nós, é capaz dos mais profundos danos não só em nosso passado, nossa história e nossas lembranças, apagando e envolvendo nas mais profundas brumas tudo que ficou para trás, como também tem um efeito devastador sobre o nosso dia a dia. Principalmente num relacionamento amoroso, onde a rotina tem um papel semelhante, senão maior, em provocar desgastes e levar ao esfriamento da paixão, a qual é forjada nas mais intensas chamas. Isso deveria ser encarado com mais naturalidade pelas partes envolvidas, já que os sentimentos não são eternos e, por serem fruto de reações químicas no cérebro, tendem a perder força com o passar do tempo. Afinal não existe fogo que arde eternamente. Aliás, o tempo não afeta só os sentimentos, mas nossas ideias, nossas percepções e nossas reações diante de qualquer estímulo. O problema é que a maioria das pessoas não dispõe desses conhecimentos e são incapazes de compreender tais mudanças. E isso faz com que muitas vezes uma parte acuse a outra de falta de amor, atenção, carinho, alegando que não a ama mais, o que pode até ser verdadeiro. Na mais das vezes porém, a coisa não é bem assim. O fato de a paixão ter esfriado não é sinal de falta de amor. Há tantas outras formas de demonstrar amor sem que essas envolvam diretamente o sentimentalismo. O respeito, o companheirismo, o apoio, a compreensão, a atenção, o respeito, a renúncia entre outros também é forma de demonstrar amor. O que acontece é que, para algumas pessoas, isso passa despercebido ou até mesmo não tem importância alguma. Mas para outras isso tem um significado muito grande e lhe pode custar mais do que simples jogar palavras da boca para fora. De forma que, se uma pessoa já não demonstra seu amor através de palavras e carícias, pode ser que ela esteja demonstrando de outra forma. E pode ser que o outro simplesmente não esteja vendo isso.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

PARIS: ÓDIO À LIBERDADE E À DEMOCRACIA


Dez meses depois, a França sofre um novo ataque terrorista promovido pelo Estado Islâmico, matando até o momento 129 pessoas. E justamente a França que é um país democrático, tolerante, multirracial e berço da luta pelos direitos humanos. Nenhum país merece uma barbárie dessas, menos ainda a França. Mas terroristas não escolhem vítimas e muito menos o país. Querem apenas promover o caos, a comoção popular e combater a liberdade, a igualdade e a fraternidade. É um dos poucos meios que dispõem para chamar a atenção, para mostrar alguma força. Embora não pareça, no fundo os líderes dessa organização terrorista sabem que não vão chegar a lugar algum, que lutam uma guerra perdida. Por isso, eles usam os meios mais bárbaros para demonstrar força e poder, seja nos territórios onde dominam, seja nos lugares mais democráticos do mundo. Aliás, nada lhes é mais perigoso que a democracia. Eles a temem tanto, ou até mais, quanto temem o Diabo. A escolha da França não foi um acaso. Os franceses fazem parte da coalizão que vem promovendo ataques aos territórios dominados por esses terroristas. E de todos os integrantes da coalizão, a França talvez seja o país onde os terroristas teriam maiores chances de serem bem sucedidos e onde poderiam causar maior comoção. Talvez os EUA fossem o alvo desejado, mas o sistema de vigilância norte americano certamente frustraria qualquer tentativa de um ataque de grandes proporções. Nos outros países da coalizão, um ataque assim talvez até provocasse mais danos e mortes, mas não teria o mesmo efeito e no ocidente isto seria mais uma notícia corriqueira, sem muita relevância. Daí a França. E de fato conseguiram o que desejavam. Não resta dúvidas de que foram bem sucedidos. Resta saber o que os franceses farão. Somente uma resposta capaz de provocar perdas incalculáveis ao Estado Islâmico fará com que desistam de novos ataques. Talvez o mais sensato a fazer seja o envio do que há de mais moderno em armamento bélico e de um grande contingente de tropas para lutar em várias frentes, em conjunto com o exército iraquiano numa das frentes e com os curdos em outra. Chegou a hora de reconhecer que ataques aéreos por si só não vai derrotar esses terroristas, pois tendem a se dissiparem e combater os inimigos com atentados terroristas. Só há um meio de acabar com isso: dizimando-os. Ou isso ou é só questão de tempo para novos atentados terroristas. A França está numa encruzilhada e se deseja continuar a ser um exemplo de tolerância e democracia terá de fazer sacrifícios. Não há outra saída.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

LONGA ESPERA

Deixo tristemente o dia passar
Com um profundo aperto no peito
E a saudade prestes a me dar
Um desatino que não tem jeito

    Como será que ela está?
    O que deve tá fazendo?
    Em mim pensando estará
    Como nela estou pensando?

Eu faço tantas indagações
As quais não me tranquilizam a alma
Novas e novas inquietações
Arrancam-me o que resta da calma

    Eu preciso dela já
    Pois muito estou sofrendo
    Por que não deixa pra lá
    Logo tudo e vem correndo?

O dia passa. Nada dela chegar
No ouvido um diabinho diz: “bem feito!
Para ti ela não vai mais voltar”
Mas tais palavras eu não aceito

    Sim. Eu sei que ela virá
    E já deve tá chegando
    Ela não me deixará
    Com o coração sangrando

Chega a noite e minhas desrazões
Ardem na mais inquietante flama
Uma ligação dá-me as razões:
Num assalto, roubaram-lhe a chama

domingo, 22 de novembro de 2015

AGARRANDO-SE AO PASSADO

Nas incansáveis viagens ao passado
Eu tento trazer de volta as lembranças
Daqueles momentos ali guardados,
Dos quais a saudade sem fim é imensa

É uma busca inútil, infelizmente
Já que o passado não volta jamais.
Ainda sim procuro insistentemente
Vivê-los nem que seja uma vez mais

A força com que neles eu me agarro
Dir-se-ia dum Hércules -- de tão grande.
E embora tudo me seja tão caro
E sofrível. Aí minh'alma se prende

Mas quem caminha rumo ao fim certo
Sem muito mais esperar desta vida
Melhor porto é o passado decerto

Pra se crer que a vida não foi perdida

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

QUADRINHA DE AMOR(22)

Esta é mais uma das quadrinhas de amor de minha autoria. Para quem não sabe, a quadrinha de amor é composta de 4 versos com 7 sílabas poéticas. 

Quero sonhar acordado 
Com uma garota bem linda 
E quando a tiver achado 
Amá-la-ei por toda a vida

terça-feira, 10 de novembro de 2015

A REVOGAÇÃO DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Talvez de todos os erros cometidos pelo parlamento brasileiro ao longo de sua história, o maior venha a ser o projeto de lei que revoga o Estatuto do Desarmamento, pois trata-se de um enorme equivoco achar que armar a população irá reduzir a criminalidade. Digo equivoco porque é um enorme absurdo achar que o alto índice de violência e criminalidade presente na sociedade brasileira é em grande parte fruto da impossibilidade de reação das vitimas por estarem desarmadas. O fato de uma pessoa está ou não desarmada não irá impedir um criminoso de cometer crimes; pelo contrário, irá torná-lo mais violento, mais disposto a matar com o intuito de impedir uma reação da vitima, o que muito provavelmente irá aumentar a criminalidade, já que os criminosos terão facilitado o acesso às armas de fogo tanto ao adquiri-las no mercado negro quanto ao roubá-las das próprias vitimas, as quais muitas vezes vão preferir entregar sua arma ao bandido do que usá-la contra o agressor. Aliás, muitos dos crimes de roubo que acontecem hoje em dia são praticados por criminosos com armas de brinquedo e armas brancas. Essas últimas inclusive, apesar de causar ferimentos nas vítimas, são bem menos letais que armas de fogo. O problema da criminalidade não é se a vitima é vulnerável ou não, mas sim a sensação de impunidade. É sabido que a maioria dos crimes não são solucionados e os culpados jamais pagam por eles. Esse é grande problema, embora não seja o único, já que a brandura das penas aplicadas a maioria dos crimes também contribui para o aumento da criminalidade, assim como o sistema prisional que, além de não recuperar o condenado, acaba na realidade servindo-lhe de escola do crime. Uma pessoa que é encarcerada por um por um crime leve, o qual poderia muito bem ser convertido em trabalho social ou outra forma de penalização, acaba saindo da cadeia como um criminoso de alta periculosidade. Isso tudo junto é a verdadeira razão dos altos índices de violência e criminalidade no Brasil. Armar a população não vai impedir o criminoso de ser criminoso, mas pode sim levá-lo a matar apenas porque a vítima tentou reagir, ainda mais que o criminoso está sempre mais preparado para atirar e não hesitará um seguindo se quer ao matar. Eu não tenho dúvida de que se o Estatuto do Desarmamento for revogado como querem um grupo de parlamentares, veremos os índices de assassinatos atingirem níveis inimagináveis. Eu já sou um homem de quase cinquenta anos e as chances de que venha ser assassinado por um assaltante não se modificam muito, mas temo muito por todos os jovens dessa geração e das próximas, pois a insegurança e o medo fará parte do dia a dia de todos, muito mais do já faz hoje. Para o bem de nossos jovens, espero que esse projeto não vá para frente, pois trata sim de uma grande loucura.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

À CAÇA DE MEUS SONHOS

Meus sonhos parecem impossíveis
Difíceis de alcançar
Teimam sempre em fugir
Sempre que eu tento me aproximar
Como um animal faminto
Para não deixá-los escapar.

Mas escapam,
Voam ainda mais para distante
E minha alma em desespero
Cede a uma dor pungente
Como uma punhalada no peito

Mas eu não desisto tão fácil assim
São meus sonhos,
As razões que eu tenho para viver
Não posso deixá-los fugir de mim
Tão fácil assim

Sonhar é saber que se está vivo
Na dor de toda a realidade
Sonhar é se ver no paraíso
E acreditar na própria imortalidade

Porque a realidade da vida
É sombria, perversa
E cheia de desencantos
Não perdoa os erros
E nos cobra um alto preço
Tirando cada um dos sonhos
Tão caros a cada um de nós

Sonhar é suportar a vontade
De mergulhar no abismo do nada
Sonhar é resistir aos desenganos
Sem ceder a uma morte antecipada