O tempo, esse inimigo impiedoso de todos
nós, é capaz dos mais profundos danos não só em nosso passado,
nossa história e nossas lembranças, apagando e envolvendo nas mais
profundas brumas tudo que ficou para trás, como também tem um
efeito devastador sobre o nosso dia a dia. Principalmente num
relacionamento amoroso, onde a rotina tem um papel semelhante, senão
maior, em provocar desgastes e levar ao esfriamento da paixão, a
qual é forjada nas mais intensas chamas. Isso deveria ser encarado
com mais naturalidade pelas partes envolvidas, já que os sentimentos
não são eternos e, por serem fruto de reações químicas no
cérebro, tendem a perder força com o passar do tempo. Afinal não
existe fogo que arde eternamente. Aliás, o tempo não afeta só os
sentimentos, mas nossas ideias, nossas percepções e nossas reações
diante de qualquer estímulo. O problema é que a maioria das pessoas
não dispõe desses conhecimentos e são incapazes de compreender
tais mudanças. E isso faz com que muitas vezes uma parte acuse a
outra de falta de amor, atenção, carinho, alegando que não a ama
mais, o que pode até ser verdadeiro. Na mais das vezes porém, a
coisa não é bem assim. O fato de a paixão ter esfriado não é
sinal de falta de amor. Há tantas outras formas de demonstrar amor
sem que essas envolvam diretamente o sentimentalismo. O respeito, o
companheirismo, o apoio, a compreensão, a atenção, o respeito, a
renúncia entre outros também é forma de demonstrar amor. O que
acontece é que, para algumas pessoas, isso passa despercebido ou até
mesmo não tem importância alguma. Mas para outras isso tem um
significado muito grande e lhe pode custar mais do que simples jogar
palavras da boca para fora. De forma que, se uma pessoa já não
demonstra seu amor através de palavras e carícias, pode ser que ela
esteja demonstrando de outra forma. E pode ser que o outro
simplesmente não esteja vendo isso.
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