quinta-feira, 29 de outubro de 2015

EDUARDO CUNHA E O TITANIC

A situação de Eduardo Cunha piorou consideravelmente depois da confirmação de que as contas na Suíça são realmente dele, de que ele as movimentara até recentemente, de que há coincidência entre contratos fechados pela Petrobras e transferências para essas contas correntes na Suíça, de que ele omitiu o fato de possuir vários veículos no nome da esposa e de que seu patrimônio aumentou drasticamente nos últimos anos. Até então havia tão somente acusações contra si, mas agora existem as provas, provas essas irrefutáveis. E isso muda-lhe completamente a situação. Dado o que vem acontecendo com todos os acusados na operação Lava a Jato, não tenho a menor dúvida de que é bom ele ir se preparando para passar algum tempo atrás das grades. Embora tenha foro privilegiado e portanto só possa ser processado pelo STF, não creio que o presidente da Câmara dos Deputados conseguirá segurar seu mandato por muito tempo. A oposição, que se aliara a ele com a finalidade de promover o impeachment de Dilma, resolveu atirá-lo aos leões, abandonando-o como ratos ao primeiro sinal de que o navio está afundando. E mesmo que consiga num acordo escuso com o governo (pois agora só lhe resta isso) em troca da recusa dos pedidos de impeachment da presidenta Dilma, ele acabará perdendo o mandato quando for julgado pelo supremo. As investigações só estão no começo e ainda há muito o que vir à tona. Eduardo Cunha não foi só mais um beneficiado pelo esquema de corrupção na Petrobras. Embora seja do PMDB, é um dos cabeças desse esquema de desvio de recursos públicos e sua queda pode inclusive levar muita gente importante consigo como ocorreu com o Titanic. Ele é um homem vingativo e não cairá sozinho. Mas mesmo que isso aconteça, não há dúvida de que isso trará mais benefícios que danos ao país, embora mais uma vez a imagem do parlamento fique profundamente manchada. 

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