segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

OS “ROLEZINHOS” NOS SHOPPINGS CENTERS


Há um novo movimento social em ebulição nos grandes centros urbanos que, se espalhar pelo país, causará uma série de distúrbios e afetará milhares de cidadãos. Trata-se do “rolezinho”, promovidos por jovens – a maioria oriunda da periferia – nos shoppings centers, onde dezenas ou centenas de jovens se reúnem para promover tumultos, corre-corre e inclusive saques. O problema não é esses jovens irem ao shopping, pois eles têm o direito de frequentar um Shopping Center como qualquer cidadão, e sim fazer esses tais “rolezinhos”. Mas afinal, qual é o objetivo desses “rolezinhos”? A primeira vista, pode até parecer que esses jovens querem tão somente provocar badernas, tumulto e a chamar a atenção da sociedade. Mas se olharmos de forma mais profunda a questão, veremos que, assim como nos protestos que assolaram o país em meados de 2013, esses jovens querem na realidade chamar a atenção por uma série de reivindicações tais como: falta de áreas de lazer nas periferias, descaso com esses jovens nos períodos de férias, falta de atenção dos pais e familiares, entre outras coisas de menor importância. A questão do lazer para jovens, principalmente nos períodos de férias escolares, é um problema que vem se agravando nos últimos anos, uma vez que os grandes empreendimentos constroem áreas de lazer tão somente nos grandes condomínios, onde o acesso só é permitido pelos moradores do próprio condomínio e portanto por pessoas de melhor poder aquisitivo, excluindo justamente aqueles que mais precisam de lazer durante o recesso escolar. Se não bastasse isso, o avanço dos grandes empreendimentos imobiliários na periferia restringe ainda mais as opções dos jovens dessas periferias, o quais se sentem excluídos. Esse é provavelmente o motivo mais relevante, mas não é o único. No período de férias, esses jovens ficam ociosos e muitas vezes presos em casa, o que gera ansiedade e acumulo de energia, a qual é preciso ser extravasada de alguma forma. Esses “rolezinhos” é uma fora de extravasar essa energia, já que não há outro meio de extravasá-las. E por fim, muitos jovens, ao passarem o dia todo em casa, não recebem a atenção dos pais, sendo praticamente ignorados por eles. Isso gera uma frustração que, para chamar a atenção de seus genitores, acabam cometendo esses atos. De forma que a responsabilidade não pode ser creditada tão somente ao poder público. A solução para o problema envolve tanto os órgãos públicos, quanto os empreendimentos imobiliários e os próprios familiares desses jovens. A questão é: como convencer todas as partes envolvidas a sentar à mesa para discutir uma solução conjunta para o problema.

domingo, 19 de janeiro de 2014

A DIFÍCIL MISSÃO DE SER ATEU


Diferentemente de ser ateu, que envolve uma escolha racional, ser crente e pertencer à essa ou aquela religião não é fruto de uma decisão pessoal, embora haja um quê de pessoal nisso quando o indivíduo passa a ter o direito de fazer suas próprias escolhas. A religião nos é passada por nossos pais e pelo grupo social ao qual pertencemos. Assim, desde que nascemos, fazemos parte de uma seita religiosa, da qual normalmente fazem parte nossos parentes – ou a maioria deles --, os amigos de nossos pais, nossos vizinhos, nossos professores, nossos amiguinhos da escolha e etc. Dessa forma, não temos escolhas. Vamos ser criados nesse meio e todos farão o possível para que aceitemos aqueles preceitos e acreditamos neles. Assim, nos tornamos crentes, porque nossos pais são, nossos amigos são e quase todos que nos rodeiam são. E mesmo que, ao longo do tempo, venhamos a fazer questionamentos – a maioria não o faz --, ainda sim somos pressionados pelo nosso meio a afastá-los, pois estamos errados e até mesmo cometendo um pecado. Mas ser ateu é completamente diferente. É preciso lutar contra aquilo que nossos pais nos ensinou a vida toda; é preciso encarar os amigos e todos aqueles que fazem parte do nosso meio. E ainda temos de dizer para nós mesmo que, apesar de todos viverem num consenso quanto a existência de Deus, são eles quem estão errados. E ao negar a existência divina tanto do homem quanto do próprio mundo, temos de ter argumentos suficientes para lutar contra todos, porque eles vão tentar nos convencer do contrário. Por isso, ser crente não existe muito esforço, mas ser ateu são outros quinhentos. Você precisa de uma inteligência acima da média; terá de dispor de muitos conhecimentos – que não te foram ensinados pelos seus pais e parentes, pelos seus professores e nem passados pelos seus amigos--; terá de ser capaz de retrucar sozinho cada razão que alguém de seu relacionamento vai lhe dar para justificar a crença deles, principalmente porque um crente não admite que alguém simplesmente não possa acreditar em Deus. Eles serão muitos, mas você vai estar sozinho. Eles vão te tachar de louco ou coisa ainda pior. Vão lhe dizer que os ateus não respeitam a vida, não tem moral e coisas afins. Grande mentira! Quase 100% dos criminosos tem uma religião. Mas como bom ateu, você não se deixa levar, permanece firme, pois sabe que o ateísmo tem as suas vantagens, principalmente a de não estar sob o julgo de velhas crenças, de dar o melhor de si aqui, sem esperar por nada após a morte e etc.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

ESTÁ TUDO ACABADO


Quando a saudade me sufoca tanto
Que eu até perco a respiração
Grito por você aos quatro ventos
Pois só em teus braços terei salvação

Mas os meus gritos ecoam no vazio
E só trazem a lembrança do passado
Que corre em meu cérebro feito um rio
Que se perde no deserto ressecado

O desespero invade-me e me leva ao pranto
Penso até na morte – uma drástica solução--
Para acabar com essa dor que no entanto
É o alimento que mantém viva essa paixão

Infundada, a esperança é o único fio
Que me liga a você. E inconformado
Digo que na tua volta eu confio
Doce ilusão. Está tudo acabado...

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

UM POVO QUE JOGA DINHEIRO FORA


O Brasil é um país que carece de infraestrutura. E isso não é novidade para ninguém. O problema é que o governo federal investe pouco nessa área, uma vez que não há dinheiro disponível para grandes investimentos; pois se o fizer, vai comprometer as contas públicas, o que levará a uma fuga de capitais, disparada do dólar e do custo país e inevitavelmente um aumento da inflação como correu no final da década de 70 e ao longo dos anos 80. Dessa forma, o Governo Federal está de mãos atadas. E assim ficamos nesse círculo vicioso: o país não cresce porque falta infraestrutura, não se investe em infraestrutura porque o país não cresce e não sobra dinheiro. Uma saída para resolver esse impasse seria a iniciativa privada fazer tais investimentos, mas para isso teria de haver uma redução da carga tributária e incentivos fiscais, o que a curto e médio prazo reduziria o caixa do governo e a sua capacidade de manter sob controle as contas públicas. Aliás, diferentemente da China e de outros países, nós, os brasileiros, tenos o costume – um péssimo costume aliás – de não pensar a longo prazo. Não falo só de nossos governantes, mas da população como um todo. Os governantes, na realidade, não o fazem porque isso não rende votos e isso, no fim das contas, acabará beneficiando tão somente os próximos governantes, que muito provavelmente será da oposição. Infelizmente essa é uma realidade que acaba atrapalhando o desenvolvimento do Brasil. Não defendo o sistema de partido único da China, mas lá eles não tiveram esse problema e puderam fazer os investimentos sem se preocupar com quem estaria no poder daqui há dez ou vinte anos. De forma que, diferentemente da China, estamos condenados a ter um crescimento baixo por toda a vida, a não ser que se mude a forma de pensar tanto de nossos governantes quanto da população como um todo, pois um povo que não sabe poupar e investir corretamente estará sempre jogando dinheiro fora.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A SENSUALIDADE DE TUA PELE DOURADA DE SOL



Tire esta roupa, meu tesão
Ela ofusca a tua beleza
E esconde a tua sensualidade
Tuas curvas tão belas são uma perfeição
E não merecem estar escondidas
Sob todo estes panos
Feito uma pedra de diamante
Embrulhada num velho e desbotado jornal

Sabe aquela tanguinha que me alucina?
Coloque-a e venha pra piscina
E deixe o seu bumbum arder
Pois é queimadinho assim
Que me dá mais prazer...

Deixe o sol riscar a tua pele
E deixá-la deliciosamente irresistível
E eu te cobiçarei mais intensamente
Que você por certo cobiçarás
Um valioso colar de diamantes.
E embora você não seja um objeto
-- e eu sei perfeitamente disso --
Eu te cobiçarei com o mesmo desejo

Cubra o mínimo de teus seios
Apenas a parte que eu adoro chupar
Embora assim me provocarão devaneios...
Elas, o sol não deve tocar
Somente meus lábios, num desejo ardente

Afinal, é tua sensualidade que me alucina
E que me faz agir feito um leão
Quando ao sair da piscina
Assim, ardendo de tesão
Sensualmente você me chama:
“Venha me despir todinha
E tomar posse das marquinhas
Que o sol fez pra você...”

domingo, 12 de janeiro de 2014

A MUSA DE MEUS DEVANEIOS

Não, não... eu não lhe tenho amor
E muito menos um quê de paixão
Mas ela me provoca calor
E me deixa louco de tesão

Devoro-lhe o corpo desnudo
Em meus vis pensamentos
E mesmo vestida contudo
Vejo-a nua a todo momento

As fantasias lhe causariam horror
E a mais profunda indignação
Tamanha a falta de pudor
Que em devaneios eu a possuo então

O prazer de fodê-la é tudo
Que alimenta os meus tormentos
Mas a certeza de não tê-la contudo
Leva-me a um gozo sem contentamento

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

OS SENTIMENTOS QUE EU TENHO...


Os sentimentos que eu tenho
Eu os deixo fluírem;
Eu não os rejeito
E muito menos os sufoco.
Mas os sentimentos que não tenho,
Não me fazem falta,
Por isso não os provoco;
Pois não seriam sentimentos
E não me dariam o menor prazer

Os sentimentos que manipulamos.
São para iludirem a nós e a outrem
Eles nos tornam menos humanos,
Alimentam os nossos desenganos
E afastam-nos da espontaneidade
-- Essa coisa tão animal --
Que nos desabrocha toda a beleza
Quando somos tão natural

Talvez os falsos sentimentos
Sejam o maior mal da modernidade
Onde fingimos ser o que não somos
E ter o que não temos.
Ah, prefiro remar contra a maré
E ser o que sou
E ter o que de fato tenho
A despeito das opiniões alheias!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

DROGAS E HIPOCRISIA


É preciso acabar com a hipocrisia da criminalização do consumo de drogas leves como a maconha por exemplo. Continuar a criminalizá-la não vai resolver o problema do consumo e muito menos impedirá que as pessoas continuem a usá-la. Pelo contrário, só alimentará aqueles que exploram o cultivo, o transporte e a venda desses entorpecentes, ou seja, o mundo do tráfico e da criminalidade. A legalização tiraria das mãos dos traficantes a sua maior fonte de renda e consequentemente, de um lado, reduziria o poder desses criminosos; de outro, os impostos arrecadados com a venda legalizada e controlada poderiam ser usados na recuperação dos dependentes ao invés de deixá-los abandonados à própria sorte nas ruas como animais. Ainda é cedo para dizer que a descriminalização da maconha tornar-se-á uma realidade, mas o inteligente e corajoso passo dado pelo Uruguai pode mostrar que a criminalização é um erro, principalmente quando o poder público falhou e não tem mais condições de combater nem o consumo e muito menos o tráfico de drogas. A hipocrisia entretanto não está só na vã tentativa de impedir que as pessoas usem drogas, mas principalmente em considerar o uso delas um crime e ainda por cima não fazer nada ou quase nada por aqueles que sofrem com o vício, a discriminação e o abandono. Já está na hora das pessoas serem mais humanas e menos hipócritas.