Há um
novo movimento social em ebulição nos grandes centros urbanos que,
se espalhar pelo país, causará uma série de distúrbios e afetará
milhares de cidadãos. Trata-se do “rolezinho”, promovidos por
jovens – a maioria oriunda da periferia – nos shoppings centers,
onde dezenas ou centenas de jovens se reúnem para promover tumultos,
corre-corre e inclusive saques. O problema não é esses jovens irem
ao shopping, pois eles têm o direito de frequentar um Shopping
Center como qualquer cidadão, e sim fazer esses tais “rolezinhos”.
Mas afinal, qual é o objetivo desses “rolezinhos”? A primeira
vista, pode até parecer que esses jovens querem tão somente
provocar badernas, tumulto e a chamar a atenção da sociedade. Mas
se olharmos de forma mais profunda a questão, veremos que, assim
como nos protestos que assolaram o país em meados de 2013, esses
jovens querem na realidade chamar a atenção por uma série de
reivindicações tais como: falta de áreas de lazer nas periferias,
descaso com esses jovens nos períodos de férias, falta de atenção
dos pais e familiares, entre outras coisas de menor importância. A
questão do lazer para jovens, principalmente nos períodos de férias
escolares, é um problema que vem se agravando nos últimos anos, uma
vez que os grandes empreendimentos constroem áreas de lazer tão
somente nos grandes condomínios, onde o acesso só é permitido
pelos moradores do próprio condomínio e portanto por pessoas de
melhor poder aquisitivo, excluindo justamente aqueles que mais
precisam de lazer durante o recesso escolar. Se não bastasse isso, o
avanço dos grandes empreendimentos imobiliários na periferia
restringe ainda mais as opções dos jovens dessas periferias, o
quais se sentem excluídos. Esse é provavelmente o motivo mais
relevante, mas não é o único. No período de férias, esses jovens
ficam ociosos e muitas vezes presos em casa, o que gera ansiedade e
acumulo de energia, a qual é preciso ser extravasada de alguma
forma. Esses “rolezinhos” é uma fora de extravasar essa energia,
já que não há outro meio de extravasá-las. E por fim, muitos
jovens, ao passarem o dia todo em casa, não recebem a atenção dos
pais, sendo praticamente ignorados por eles. Isso gera uma frustração
que, para chamar a atenção de seus genitores, acabam cometendo
esses atos. De forma que a responsabilidade não pode ser creditada
tão somente ao poder público. A solução para o problema envolve
tanto os órgãos públicos, quanto os empreendimentos imobiliários
e os próprios familiares desses jovens. A questão é: como
convencer todas as partes envolvidas a sentar à mesa para discutir
uma solução conjunta para o problema.
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