segunda-feira, 25 de abril de 2011

COM VOCÊ EM MEUS PENSAMENTOS


 O meu despertar para um novo dia tem sempre aquela sensação de ter acabado de adormecer, como se eu passasse por uma rápida madorna. Digo isso, meu amor, porque, ao acordar, vem-me à memória o último pensamento da noite anterior, o qual, com imenso prazer, é sobre algum momento onde, nos braços um do outro, fazíamos intensa a chama do amor.

Talvez eu até exagere um pouco nos meus devaneios; mas quem, sob o efeito da paixão e inebriado pelo néctar do amor, não vê tudo como se diante dos olhos encontrasse uma poderosa lente de aumento? E também se me atiro ao abismo do mar de sensações com meus devaneios é porque estes me proporcionam um prazer que nada pode me dar, nada além do que pensar em você. Aliás, dormir e acordar com tua imagem nos meus pensamentos é como despertar todos os dias para uma nova vida; pois tenho a certeza de que te amar e ter esse amor correspondido é como viver em uma única vida dezenas de outras.
Não me importa que ao longo do dia as coisas sejam boas ou ruins, pois sei que, mesmo não podendo estar contigo um dia ou outro, ainda sim me resta o travesseiro para que eu passa repousar a cabeça e ir ao seu encontro através de meus pensamentos. Por isso, amor, eu jamais me sinto só. Tua imagem me guia a um novo dia onde certamente a tua presença física fará a taça no meu peito transbordar de felicidade. Uma felicidade tão intensa quanto a que sinto quando, teus lábios colados ao meu ouvido, você me sussurra: TE AMO! 

domingo, 10 de abril de 2011

O PLEBISCITO DE 2005 E A TRAGÉDIA DE REALENGO


Tragédias como as de Realengo no Rio de Janeiro costumam provocar grande comoção na sociedade, principalmente por envolver crianças indefesas, com uma vida toda pela frente, quando o natural seria a morte dos velhos; aliás, como disse o avô de uma das meninas: “O natural seria ela me enterrando”. É uma dor imensurável perder um filho assim tão jovem. E ainda mais numa escola, onde achávamos tratar-se do lugar mais seguro do mundo para nossos filhos, onde acreditamos também tratar-se de um ambiente onde estes vão tão somente para estudar, adquirir conhecimento, formação, cidadania e principalmente aprender a respeitar o outro com suas diferenças. É, amigos! Nem as escolas estão mais seguras hoje em dia. Já não se pode deixar mais um filho na escola certo de que voltará para casa são e salvo.
Apesar da morte trágica de 11 crianças, cujos sonhos foram interrompidos para sempre, não devemos esquecer que todos os dias morrem um número maior de jovens, vítimas da violência na rua, dentro de casa e até mesmo nas instituições de ensino; embora, por se tratar de uma morte aqui, outra ali e uma outra acolá, estas na maioria das vezes não fazem parte das estatísticas e nem mesmo são noticiadas.
Talvez esta triste página da história do Rio de Janeiro – uma cidade marcada por tanta violência – sirva no futuro para alguma coisa e não caia no esquecimento como aconteceu com o assalto no mesmo Rio de Janeiro, onde o meno João Vitor, peso ao cinto de segurança, foi arrastado até a morte pelo carro onde se encontrava os assaltantes. Está na hora de termos coragem e fazer um debate mais profundo acerca do desarmamento. Não há dúvida de que a não aprovação do artigo 35 do Estatuto do Desarmamento no Plebiscito de 2005 foi um erro irreparável. A proibição da posse e comercialização de armas de fogo no Brasil, se aprovada, teria não só salvado muitas vítimas como talvez até evitado que essa tragédia ocorresse. Embora o contrabando de armas seja um problema, leis mais duras desestimulariam que pessoas adquirisse armas de fogo, ainda sim o número delas em circulação seria pequeno, já que a maioria delas é fabricada no Brasil. Mas como o interesse econômico muitas vezes está acima do bem estar da população, coisas assim acontece. Se armas de fogo não circulassem à vontade e não estivesse à disposição de quem quisesse comprá-las, aquele jovem até poderia ter invadido a escola para matar, só não teria feito tantas vítimas.