domingo, 31 de julho de 2011

LINUXSOCIALL: O LINUX TEM AGORA A SUA REDE









Há algum tempo que as redes sociais viraram sinônimo de internet. Aliás, muita gente só usa a internet exclusivamente para este fim. Talvez por isso as redes sociais ganharam um destaque e uma importância jamais imaginado há dez anos, quando a internet adquiriu proporções mundiais. Hoje é difícil encontrar alguém que não tenha pelo menos um perfil no Orkut, Facebook ou em outra rede social qualquer.
No entanto, estas redes são usadas em sua maioria para criar um grupo seleto de amigos, com os quais serão compartilhadas mensagens, fotos, vídeos ou participando de jogos online. Na maioria das vezes, o objetivo é mostrar para os amigos o seu dia a dia através de mensagens e fotografias. Não por acaso, uma das atividades mais comum nas redes de relacionamento seja justamente a postagem de fotografias.
Por outro lado existem aquelas redes sociais com objetivos específicos, cuja proposta não é expor a vida social ou particular de ninguém, mas tão somente reunir pessoas com interesses comuns.
Dentre esse segundo seguimento de redes sociais, há a LinuxSociall, uma rede criada por Elton Jamenix, cujo o objetivo é justamente reunir os amantes e simpatizantes do sistema operacional Linux e seus derivados para a troca de conhecimento e informações. O Linux, para quem não sabe, é um Sistema Operacional assim como o Windows, cujo diferencial é ser livre, capaz de se adaptar aos mais variados tipos de usuários e computadores. E o mais importante de tudo: é gratuito. Hoje o Linux está presente não só em computadores, mas também em tablets, smartfones e uma infinidade de dispositivos eletrônicos. Aliás, o tão badalado Android do Google é derivado do Linux.
E por falar em liberdade, o grande diferencial do LinuxSociall é justamente não ser mais uma rede social, e sim reunir pessoas interessadas em compartilhar conhecimento e trocar experiências na área de informática. Apesar de ter sido lançada há pouco mais de dois meses, é um grande sucesso. Há mais de 1.000 membros cadastrados e atuando de forma intensa.
Um grande diferencial que tornar o Linuxsociall interessante é a forma como os assuntos são organizados. Diferentemente de outras redes sociais, onde informações sobre o mesmo assunto estão espalhadas em comunidades, aqui as coisas são organizadas por grupo, tornando a busca bem mais fácil. E isto me chamou a atenção logo de cara. Por falar em chamar a atenção, outra grande jogada foi a criação de uma rede que mistura Facebook com Twitter.
Mas LinuxSociall não é só para os usuários do Linux como o nome pode levar a crer. É uma rede livre, onde os usuários podem opinar e participar para torná-la melhor; é uma rede onde é possível encontrar informações sobre tecnologia, novos dispositivos (como tablets e smartfones, por exemplo) e sobre o maravilhoso mundo da informática. Além disso, o usuário pode postar mensagens que não seja necessariamente sobre Linux, embora exista uma limitação de 5% para esse tipo de mensagem.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A MENINA DO ÔNIBUS - Capítulo 7 - parte 2

Ficamos de nos encontrar por volta das quatorze e trinta, próximo a minha casa. Havia uma pracinha ali perto e fiquei de aguardá-la naquele local. Poderia ter escolhido outro lugar ou mesmo ido buscá-la, contudo Ana Carla não quis. Disse preferir sair de casa sozinha e tomar um ônibus, pois assim corríamos menos riscos. Embora não me fosse trabalhoso apanhá-la, confesso que gostei da proposta; pois sobrava-me mais tempo para preparar a armadilha, uma vez que meus pais só subiriam para São Paulo por volta de onze horas. E eu não poderia, como já fizera antes, levantar suspeitas. Minha mãe era uma mulher observadora, e quando notava qualquer atitude minha fora do comum, logo vinha com indagações, querendo saber o que estava aprontando. Aliás, essa mania observadora de minha mãe teve um papel fundamental de seduzir uma jovem. Por um lado aprende com ela a observar cada nuance no comportamento das pessoas e usar isso a meu favo; por outro aprendi a ocultar possíveis mudanças no meu, embora isso às vezes não lhe escapava a uma observação mais atenta. Desta feita, enquanto não partissem, não poderia preparar o quarto, a sala, o banheiro e principalmente me produzir, fazendo a barba, escolhendo a melhor roupa para a ocasião. Enfim, seguindo o mesmo ritual de tantas outras oportunidades.
Talvez o leitor pergunte: “Mas o que preparar?” Talvez preparar não fosse bem a palavra, mas como não me vem à cabeça outra que o sirva, vai essa mesmo. Na verdade, era preciso colocar certos objetos nos seus devidos lugares, como por exemplo: arrumar as duas almofadas no sofá grande para que Ana Carla pudesse apoiar-se quando eu a deitasse, manter as cortinas fechadas para lhe dar mais segurança, etc, etc.... Haviam também detalhes que poderiam parecer insignificantes, mas que me era de extrema importância: trocar o lençol florido da minha cama por um branco, para que a mancha vermelha de sangue não fosse confundida com as cores do lençol; ou ainda, retirar da gaveta do criado mudo as quatro revistas pornográficas – embora não fosse aficionado por esse tipo revista, mantinha-as há algum tempo esquecidas na última gaveta – que surrupiei do meu pai meses atrás, revistas estas que se descobertas por Ana Carla – pois a maioria das mulheres que levei para minha casa tinha o costume de mexer nas minhas coisas – poderiam causar algum tipo de constrangimento e pôr meus planos por terra; no banheiro: deixá-lo bem arrumado, retirar uma ou outra peça íntima que meu pai e minha mãe costumavam esquecer dependuradas no box embora minha mãe fosse mais cuidadosa nesse ponto.
Mas houve tempo para arrumar tudo, sem pressa, inclusive para guardar o almoço que mamãe deixara sobre o fogão e lavar os pratos, uma vez que a d. Lurdes não trabalhava aos domingos. Não ficava bem deixar a cozinha toda desarrumada, pois certamente, depois de fazermos amor, sentiríamos fome e a cozinha seria um dos nossos destinos. E quando consultei o relógio e os ponteiros indicavam duas e dezenove, apanhei a chave sobre a mesinha da sala e fui esperá-la e vê-la descer do linha 1, o ônibus que teria de tomar para chegar ali. No entanto, isso não aconteceu, pois ao chegar à praça Ana Carla me aguardava. Numa das raras vezes, não se atrasou.
Suspeitando que algum vizinho pudesse nos ver entrando em casa e gerasse comentários nos dias subsequentes, como aconteceu com Maria Paula, cujo vizinho da segunda casa teve o prazer de fazer chegar aos ouvidos dos meus pais que eu num sábado, após estes terem ido à Santos, aproveitei que não estavam e introduzi dentro de casa uma jovem e permaneci lá por mais de duas horas, sugeri que entrássemos o mais rápido possível. Aliás, esse episódio ocorrido há mais ou menos um ano e meio causou um certo mal estar nas relações entre mim e minha mãe. A princípio, neguei as acusações, mas diante das evidências, pois uma vizinha muito sua amiga confirmou-as, embora tenho certeza de que não tenha visto nada.
Ana Carla correu os olhos pela mobília da sala, como eu imaginava. E talvez por pertencer a mundos diferentes, a maioria das jovens que eu levei para minha casa fizeram o mesmo. No entanto, parecia um pouco sem jeito, como se não soubesse onde olhar e o que olhar. E vendo-a inibida, como que perdida, sem saber o que fazer, convide-a sentar e assistirmos um pouco de TV. De todos os métodos usados até então, este se mostrara o mais eficaz. Talvez porque a TV tenha o poder de nos prender a atenção e ao mesmo tempo nos fazer esquecer de que estamos em terreno estranho; ou ainda devido ao fato de que a TV nos faça sentir como na própria casa. Bem, amigo leitor, os motivos não vem ao caso. O importante era fazê-la sentir-se melhor. Não estava com pressa e o tempo era meu melhor aliado.
Entabulamos alguma conversa da qual me recordo somente algumas frases desconexas. Na realidade, isso foi só uma forma descontraí-la, de fazer com que se sentisse o mais a vontade possível.
E funcionou.
Uns dez minutos depois, comportava-se como se estivesse em seu próprio lar. Lar foi um eufemismo; pois, o fato de estar em minha casa e não lhe causar desassossegos me parecia bastante claro. E afirmo isso com uma certeza inabalável, uma vez que ela se comportava como se estivéssemos no Anexo Secreto ou em um dos lugares onde costumamos nos encontrar. Aliás, o fato de estarmos ali, sem com o que nos preocupar deu-nos mais liberdades. E nossos beijos, que muitas vezes eram contidos em público, tornaram-se mais ardentes, desmedidos e também dir-se-ia escandalosos, beijos que nem no escurinho do cinema tivemos coragem de dar.
Em dado momento, já não contendo o ímpeto, fui me inclinando por cima dela. Ela, então, devido ao meu peso, foi deitando mansamente no sofá. Eram movimentos sutis, bem leves e pausados, mas calculados quase milimetricamente. E sem que Ana Carla percebesse -- ou se percebeu, também não se importou --, eu lhe estava por cima, com seu corpo preso ao o meu, como se houvesse caído numa armadilha. E então os braços dela me abraçaram vigorosamente, premendo meu corpo ao dela.
Ah, querido leitor! Precisava ver aquela cena. Dir-se-ia de um espectador numa exibição cinematográfica. Certamente ficaria profundamente afetado como muitas vezes ficamos ao assistir uma produção onde o roteirista, o câmera, os atores e a sonoplastia estavam todos ao mesmo tempo no melhor momento. E o fato de Ana Carla ter alguns centímetros a menos do que eu deu um toque especial à cena, pois, como no cinema, quando o homem é mais alto forma-se um todo mais perfeito. Mas os nossos corpos não eram tão desproporcionais assim como o leitor quiça possa pensar, pois era ela mais alta que a média para sua idade enquanto eu ficava na média para a minha. De forma que nossas diferenças de estatura não nos criavam problema.
Eu nem sei dizer ao certo quanto tempo me foi preciso para que minhas desesperadas mãos soerguessem-lhe a blusinha branca, num puxar um tanto descuidado, demonstrando afetação e impaciência. Ana Carla apenas me encarou com olhos desconsertados, quiçá imaginando até onde aquele gesto poderia nos levar.
Talvez ela estivesse um pouco envergonhada, confusa com o que poderia acontecer; ou ainda, prevendo os acontecimentos, sentisse medo e insegurança. O que é muito natural nessas horas, pois se imaginava a união de nossos corpos, sabia o tamanho do passo que estava dando, o quanto aquele gesto mudar-lhe-ia o destino. Embora, para mim, aqueles momentos representassem tão somente um capricho que perderia todo o sentido depois. Contudo, isso é tão somente divagações da minha cabeça. Não posso afirmar com absoluta certeza o que aqueles olhos deixavam escapar e queriam dizer. Primeiro, porque não me preocupei em saber; e segundo, porque a visão daqueles seios, embora não fosse a primeira vez, provocou-me uma intensa afetação, mais do que provocara ao tocá-los pela primeira vez ou quando, no cinema, empurrei a alça e os vi surgir; aliás, o fato de estarmos no cinema onde a pouca iluminação e estar atento para ver se ninguém nos observava foram decisivos para conter o êxtase.
Meu corpo tremeu de uma extremidade à outra, num fluxo rápido, quando meus olhos observaram toda a beleza dos pequenos seios dela. Se não bastasse a delicadeza e a beleza estonteante daqueles contornos, ainda havia as marcas de biquíni, esculpidas pelo sol, formando um triângulo quase branco, em contraste com o tom escuro do resto do corpo, o qual produzia uma imagem belíssima, impossível de descrevê-la. Já vira muitos seios desnudos, alguns tão ou mais belos que uma obra de arte, mas nada comparável àquele par. Isto é, talvez tomado pelo fascínio, eu tenha sido surpreendido e esquecido que Ana Carla estava ali para ser seduzida apenas. Talvez nesse exato momento eu tenha cometido o primeiro e o maior erro de todos.
Tomado pela emoção, por uma sensação de impotência, não sabia o que fazer. Ao mesmo tempo em que queria tocá-los delicadamente e sentir a maciez daquela pele jovem, como se fosse pegar um bebezinho que acabara de nascer, queria também mordê-los, apertá-los e acariciá-los com a língua, como se tais gestos fossem capazes de dar cabo das chamas a consumir-me. Eu não sabia escolher porque não conseguia pensar, discernir qual das duas possibilidades me daria mais prazer; eis a mais pura verdade. Aliás, quem consegue pensar nessas horas? A razão é suprimida, jogada para escanteio. E só o instinto primitivo e animalesco é quem toma as rédeas de nosso corpo, tornando-nos semelhantes a todos os outros animais, os quais agem inteiramente por instinto. Será que ainda sabemos o que é? Temos tanto medo dele, vergonha quando nos deixamos levar. Talvez por isso o prazer sexual tenha sido tão condenado em todos os tempos, principalmente pelos pregadores da moral pelo fato da luxúria mais nos afastar da ideia de que somos imagem e semelhança de Deus.
Imagino que uma sensação de deleite parecida com a minha deva ter-lhe acometido, ainda mais que o coração dela pulsava de impaciência. Sei disso porque, quando meus lábios tocaram-lhe o mamilo, um calafrio ou coisa parecida trespassou-lhe o corpo. Ela então aspirou um gemido, a mais pura expressão de prazer a escapar-lhe. Foi uma sensação nova, desconhecida, nunca experimentada – pelo menos com tamanha intensidade –; uma sensação tão forte e avassaladora como se ali houvesse uma chama prisioneira, ansiosa por fugir, a qual lhe quebrou qualquer resistência que ainda pudesse existir. E se ainda lhe houvesse um pingo de razão, de força para dizer “Não! Pare!” eu me teria dado conta disso; mas não havia. Aliás, eu não sentia outra coisa que não fosse o desejo de seguir em frente, de ir até as últimas consequências.
Após sentir, experimentar e sorver o suprassumo daquelas primeiras sensações, lembrei-me de acabar de retirar-lhe a blusinha. Para que deixá-la ali? Já não servia mais para cobrir-lhe os seios. Não passava de um estorvo, nada mais. Assim, peguei-a pelas bordas e a puxei para cima. Ana Carla estendeu os braços e então a peça de roupa foi parar em algum canto da sala.
Agora, vendo-a semidesnuda, senti necessidade de ter aqueles quentes e rijos seios em meus peitos; por isso retesei o tronco e arranquei de forma desesperada a camiseta. Esta também voou pela sala, como se alguém brincasse de atirar coisas a ermo. Ah!, caro leitor, não se pode imaginar a sensação deleitosa que experimentei ao tê-la tão submissa em meus braços! Por mais que o amigo tenha o dom da divagação, ainda sim estará aquém de compreender-me. Pois nem mesmo eu pude acreditar que experimentava algo tão intenso assim. Tudo me parecia novo, como se fizesse aquilo pela primeira vez.
O fogo continuava a consumir-me as entranhas, mas eu não queria ser apressado demais. Que me incinerasse e me consumisse por completo, até a alma, onde não restasse mais nenhum vestígio. Ainda sim não teria pressa. Queria saborear aquele momento como se fosse o único, o que não deixava de ser verdadeiro. Era como experimentar uma iguaria ciente de que talvez jamais se vá experimentá-lo novamente; então se vai querer degustá-lo aos poucos, pedacinho por pedacinho, para sentir-lhe o mais saboroso néctar -- aliás, com fizera com Ana Paula, embora naquela oportunidade tenha deixado o controle da situação escapar-me entre os dedos. Agora porém isso não haveria de acontecer pois no fundo sabia desde o momento em que vi Ana Carla que se a tivesse não teria outra igual. Não queria fazer tudo correndo, como se a estuprasse, como fiz com Rosemeire cujo desejo era tão somente em arrancar-lhe a roupa e manchar sua pureza no menor tempo possível, pois tratava-se de um ser tão desprezível que estuprá-la era prestar-lhe um favor.
Mas não vá pensar que estava eu sendo de todo egoísta. Preocupava sim, em primeiro lugar, com o meu próprio prazer, em levá-lo às últimas consequências. Todavia, eu também queria que, de alguma forma, aquele momento fosse mágico, magnífico, prazeroso e inesquecível para Ana Carla. Não desejava fazer-lhe o mesmo que fizera com Silmara, a filha mais jovem da faxineira, onde propositalmente não lhe dei prazer algum. E apesar de estar prestes a possuir uma jovem de 14 anos – coisa inédito até então e o que poderia ser um incentivo a mais para não me preocupar com ela, pois certamente não a veria outra vez – e querer-lhe tão somente a jovialidade e a pureza do sexo havia o cuidado em não lhe frustrar, em não lhe passar a percepção de que sexo é tão somente o prazer masculino, como ainda o é em muitos povos, onde meninas são até mutiladas com a extirpação do clitóris para evitar que sintam prazer. No íntimo, embora não soubesse os motivos, queria compartilhar com ela aquelas sensações, com se o fato de ser tão jovem aumentava a minha responsabilidade. Seriam sensações diferentes na verdade; mas sensações mágicas. E estava disposto a fazer de tudo para que ela pudesse pelo menos sentir parte do deleite que estava sentindo.
Sim, querido leitor! Isso pode lhe parecer estranho, mas era a pura verdade. No começo, quando a conheci, eu pensava apenas em mim, em satisfazer exclusivamente meus caprichos, como se Ana Carla fosse uma ponte para um prazer ainda maior, como se ela não possuísse sentimentos e desejos. Isso porém, à medida que fui me envolvendo, foi mudando; aliás, só me dei conta disso naquele domingo, quando o desejo e as sensações confundiram-se com os sentimentos. Eu ainda pensava mais em satisfazer meus desejos, meus impulsos sexuais, do que nos males que poderia causar-lhe; contudo, pelo menos naquele momento ímpar, eu queria dividir com ela as sensações oriundas de nossa longa (e inédita para ela) viagem ao universo do prazer.
Levantei por uns instantes para contemplá-la à distância, feito o artista que, ao terminar uma obra, afasta-se a fim de vê-la como um todo e assim poder apreciar-lhe toda a beleza, beleza que só a uma certa distância pode ser vista. Queria olhar e ver aquele corpo seminu, coberto somente com aquela minissaia tão curta que parecia ter se encolhido ao lavar. Meus atentos olhos não só admiraram aquelas coxas como também foram descaindo lentamente até a sandália preta em seus pequeninos pés. Sandálias essas que por um motivo inexplicável chamou-me deveras a atenção.
-- Você está com medo? – arrisquei a perguntar.
-- Um pouco – respondeu Ana Carla com os olhos fixos no meus.
-- Não precisa ficar. Na primeira vez é assim mesmo. Eu também já passei por isso, por isso sei como é – quis confortá-la, dizer-lhe algo capaz de diminuir-lhe a tensão. – Você vai ver! Depois vai até achar engraçado de ter ficado com tanto receio em fazer uma coisa tão gostosa e que todo mundo faz.
Ela consentiu com um sorriso. Percebi que foi um sorriso forçado, mas não dei importância. Era uma flor que fora levada a desabrochar e não tinha mais como recuar. Precisava seguir adiante, ir até o fim, sem demonstrar medo, pois qualquer sinal de insegurança poderia fazê-la recuar.
-- Você também está com muita vontade de fazer isso, não está?
-- Hum, hum.. – balbuciou ela, meneando a cabeça afirmativamente.
Talvez ela tenha concordado apenas para me agradar, para ser gentil. Contudo se esta foi sua intenção é preciso concordar que conseguiu. Não só me agradou como me deu a certeza de que o momento tão esperado havia finalmente chegado. Podia levá-la para a cama, despi-la e possuí-la que não imploraria para parar, como fez a Silmara, Daniela e tantas outras, cuja recusa só me deu mais forças para seguir em frente.
-- Então não tenha medo – falei. – Vai ser muito gostoso. – Levantei e peguei em sua mão. – Então venha cá.
Ela levantou e fomos para o meu quarto.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

LEMBRANÇAS DE UM VELHO COITADO


















As velhas lembranças de um pobre coitado
É tudo que lhe resta de um glorioso passado
Quando o mundo tão cheio de possibilidades
Parecia-lhe um convite para a felicidade.

A felicidade, se veio, ele a deixou passar
Levando-lhe os sonhos que ainda estava a sonhar.
E os anos que passaram tão rapidamente
Deixaram-lhe marcas de dor – uma dor pungente.

Ah, se o poder de voltar no tempo lhe fosse dado
E tudo de errado pudesse ser consertado!
Buscaria extrair o melhor de cada verdade
Mesmo onde só houvesse um mar de falsidade.

Mas em tudo se deixou acreditar
E em desilusões veio a se afogar
E o tempo com sua pressa delirante
Levou-lhe os sonhos e a vida infelizmente.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 19

Estava sentado na areia pensando no ato vergonhoso que acabara de cometer, quando um som diferente veio da floresta. Primeiro, foi uma espécie de urro; em seguida, estalos de folhas como se alguém ou alguma coisa se aproximasse. Aquilo me tirou de minhas divagações e me fez sentir medo e pavor. Ainda sob o efeito do pecado, sob o temor de que a minha alma estava perdida, de que as chamas do inferno fossem o meu destino achei que aquele som era da morte, que vinha me buscar pelo que tinha feito.
Como numa reação natural, levantei de supetão e me pus a correr em direção à água, onde Luciana se encontrava. E eu corri como um bandido em fuga. Ela me viu se aproximar com uma velocidade espantosa e resolveu perguntar:
-- O que foi? Tá fugindo da polícia?
Não consegui dizer palavra. Apenas me aproximei dela e virei de frente para o local de onde aquele som havia partido.
-- O que foi que aconteceu? – insistiu ela.
Com a voz trêmula de medo consegui falar:
-- Tinha alguma coisa lá – apontei.
Luciana olhou, mas não viu nada. Aliás, nem poderia; apesar da lua cheia, estava bastante escuro.
-- Mas o que era? – quis ela saber.
-- Não sei. Não deu para ver.
Ela parecia manter-se calma, como se não acreditasse nas minhas palavras.
-- Então como você sabe que tinha?
-- Por que eu ouvi.
-- Ah. Deixa de ser bobo. Não foi você mesmo quem disse que essa ilha é deserta? – lembrou-me ela.
Concordei. De fato não havia encontrado nada na ilha quando a rodeamos no primeiro dia. Só que eu tinha certeza de ter ouvido alguma coisa por entre os arbustos. Tive a impressão de tratar-se de um monstro ou até mesmo um grande animal. Talvez não fosse nada. Ou aquilo fosse tão somente produto da minha imaginação, consequência do medo de ser castigado por Deus por estar praticando atos libidinosos com Luciana. Como eu poderia saber que não estava fazendo nada demais? Eu estava agindo feito idiota pensar uma coisa dessas. Só que eu ainda era um rapazinho que não sabia quase nada da vida. Luciana, por ser mais velha e por convier num ambiente mais liberal, tinha mais experiência; aliás, bem mais experiência do que eu. Comparado a ela eu era quase um idiota. E sabia das minhas limitações. No entanto, isso não me impedia de ser o que eu era: um garoto. Aquela ilha transformar-nos-ia e nos faria todos perder a inocência, mas naquele momento havia uma barreira que me impedia de ir adiante: a religiosidade e consequentemente o temor do pecado. A ideia distorcida do pecado e a imaginação fértil para antever os mais terríveis castigos por cometê-lo me causava os mais terríveis dos medos.
-- Vem – chamou ela pouco depois. – Vamos voltar pra cabana antes que alguém acorde e não encontre a gente. Vão acabar pensando besteiras.
-- É mesmo – concordei.
Principiamos a sair da água. Ainda olhei na direção onde estivera momentos antes para ver se não havia nada.
-- Que negócio esquisito aquilo – disse ela quando saíamos da água. – Deixou minha mão grudenta.
-- Que negócio?
-- Ora! Não se faça de idiota! Aquilo que saiu dele – disse ela apontando para o meu falo.
Não lhe respondi. Até porque não sabia mesmo o que lhe dizer. Voltar a esse assunto me constrangia. Talvez por isso eu tenha me calado.
-- Foi esquisito quando ele saiu – afirmou ela com naturalidade, deixando bem claro que não se sentia constrangida em discutir o assunto. Aliás, estava bastante interessada em saber mais. Eu por minha vez me sentia o oposto: gostaria de não falar mais no assunto. Só que não queria dar o braço a torcer. Não queria que ela soubesse como eu estava me sentindo. Pois se ela percebesse, eu me sentiria ainda mais inferior e certamente ela usaria isso para tirar algum tipo de vantagem.
-- Esquisito como?
-- Você começou a se contorcer todo. E ele também. Ficou maior e começou a se mexer sozinho.
-- Ah...
-- Isso sempre acontece?
-- Ah, não sei. Nunca prestei atenção. Acho que sim...
-- Na hora você deu um gemido e aquilo começou a sair. O que você sentiu? – Estávamos chegando à cabana. O fogo ainda permanecia como havia deixado e aparentemente as meninas continuavam a dormir.
-- Ah, não sei explicar – quis encerrar o assunto. De fato eu não sabia como explicar o que sentira. Era como se algo se apoderasse de mim por alguns instantes e, ao me libertar, deixasse-me sem forças, sonolento, quase desmaiado. Como eu poderia dizer se nem eu mesmo entendia o que acontecia?
-- É bom ou é ruim? – insistiu ela.
-- Por que você quer saber?
Nisso entramos na cabana. Ana Paula e Marcela dormiam um sono profundo, como se estivessem em casa, nas suas próprias camas.
-- Só por curiosidade. Vai!... Diz! – insistiu ela.
-- É bom – respondi com certa rispidez, para que ela não me fizesse mais perguntas.
-- Eu imaginei – disse ela, sentando-se onde estava sentada pouco antes.
Houve um novo silêncio. Não durou por muito tempo, mas foi um silêncio terrível.
Nesse ínterim, pensei no som que ouvira. Eu não poderia ter me enganado. Havia alguma coisa se aproximando. E não era algo pequeno. Talvez já estivesse ali me observando a espera do melhor momento para me atacar. “Meu deus! Eu poderia ter sido devorado”, pensei. E ao ter esse pensamento, um frio correu pelas costas de cima a baixo e meu corpo tremeu por inteiro. “E se tiver algum monstro nessa ilha? E se ele nos atacar de noite, quando a gente estiver dormindo? Ele pode estar só esperando a gente dormir. Tenho que falar com elas. Temos que ter cuidado. Temos que conversar sobre isso amanhã”, continuei.
-- O que foi? – perguntou Luciana pouco depois.
-- Estou preocupado – respondi.
-- Com o quê?
-- Com aquele barulho que ouvi lá onde a gente estava – expliquei.
-- Você deve ter se enganado.
-- Não sei não – discordei.
-- Amanhã a gente dá uma olhada – sugeriu ela, encostando-se em mim e apoiando a face nos meu ombro direito.
Houve mais um silêncio.
Não tardou para que ela adormecesse novamente.
Fiquei ali, aguardando mais um pouco até chegar o momento de despertar as outras duas para vigiarem a fogueira. Nesse ínterim tentei pensar no dia de amanhã; no entanto, a lembrança daquele som estranho não me saia da cabeça. Era como se minha vida tivesse corrido um grande risco. Eu não queria admitir, mas estava morrendo de medo. Essa era a verdade.

terça-feira, 12 de julho de 2011

SONHOS DE UM SONHADOR

A noite está chegando
E o meu tempo está no fim
E meus sonhos se desfazendo
Sem ter-te para mim


Eu daria tudo na vida
Para ter-te por um dia
E poder dizer-te, querida,
Que por ti eu até morreria.


Eu me atiraria aos seus pés
E me tornaria seu escravo
Trabalharia até por dez
Sem exigir um único centavo


Mas tudo não passa de ilusão
Sonhos de um sonhador
Que vive a alimentar seu coração
Com pouca razão e muito amor

quinta-feira, 7 de julho de 2011

É SÓ DISSO QUE PRECISO

Um sorriso tão belo assim,
Tão inocente e virginal
É como deparar enfim
Com a aurora boreal,

Cuja beleza estonteante
Faz os olhos brilharem
E as emoções efervescentes
Em sonhos se transformarem.

Eu quero ter essa inocência
Nos braços de minha malícia
E sorver com paciência
Cada gota dessa delícia

Eu quero só para mim
A inocência de um sorriso
Desconhecido, pois enfim
É só disso que preciso.

sábado, 2 de julho de 2011

SALVE-SE QUEM PUDER

Há um forte cheiro de crise econômica no ar. E não é daquelas passageiras, que afeta uma meia dúzia de países sem fazer muito estrago. Ao que tudo indica, a crise que se aproxima poderá ser bem pior que a última cujos principais protagonistas foram os EUA e alguns países europeus. Os EUA continuam a capengar e sua moeda (o dólar) a a se desmanchar feito papel velho, deteriorado pela ação do tempo e das traças.
A Europa então nem se fala. A Grécia, apesar de todos os esforços, não terá outra alternativa a não ser o calote. O aperto aprovado só vai gerar mais desemprego e uma retração sem precedentes na economia grega, reduzindo ainda mais as receitas, o que fatalmente dificultará ainda mais o pagamento das dívidas. Só não ver quem não quer que a Grécia está num buraco sem saída: ou o calote ou o calote No mesmo caminho está Portugal, embora em melhores condições, que vai sofrer uma grande retração com o aperto proposto pelo parlamento. Talvez Portugal até escape de um calote mas a um custo alto demais. Em situação difícil também está a Irlanda, Itália, Islândia, e mais um outro país cuja crise pode se agravar nos próximos meses. Na realidade o calote grego vai desestabilizar o Euro e afetar a maioria dos países europeus. Inclusive a toda poderosa Alemanha..
Se não bastasse todos esses problemas, ainda temos a instabilidade no Oriente Médio, onde a crise pela qual passam Egito, Síria, Líbia, Tunísia e Iêmen está afetando profundamente a economia desses países. Embora não representem muito nas importações e exportações globais, o pouco que representam já é o bastante para tornar mais difícil uma situação difícil. De mais a mais, a ondas de revoltas populares nesses países pode contaminar outros cuja importância econômica seja bem mais significativa, como Arábia Saudita por exemplo. Aliás, uma instabilidade política no Irã é capaz de afetar toda a região, provocando um grande nervosismo nos mercados financeiros a ponto de provocar grandes perdas nas bolsas de valores. E para finalizar, há ainda os desastres naturais, capazes de provocar grandes prejuízos, como os terremotos no Japão, vulcões ao redor do mundo, etc, etc... Enfim se a metade desses problemas ocorrerem ao mesmo tempo, o mundo viverá um caos sem precedentes e muitas economias irão à bancarrota. E convenhamos, o Brasil se saiu muito bem da última crise, mas não passará imune a próxima. Salve-se quem puder.