O Brasil
é um país que carece de infraestrutura. E isso não é novidade
para ninguém. O problema é que o governo federal investe pouco
nessa área, uma vez que não há dinheiro disponível para grandes
investimentos; pois se o fizer, vai comprometer as contas públicas,
o que levará a uma fuga de capitais, disparada do dólar e do custo
país e inevitavelmente um aumento da inflação como correu no final
da década de 70 e ao longo dos anos 80. Dessa forma, o Governo
Federal está de mãos atadas. E assim ficamos nesse círculo
vicioso: o país não cresce porque falta infraestrutura, não se
investe em infraestrutura porque o país não cresce e não sobra
dinheiro. Uma saída para resolver esse impasse seria a iniciativa
privada fazer tais investimentos, mas para isso teria de haver uma
redução da carga tributária e incentivos fiscais, o que a curto e
médio prazo reduziria o caixa do governo e a sua capacidade de
manter sob controle as contas públicas. Aliás, diferentemente da
China e de outros países, nós, os brasileiros, tenos o costume –
um péssimo costume aliás – de não pensar a longo prazo. Não
falo só de nossos governantes, mas da população como um todo. Os
governantes, na realidade, não o fazem porque isso não rende votos
e isso, no fim das contas, acabará beneficiando tão somente os
próximos governantes, que muito provavelmente será da oposição.
Infelizmente essa é uma realidade que acaba atrapalhando o
desenvolvimento do Brasil. Não defendo o sistema de partido único
da China, mas lá eles não tiveram esse problema e puderam fazer os
investimentos sem se preocupar com quem estaria no poder daqui há
dez ou vinte anos. De forma que, diferentemente da China, estamos
condenados a ter um crescimento baixo por toda a vida, a não ser que
se mude a forma de pensar tanto de nossos governantes quanto da
população como um todo, pois um povo que não sabe poupar e
investir corretamente estará sempre jogando dinheiro fora.
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