Dez
meses depois, a França sofre um novo ataque terrorista promovido
pelo Estado Islâmico, matando até o momento 129 pessoas. E
justamente a França que é um país democrático, tolerante,
multirracial e berço da luta pelos direitos humanos. Nenhum país
merece uma barbárie dessas, menos ainda a França. Mas terroristas
não escolhem vítimas e muito menos o país. Querem apenas promover
o caos, a comoção popular e combater a liberdade, a igualdade e a
fraternidade. É um dos poucos meios que dispõem para chamar a
atenção, para mostrar alguma força. Embora não pareça, no fundo
os líderes dessa organização terrorista sabem que não vão chegar
a lugar algum, que lutam uma guerra perdida. Por isso, eles usam os
meios mais bárbaros para demonstrar força e poder, seja nos
territórios onde dominam, seja nos lugares mais democráticos do
mundo. Aliás, nada lhes é mais perigoso que a democracia. Eles a
temem tanto, ou até mais, quanto temem o Diabo. A escolha da França
não foi um acaso. Os franceses fazem parte da coalizão que vem
promovendo ataques aos territórios dominados por esses terroristas.
E de todos os integrantes da coalizão, a França talvez seja o país
onde os terroristas teriam maiores chances de serem bem sucedidos e
onde poderiam causar maior comoção. Talvez os EUA fossem o alvo
desejado, mas o sistema de vigilância norte americano certamente
frustraria qualquer tentativa de um ataque de grandes proporções.
Nos outros países da coalizão, um ataque assim talvez até
provocasse mais danos e mortes, mas não teria o mesmo efeito e no
ocidente isto seria mais uma notícia corriqueira, sem muita
relevância. Daí a França. E de fato conseguiram o que desejavam.
Não resta dúvidas de que foram bem sucedidos. Resta saber o que os
franceses farão. Somente uma resposta capaz de provocar perdas
incalculáveis ao Estado Islâmico fará com que desistam de novos
ataques. Talvez o mais sensato a fazer seja o envio do que há de
mais moderno em armamento bélico e de um grande contingente de
tropas para lutar em várias frentes, em conjunto com o exército
iraquiano numa das frentes e com os curdos em outra. Chegou a hora de
reconhecer que ataques aéreos por si só não vai derrotar esses
terroristas, pois tendem a se dissiparem e combater os inimigos com
atentados terroristas. Só há um meio de acabar com isso:
dizimando-os. Ou isso ou é só questão de tempo para novos
atentados terroristas. A França está numa encruzilhada e se deseja
continuar a ser um exemplo de tolerância e democracia terá de fazer
sacrifícios. Não há outra saída.
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