quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PELOS TERREMOTOS DA DÚVIDA

Muitas vezes, na angústia de momento, quando nos sentimos perdidos dentro de nós mesmos, e num mergulho nas profundezas do “EU”, a reflexão acerca da vida é inevitável. Talvez para pessoas comuns, tais reflexões ou resultam numa mudança prática de atitude ou se perdem para sempre como normalmente ocorrem com nossos pensamentos. Mas para um poeta tal acontecimento pode ir além e trazer, como num parto, um poema que em outras circunstâncias jamais teria vindo ao mundo. Assim foram os versos abaixo:

Minha fé tantas vezes abalada
Pelos terremotos da dúvida
Não resistiu. E acabou soterrada
Por falta de bases bem construídas

Minha crença num poder divino
Ou em algo além da vida,
Desde os tempos de menino,
Era frágil. E hoje está perdida.

Talvez imagina-se que há um vazio
Nos corações de almas assim
Mas estas são como águas de um rio
Que no oceano encontram o fim.

Um mar de possibilidades faz-se da vida
Sem o temor do castigo divino
A dor e a alegria são bem vindas
E aceitas como consequências do destino

A crença de que além da vida não há nada
Leva-me a viver nesta única vida
Cada momento de forma apaixonada
Ou então tê-la-ei desperdiçada.

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