Um
diz que o homem atual é um alienado (Marx) e o outro que ele vive
num Niilismo (Nietzsche). Embora cada um tenha lá seus argumentos e
seus pontos de vista, tenho de concordar que estão certos. A
impressão que tenho é de que as pessoas, mergulhadas numa
modernidade onde a informação pipoca aos quatro ventos, não
conseguem lidar com elas e se sentem impotentes diante do
conhecimento. Claro que muita gente esbarra nas próprias convicções
e naquilo que lhe foi ensinado pelos pais e por todos que o cercam
desde os primeiros anos de vida. Mas por que não questionar a mais
inquestionável das convicções, mesmo que seja para afirmar a
própria convicção? E uma das questões que as pessoas resistem em
questionar é justamente a religião e a crença em Deus. Como um bom
ateu, não quero destruir a crença de ninguém (só os
fundamentalistas tentam te convencer a acreditar naquilo que
acreditam). Mas há alguns fatos difíceis de ignorar. Como este: Que
as religiões vivam do sofrimento, da doença, como afirmou Nietzsche
acerca do cristianismo ao dizer que "o
cristianismo tem por base o rancor dos doentes, o instinto voltado
contra os sadios,
contra a saúde",
e da miséria, como afirmou Marx ao declarar que a “a religião é
o ópio do povo”, do ser humano, com algumas raras exceções, eu
não tenho dúvida; pois sem isso as religiões já teriam sido
varridas da face da terra há centenas de anos. Mas o que eu não
conformo é ver pessoas ditas “inteligentes” e com um grau de
conhecimento satisfatório acreditar num Deus rancoroso, vingativo e
ciumento que precisa ser louvado o tempo todo, de um lado; e por
outro, um deus que está disposto a satisfazer os nossos mais
insignificantes e absurdos desejos. Ou essas pessoas se fazem de
idiotas ou são tomadas pela mais absurda ingenuidade. Num ou noutro
caso elas não devem ser levas muito a sério. Citando Nietzsche mais
uma vez, eu pergunto: Será que as pessoas não se dão conta de que
"O Homem, em seu orgulho, criou
a Deus a sua imagem e semelhança"?
Nenhum comentário:
Postar um comentário