O
Nascimento da Tragédia não é só a primeira obra publicada por Nietzsche,
mas é também onde o jovem Nietzsche começa a expor aquilo que seria a
base de toda a sua filosofia e o que seria nas obras posteriores
aprofundado. Assim o leitor que abre as páginas desse pequeno livro,
deparará com a oposição entre o apolíneo (forma, beleza visual e
compreensão racional) e o dionisíaco (horror, êxtase, sensualismo,
frenesi irracional), o conceito de arte e o que esta representa para um
povo, a crítica ao racionalismo, ao platonismo e consequentemente ao
cristianismo. Por outro lado, ainda profundamente influenciado por
Richard Wagner e por Schopenhauer, acreditava na recuperação da cultura
moderna, a qual considerava decadente, a partir da cultura grega.
Basicamente, a obra traz à tona, de um lado, uma interpretação nova e
original da tragédia e da cultura grega e a influência da arte na
valorização da vida através do apolíneo e do dionisíaco; de outro lado, a
crítica ao racionalismo moderno tem como contraponto a música de
Richard Wagner, no qual Nietzsche vê como um restaurador da cultura
grega e aquele capaz de disseminá-la na cultura alemã. Apesar da
inegável influência de Schopenhauer, Nietzsche nessa primeira obra já
combatia a resignação pessimista e a negação da vida do pensador alemão,
para o qual a vontade é a fonte de todo o sofrimento. A reconciliação
entre Apolo e Dionísio e as consequências disso para a cultura moderna é
o tema dos últimos capítulos.
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