sábado, 18 de maio de 2013

O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA (NIETZSCHE)

O Nascimento da Tragédia não é só a primeira obra publicada por Nietzsche, mas é também onde o jovem Nietzsche começa a expor aquilo que seria a base de toda a sua filosofia e o que seria nas obras posteriores aprofundado. Assim o leitor que abre as páginas desse pequeno livro, deparará com a oposição entre o apolíneo (forma, beleza visual e compreensão racional) e o dionisíaco (horror, êxtase, sensualismo, frenesi irracional), o conceito de arte e o que esta representa para um povo, a crítica ao racionalismo, ao platonismo e consequentemente ao cristianismo. Por outro lado, ainda profundamente influenciado por Richard Wagner e por Schopenhauer, acreditava na recuperação da cultura moderna, a qual considerava decadente, a partir da cultura grega. Basicamente, a obra traz à tona, de um lado, uma interpretação nova e original da tragédia e da cultura grega e a influência da arte na valorização da vida através do apolíneo e do dionisíaco; de outro lado, a crítica ao racionalismo moderno tem como contraponto a música de Richard Wagner, no qual Nietzsche vê como um restaurador da cultura grega e aquele capaz de disseminá-la na cultura alemã. Apesar da inegável influência de Schopenhauer, Nietzsche nessa primeira obra já combatia a resignação pessimista e a negação da vida do pensador alemão, para o qual a vontade é a fonte de todo o sofrimento. A reconciliação entre Apolo e Dionísio e as consequências disso para a cultura moderna é o tema dos últimos capítulos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário