quinta-feira, 3 de junho de 2010

A MENINA DO ÔNIBUS - Capítulo IV - parte 4

O leitor talvez esteja se interrogando de uma forma um tanto incrédula acerca dos acontecimentos acima, uma vez que não se pode acreditar que uma jovem permita uma ousadia dessas em tão pouco tempo, ainda mais de alguém que ela mal conhece. Tem razão, leitor. Ainda mais se este leitor for pai ou mãe de uma menina. Acredito inclusive que muitas delas não permitiriam tal coisa e não agiriam dessa forma. O problema no entanto não são as mocinhas, mas o homem a envolver-se com elas. Não são elas quem se deixam levar e permitem tais coisas, apenas são induzidas de tal forma que não há escapatória; ou seja: não há como recusarem. E quem afirma isso, amigo leitor, não é nada mais nada menos que alguém acostumado a fazer tais coisas. Como já tive oportunidade de comentar, até hoje só uma jovem não caiu nas minhas artimanhas. Não acredito que as outras desejassem realmente se entregar, sabendo que a virgindade é um tabu. Talvez o maior erro dos pais seja justamente o fato de não preparem suas filhas para enfrentar situações como essas, pois preferem antes de tudo mantê-las na ignorância, alheias a tudo em se tratando de sexualidade. Não por acaso, quanto mais desinformada for a jovem, mais fácil seduzi-la. Por quê? Porque aquilo tudo lhe é novo, estranho. De forma que diante de uma situação assim qualquer ser humano fica sem saber como proceder. Ana Carla, embora demonstrasse ser uma jovem inteligente, não fugia a essa regra. Certamente seus pais – ou melhor sua mãe –, por razões culturais não lhe ensinara nada. Uma jovem esclarecida não teria me deixado introduzir-lhe o dedo na vulva, pois saberia onde este poderia parar.
Ana Carla ainda chegou a deduzir antes de ser tarde, mas outras não tiveram a mesma astúcia. Dentre muitas que caíram na minha lábia nos últimos oito ou nove anos – pois foi a partir dos dezoito anos que passei a aperfeiçoar os métodos de sedução e aplicá-los a todos as mulheres que me interessassem – a maioria não se opôs à introdução do dedo na vagina em prazo tão curto. Silmara, que o leitor já conhece, embora contasse com seus dezoito anos, resistiu na primeira tentativa no terceiro dia, mas não resistiu à quarta no dia seguinte. Aliás, minha desconfiança de que talvez não fosse virgem partiu daí, quando, no banheiro de casa, sentada no meu colo com as pernas abertas, introduzi-lhe totalmente o dedo médio enquanto beijávamos (meus pais não estavam em casa e sua mãe havia ido ao supermercado comprar produtos de limpeza). O dedo brincou de ir e vir por algum tempo. Eu só não tirei o falo e lho meti na xoxota (estávamos sentados sobre a tampa do vazo sanitário, pois eu me preparava para entrar no banho) porque não queria fazer aquilo de forma apressada. Queria possuí-la num quarto de motel já que era maior de idade.
Aliás, por falar em inocência, nem todas eram inocentes. Houve dois ou três casos em que fui surpreendido com tamanha ousadia. Não vou relatá-los por hora, e se aparecer uma oportunidade não deixarei de matar-te a curiosidade, leitor. Ao invés de falar de minhas aventuras, de coisas sem importância, prefiro continuar minha história com Ana Carla. E por falar nisso, encerro este capítulo com suas anotações feitas no dia seguinte, domingo, 28 de novembro de 1999.

Antes do almoço.
Ainda estou deitada na minha cama, lembrando da gente ontem no cinema. Estou morrendo de saudades dele! Será que ele já acordou? Acho que sim. Já são quase dez horas. Ainda bem que a minha mãe não está em casa, porque assim posso escrever sem medo dela entrar de repente no meu quarto.
Ah, meu querido diário! Só você mesmo para me ouvir sem brigar comigo. Às vezes, fico morrendo de vontade de contar para alguém o que está se passando. Pensei em contar para a Marcela ou para a Bianca, mas não posso. Ninguém ia me entender. Como elas iam poder me entender, que estou apaixonada por um rapaz que quase tem idade para ser meu pai? As pessoas só veem as aparências, aquilo que querem ver. Elas só iriam me criticar, brigar comigo, falar que eu estou ficando doida. Coisas desse tipo. E quanto a ele então? O que não iam dizer? Certamente iam falar que ele só está querendo aproveitar de mim, que só quer transar com uma menininha nova, que só quer tirar a minha virgindade e depois desaparecer da minha vida. Sei que é isso que as pessoas sempre pensam. Se isso tivesse acontecendo com alguma de minhas amigas, talvez eu também pensaria do mesmo jeito. Mas sou eu quem estou vivendo essa situação. E sei que as coisas não são assim. Eu sinto que ele também me ama.
Sempre que eu digo pra ele que amo ele, ele responde que também me ama. No começo ele não dizia nada, mas agora ele diz. Ontem mesmo, quando estávamos saindo do Cinema. Eu estava tão feliz, feliz como nunca havia me sentido em toda a minha vida. E então pulei dos braços dele, dei um longo beijo naquela boca gostosa dele, naqueles lábios grandes, e disse que o amava tanto, que seria capaz de fazer qualquer loucura por ele. Ele respondeu: Eu também, minha florzinha! Hum... como eu fiquei feliz de ouvir aquilo. Meu coração até transbordou de ternura, e meus olhos quase se encheram de lágrimas. Nossa! Estou loucamente apaixonada por ele.
Eu sei que, às vezes, ele é um pouco atirado demais e passa da conta. Ontem mesmo! Não deveria ter tentado enfiar o dedo em mim. Eu queria que ele tivesse continuado só passando ele ali por cima. Eu teria deixado ele me acariciar o tempo que quisesse, mas quando ele enfiou, eu fiquei com medo. Sei que de vez em quando sou muito boba, e até inocente demais, achando que ele ia realmente enfiar o dedo lá dentro. Talvez nem fosse. Ele sabe que eu sou virgem, e não vai querer tirar a minha virgindade no cinema com o dedo. Quando isso acontecer, vai ser com o troço dele, com a gente fazendo amor. Mas isso ainda vai demorar.
Ah, se ele imaginasse que estou deitada na minha cama sem roupa, inteiramente nua! Será o que ele ia fazer? Estive me olhando no espelho agorinha e sabe o que descobri, meu diário? Que eu sou muito bonita, gostosa. Uma verdadeira gata! E quando eu tiver meus dezoito anos então? Ele vai se orgulhar tanto de sua mulher. Já pensou ele deitando e acordando todos os dias com um avião desses? Olha só o meu traseiro! Que bunda linda e redondinha. Tudo no lugar. Eu achava minha bunda grande e feia. Mas agora acho que ela é linda. As das minhas amigas é que são pequenas demais. E meus peitos então? Ele come eles com os olhos. Percebo como ele fica louco por esses peitos cheios e redondos. Imagine se eu fosse que nem a Marcela ou a Roberta, que tem a minha idade, e tem uns peitinhos que nem aparece direito? Duvido que, se eu tivesse aqueles peitinhos, ele teria se interessado por mim. Ele se interessou porque eu sou gostosa. Por isso aqueles idiotas também ficam mexendo comigo na escola.
Meu deus! Já são quase onze horas! É melhor eu me levantar e arrumar meu quarto antes que minha mãe chegue. Senão ela ainda pode acabar me dando uma surra.

Noite
Estou morrendo de raiva. Me dá vontade de sumir de casa. Eu liguei depois do almoço para ele e combinamos da gente se encontrar mais tarde. Sabia que não ia ser fácil, mas mesmo assim prometi que ia dar um jeito. Mas meu pai resolveu ir na casa de minha tia que está doente. Eu disse que não queria ir e que ia ficar na casa da Marcela, mas ele não aceitou. Falou que eu também ia e não se falava mais nisso.
Quando vi que não tinha jeito mesmo, disse que ia à casa da Marcela avisar que não ia ficar com ela, mas só usei essa desculpa para ligar para ele e dizer que não ia dar para nos encontrar. Ele me pareceu um pouco chateado, mas disse que não tinha problema. “Vamos ter muitas oportunidades de nos encontrar, minha florzinha!”, foi o que ele disse.
Eu também sei que não vão faltar oportunidades de ficarmos juntos, mas é que eu não quero deixar ele sozinho em pleno domingo. Já pensou se ele resolve sair para dar umas voltas e alguma vagabunda resolve dar em cima dele? Essas meninas de hoje em dia não podem ver um homem bonito, delicado e atencioso que já querem se esfregar com eles. Já pensou se ele se encanta por alguma dessas vagabundas? O que vai ser de mim? Eu o amo mais do que tudo no mundo. Ele é meu só meu! E não vou deixar nenhuma vadia se engraçar com ele não. Porque se eu ver, quebro ela todinha. Arranco os cabelos dela, rasgo a roupa dela e deixo ela nuazinha da silva na rua. E ainda arranho ela todinha pra ela aprender a não se engraçar com o meu homem.
Ai... ai... Estou sentindo tantas saudades dele! Meu coração está doendo tanto! O que eu faço? Não aguento ficar um dia longe desse homem. Ele é minha vida, meu tudo.
Vou é parar de escrever e deitar. Assim posso ficar pensando nele até dormir. Quem sabe até sonho com ele.

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