quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 13


Não sei se chegaram a ver alguma coisa. Entretanto, se viram não pronunciaram nenhuma palavra a respeito. Ainda tomado pela afetação, não tive coragem de procurar em seus rostos uma resposta. Por alguns instantes, permaneci absorto em meu canto; mais precisamente sentado sobre o monte de areia, com as pernas dobradas para ocultar o que me deixaria ruborizado e numa situação embaraçosa.
Houve um breve silêncio, denotando o clima de hostilidade entre as duas meninas. Dir-se-ia que todos tinham medo de dizer algo e ser o estopim duma nova batalha entre as duas jovens seminuas.
Aquele silêncio parecia me matar. Era insuportável ver naqueles rostos que a harmonia havia se extinguido, feito folhas secas na fogueira. O que fazer para evitar que aquela rixa tivesse consequências mais graves? Ah, eu não fazia a menor ideia. Era evidente que estava em curso um processo de deterioração das forças que nos mantinha unidos. Eu ainda não percebera isso, contudo não demoraria a perceber isso. Talvez, devido à ingenuidade ou falta de experiência de minha parte, não fui capaz de ver naquela falta de animosidade os indícios de uma inimizade duradoura que mudaria para sempre nossas vidas.
Tentando quebrar o silêncio e dissipar aquele clima de luto, falei:
-- Já está ficando tarde. Não é melhor a gente buscar alguma coisa para comer?
Todas olharam em minha direção.
Meus olhos perpassaram por todas e foram parar em minha prima. Não porque ela tenha sido a causadora de todo aquele transtorno, mas sim por causa de seus pequenos seios desnudos. Fitei-os por alguns momentos e depois desviei o olhar para os seios da outra com o intuito de compará-los.
“Os da Ana Paula parecem menores ainda. Nem bicos eles têm direito. Mesmo que eles cresçam, nunca vão ficar tão grandes quanto os da Luciana”, pensei naquele curto espaço de tempo, enquanto voltava os olhos para os seios da minha prima.
Acho que ela notou meu olhar, pois se virou para o outro lado e disse:
-- Acho melhor mesmo. Já estou ficando com fome.
-- Além disso, precisamos buscar mais madeira para manter a fogueira acesa. Essa que está aí não vai dar até amanhã – falei.
-- Eu não vou entrar no manto com os peitos de fora – disse Ana Paula.
-- Por que não? Não tem ninguém aqui, só a gente – expliquei.
-- É mesmo, Ana Paula! – concordou Marcela – O Sílvio tem razão.
-- Mesmo assim. Prefiro ficar aqui – insistiu ela.
Levantei sem se importar com o meu excitamento; aliás, já não estava mais tão excitado quanto antes.
-- Vamos fazer o seguinte: você vai com a Marcela apanhar frutas e eu vou com a Luciana buscar madeira para a fogueira – expliquei. – Porque não vou me arriscar a deixar você e a Lucina juntas. É capaz de vocês se pegarem novamente.
-- É só ela não se meter comigo – interveio Luciana.
-- É bom meso – disse Ana Paula, em tom provocativo.
Antes que uma discussão pudesse se iniciar, interferi:
-- Então vai você e a Marcela. E levem a faca de pedra, caso precisem cortar alguma coisa. No meu caso ela não vai ter muita serventia mesmo.
As duas saíram sem dizer palavra. Ficamos olhando, em silêncio, que elas se afastassem.
Depois falei para Luciana:
-- Vamos?
-- Vamos, antes que fique escuro. Eu não tenho coragem de entrar nesse mato no escuro.
Saímos da cabana e entramos na floresta pela mesma trilha que tínhamos entrado das outras vezes. Eu seguia a frente e Lucina vinha logo atrás.
Enquanto penetrava na floresta, tentava não pensar naquele par de seios bem nas minhas costas. Mas ainda continuava impressionado com o volume e a beleza deles. E por alguns instantes eu me perdi na lembrança de minhas mãos tocando-os na cabana, antes de ser interrompido pela chegada da Marcela e da Ana Paula. Então e me pus a imaginar no que teria feito se elas não tivessem chegado.
-- Sílvio, você ouviu o que eu disse? – gritou Luciana.
-- O quê? – Respondi, levando um susto.
-- Onde você está com a cabeça? – quis ela saber. – To aqui falando e você parece que está no mundo da lua.
-- Desculpa. Estava pensando... – falei, sem virar em sua direção, com vergonha que ela visse meu estado. – Mas o que você estava falando?
-- Falei que ali ó – apontou com o dedo --, tem uns galhos secos.
Virei para olhar. Já tínhamos passado por eles. De forma que tive que virar para trás e ficar de frente para ela.
Meus olhos foram parar bem nos grandes e brancos seios dela. E assim que aquela imagem ofuscou o meu olhar, meus olhos brilharam e eu fiquei sem saber o que dizer.
Luciana percebeu o meu estado. Não sei se lhe causei alguma impressão. Não consigo me lembrar de algum detalhe a esse respeito. Sei porém que minha excitação despertou-lhe o olhar.
-- Por que ele está assim? – inquiriu ela, apontando-me no púbis.
-- Ele quem? – perguntei, fazendo-se de desentendido.
-- Não se faça de bobo. Seu pinto – Foi direto no assunto.
Minha face se afogueou e fiquei sem saber o que responder. Foi como se ela me surpreendesse inteiramente nu.
-- Não sei – foi a única coisa que consegui dizer.
-- É por causa dos meus peitos, não é? Por isso você estava tão distraído. Aposto como você estava pensando alguma besteira – concluiu ela acertadamente. Mas eu não podia admitir. Não ia deixar que uma menina fosse esperta o bastante para adivinhar meus pensamentos.
-- Não era neles não – quis desconversar. – Eu estava pensando numa forma de melhorar aquela cabana.
-- Ta! Pensa que sou boba, é! Pode falar. Sei que você estava pensando neles. Pensa que não percebi o estado em que você ficou quando pôs a mão neles, lá na cabana? Dou minha cara a tapa se não era neles que você estava pensando.
-- Juro que não era – falei. Só que minhas palavras não condiziam com os meus atos, pois não conseguia tirar os olhos dos seios dela.
-- Está escrito na sua cara – disse ela se aproximando ainda mais de mim, ficando tão próxima que quase podia senti-los roçar em mim. – Seus olhos estão até brilhando e você não para de olhar para eles nem um minuto.
Fiquei tão envergonhado por ser desmascarado daquela forma que desviei o olhar no mesmo instante. Não tive nem mesmo coragem de olhar nos olhos dela. Senti-me frágil, minúsculo, como se estivesse diante de um gigante.
-- Viu como eu tinha razão – disse Luciana, mudando o tom da voz, tornando-a meiga, com um quê de sensualidade.
Estávamos parados há uns cem metros da praia.
-- Ta bom. Você tem razão. É que não estou acostumado com essas coisas. Aí fiquei impressionado quando pus a mão neles – justifiquei.
-- Você está com vontade de pegar de novo?
Fiquei surpreso quando ela me perguntou aquilo. “Será que ela quer que eu pegue neles outra vez?”, pensei. Por um momento não soube o que lhe responder. E antes de dizer algo, levantei os olhos e olhei-os mais uma vez.
-- E se eu quiser, você deixa? – arrisquei a perguntar.
-- Deixo.
Então não falei nada. Simplesmente levantei a mão e os toquei levemente.

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