Meu
amor, nem mesmo eu consigo compreender a razão desse meu desespero,
dessa sensação de que estou perdido e sem rumo quando você não
está em meus braços. Talvez seja esse vazio, essa falta de onde me
sustentar que me leva a sentir assim; talvez vivendo todos esses anos
sozinho e da forma mais livre e independente possível eu não tenha
me dado conta de que o amor, quando nos arrasta feito uma forte
correnteza, provoca na gente uma dependência sem precedentes. E pode
ser isso que tenha acontecido comigo com relação a você, meu amor.
Talvez por isso a tua ausência quase me leva à loucura. Minha
imaginação fértil e até um tanto fantasiosa demais fica, em suas
mais loucas suposições, como se eu sonhasse acordado, tentando
descobrir o que você estará fazendo quando você não está comigo.
Não sei o porquê dessa preocupação, desse querer inútil. Por que
não me ocorre que você pode estar fazendo o mesmo que eu? Pensando
em mim, como eu em você? Talvez a tua vontade e a tua necessidade de
estar em meus braços não se compara à minha, mas ainda sim, nos
teus momentos de ociosidade, eu seja objeto de teus pensamentos. E
por que não seria, se nos amamos tanto? E quando se ama, é
inevitável pensar na pessoa amada. Não sei no teu caso, mas comigo
os pensamentos não me confortam; pelo contrário, aumentam ainda
mais a minha vontade de estar contigo. Sei que você não me priva um
único dia de seus lábios e de tuas carícias amorosas, mas ainda
sim elas nunca me bastam e eu quero sempre mais. Será que há algo
errado comigo, meu amor? Ou você também tem essa mesma sensação,
mesmo que de vez em quando? Talvez eu esteja doente, doente de amor
por você. Mas se assim é, então não me deixe curar. Pois não
quero me privar desse infinito prazer que eu sinto quando você surge
diante de meus olhos. TE AMO.
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