Embora as
causas do último apagão em várias regiões do Brasil ainda não
tenha sido esclarecidos, não há dúvida que a onda de calor que
assola o país contribuiu para o problema, uma vez que as redes de
transmissão estão sobrecarregas e no limite. É bem possível que
este apagão seja o primeiro de uma série que ocorrerão, caso não
volte a chover rápido e as chuvas não sejam abundantes (é bom a
gente começar a fazer a dança da chuva). Os reservatórios estão
nos mais baixos níveis dos últimos anos quando, na verdade,
deveriam estar cheios, pois estamos numa época de chuvas e onde os
reservatórios normalmente estão em melhor situação. Pode ser que
haja termoelétricas suficientes para suprir a demanda no período de
estiagem, período esse que coincide com a Copa do Mundo de Futebol,
o que deve aumentar ainda mais o consumo. Temo que o Brasil possa dar
um vexame não em campo (e por que não? Futebol é uma caixinha de
surpresas) mas com os apagões durante os jogos da copa. É obvio que
o problema de energia se arrasta há décadas e culpar exclusivamente
este ou aquele governo pelo problema não tem cabimento, mas é
preciso reconhecer que se cada um dos governos tivesse feito a sua
parte, isto não estaria acontecendo. E o governo Dilma é direta ou
indiretamente o mais culpado. Não só por não ter feito os
investimentos necessários, mas também por ter barateado a conta de
luz, fazendo com que o preço baixo da energia elétrica levasse a
população a gastar mais. Por outro lado, o incentivo ao consumo de
eletrodomésticos com a redução de impostos, cujo objetivo era
manter a economia aquecida e as baixas taxas de desemprego, objetivo
esse que foi alcançado, agravou o problema uma vez que elevou
bastante o consumo de energia sem que esse aumento fosse compensado
com a entrada em funcionamento de novas usinas hidroelétricas.
Agora, a saída será por em funcionamento o maior número possível
de termoelétricas para suprir a demanda. Só que essas usinas têm
um custo muito alto e consequentemente vai pesar no bolso do
consumidor, direta, através da conta de luz; ou indiretamente,
através de aumento de impostos ou da inflação – nesse caso, o
aumento da inflação virá se o governo decidir bancar sozinho esse
custo, o que vai aumentar ainda mais o rombo nas contas públicas e
um desequilíbrio fiscal. E toda vez que há um desequilíbrio
fiscal, há um aumento na inflação, uma disparada do dólar, uma
desconfiança com o país o que reduz o investimento, etc, etc...
Enfim. Não tem jeito! Se correr o bicho pega, se fixar o bicho come.
Qual você prefere?
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