segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A MENINA DO ÔNIBUS - Capítulo 2 - parte 3


Passamos momentos magníficos na praia da Pitangueiras, no centro do Guarujá. Aliás, posso afirmar assim como dois e dois são quatro que aqueles momentos foram tanto mais inesquecíveis para Ana Carla, uma vez que nem de longe deva ter experimentado algo parecido. E como o leitor há de saber em breve, fiz o possível para torná-los mágicos, mais do que seus sonhos seriam capazes de produzir. Mas não vá o leitor desatento pensar que todos aqueles atos foram produtos do acaso, do momento, pois na verdade cada gesto, cada palavra foi devidamente calculado, mesmo que por alguns segundos apenas. Evidentemente, nem tudo foi pensado de antemão, até porque ser-me-ia impossível pensá-los devido a impossibilidade de prevê-los, contudo, quando a oportunidade surgia, eu não me furtava de ponderar acerca de qual melhor passo a dar para provocar o efeito esperado e tornar-lhe aquele encontro tão especial que lhe seria impossível não pensar nele nos dias subsequentes. E se conseguisse isso, obteria todo o resto. Aliás, nesse ponto a experiência me foi muito útil. Nas primeiras vezes cometia um deslize aqui outro ali e nem sempre conseguia obter o efeito desejado. Com o passar do tempo porém aprendi a observar cada gesto, cada olhar, cada palavra e assim interpretá-los tal qual um terapeuta e colher o fruto de todo aquele trabalho.
Eu não via maiores dificuldades em alcançar meus objetivos. Talvez o único empecilho fosse justamente o fato daquele ser o nosso primeiro encontro, o qual, devido a nossa enorme diferença de idade, causaria algum tipo de acanhamento. E de fato, no começo, sentimos-nos inibidos, embora meu “acanhamento” fosse mais produto do receio em dar um passo em falso que por causa dos olhares alheios; mas, com o passar dos minutos, fomos nos soltando e a espontaneidade aflorou como o desabrochar de uma rosa, tal qual acontece a um jovem casal de namorados. Mas também foi só isso, pois na maior parte do tempo eu me mantinha vigilante, pois sabia que não poderia fazer nada que a assustasse ou lhe causasse embaraço, embora certamente lhe testaria a resistência, tentaria descobrir até onde me deixaria ir.
Não lhe falei de amor ou paixão. Se o fizesse estaria mentindo e decerto não acreditaria, pois Ana Carla não me parecia o tipo de mulher ingenua, que acreditaria numa coisa dessas logo de cara. Toda mulher gosta de um galanteio, mas na hora certa. Além do mais poderia isso sim assustá-la, uma vez que talvez me julgasse por mentiroso. De mais a mais, meus desejos secretos eram outros, não havendo relação com esse tão nobre sentimento chamado amor; contudo, se um sentimento profundo e verdadeiro brotasse do fundo do meu peito, feito um vulcão que se acredita há muito extinto, revelá-lo-ia com todas as letras, pois quando somos verdadeiros nossas verdades vão até a raiz.
Quando percebi que o grau de intimidade permitia – uns dez ou doze minutos após a nossa chegada --, tomei-a nos braços e então nos foi possível beijarmos sem constrangimento, sem o temor de que nos estivessem observando. Até porque não havia ninguém próximo, uma vez que procurei justamente um local mais escondido, uma pequena passagem para o mar. Foi um beijo curto, mas muito gostoso; aliás, um beijo que me deixou muitíssimo excitado, quase sem forças para me conter e manter o auto controle. Embora tenha durado alguns segundos, o efeito causado perdurou por muito tempo, feito o veneno de uma picada que, ao penetrar na corrente sanguínea e atingir o cérebro provoca alucinações. Neste caso porém as alucinações deram lugar a pensamentos impuros, à imagens obscenas. Lembro inclusive de indagar: "Será que ela está tão molhadinha assim como eu? Será que está me desejando tanto quanto eu a desejo? Não, isso não. Ainda é muito novinha para ter esses pensamentos. Mas algum tipo de reação, ah isso sim..."
Houve momentos em que meus desejos quase me traíram. Em dado instante (isso um pouco mais tarde, quando estávamos sentados na mureta de concreto que separa a praia do calçadão), sem que eu percebesse, minhas mãos foram escorregando lentamente por entre suas pernas até tocar onde homem algum havia tocado. Havia posto de propósito uma das mãos em suas coxas. E vez ou outra a alisava com carinho, de uma forma bem leve, num toque suave. Foi num desses momentos que a deixei escorregar.
Não sei se ela não percebeu ou se, na sua inocência, entendeu aquilo como um descuido, como um ato involuntário, pois esta foi a minha intenção: dar a ideia de que o fizera sem querer e assim saber de que forma reagiria. Mas Ana Carla simplesmente não me fez nenhuma censura e nem mesmo esboçou sinal algum de reprovação capaz de levar-me a acreditar que não havia gostado. Confesso, amigo leitor, ter ficado na dúvida, pois esperava alguma reação por parte dela. Estava preparado para lhe pedir desculpas e mentir que havia sido sem querer.
Mas eu desejava tirar a dúvida, queria saber até onde me deixaria ir. Só que estava temeroso de que dessa vez ela se chateasse, o que não poderia de forma alguma acontecer. Por isso, resolvi ser comedido. Só que em outro momento (poucos minutos depois), tomado de arroubos, eu me descuidei e a mesma mão me traiu mais uma vez. Digo “traiu” porque esta é a melhor definição, uma vez que tal ato me escapou, não foi de caso pensado como os demais. Dir-se-ia de um pequeno lapso que muitas vezes nos acontece e nos deixam em situação embaraçosa. Ao tocar seus quadris para sentir a maciez de sua pele, minha mão foi escorregando para cima até que, quando percebi, tateava, perdida, o teso seio dela. Não cheguei a pegá-lo ou apalpá-lo como se poderia imaginar. A mão ficou ali por alguns segundos, tempo suficiente para senti-lo.
O que mais me espantou foi que ela não me repreendeu por causa desse novo descuido. Eu parei por mim mesmo, para não por tudo a perder. Não queria parecer abusado e aproveitador além do que já estava sendo. Sabia que talvez ela não se apercebesse disso, contudo não se deve ir com muita sede ao pote.
Ah, mas o momento mais sublime de nosso encontro foi quando estávamos sentados frente a frente no banco de madeira, poucos metros de onde estávamos. Lentamente fui puxando-a para junto a mim. Na posição em que nos encontrávamos, não era possível nos abraçarmos. E para que isso acontecesse, era preciso um de nós pôr as pernas sobre as do outro. Aliás, eu poderia tê-lo feito, todavia não perderia de forma alguma a chance de ter aquelas coxas grossas, viçosas e deliciosas roçando sobre as minhas. Além do mais, por experiência (já fizera isso outras vezes), sabia onde pararíamos. E sabia tão bem que antes mesmo de tê-la sentada em meu colo, aquela imagem, como se eu fosse capaz de ver o futuro, já se processara em meu cérebro. E como eu previra ela veio parar no meu colo.
Que deleite! Só por isso tal sacrifício já me teria valido a pena. Ah, mas eu queria mais, muito mais. E o que eu mais queria nunca esteve tão próximo, há alguns míseros centímetros do meu falo, falo esse tão impaciente quanto um animal selvagem capturado. Mas ao mesmo tempo tão distante, pois ainda havia uma imensa distância a separar aquele momento do momento em que finalmente sentiria a fina membrana daquela intocada vulva romper-se, partir-se em três ou quatro lugares a fim de aumentar a abertura. Era assim que eu a imaginava se rompendo, embora na única vez em que a observei após rompê-la (Qual era mesmo o nome dela? Silmara! Filha da faxineira, uma branquinha muito sem sal, cuja xoxota era bem rosadinha. 18 anos. Dizia ser virgem, mas nunca a levei a sério, embora resistiu a penetração enquanto pôde por causa de sua virgindade. Fez uma careta horrível na hora H e disse que estava doendo, mas quando a obriguei a abrir as pernas para mostrar-me o hímen rompido não encontrei nem mesmo um sangramento) fiquei decepcionado. Lembro-me de me sentir traído, enganado. E por pouco não a chamei de vadia mentirosa embora o tenha feito em pensamentos. Mas com Ana Carla seria diferente e eu haveria de ver as marcas de seu defloramento, era só questão de tempo, nada mais. Aliás, esses detalhes não me ocuparam naquele momento, eu só queria saborear seu corpo colado ao meu. E ela ficou ali, sentada no meu colo, a vontade. Lembro-me inclusive de pensar em dado momento: "Hum! Como seria delicioso tê-la inteiramente nua sentada assim!... Tenho certeza que ia cavalgar feito uma amazona...".
Amazona. Foi a imagem a me surgir de repente. Aliás, quase ao mesmo tempo, a imagem de Ana Carla nua, sobre um enorme cavalo branco, sem montaria, correndo pelos campos se misturou com a imagem de seu corpo nu em nossa cama, mais precisamente sobre meu colo, usando seus cabelos como acoites. Sim queridos amigos, eu via Ana Carla absorta, como que possuída, jogando se corpo para cima, para baixo numa dança orgiástica enquanto seus longos cabelos me açoitavam a face, deixando-me extasiado. E talvez essa sucessão de cenas houvesse durado ainda mais se Ana Carla não me interrompesse para alertar-me do horário. Estava tarde e precisava voltar para casa.
Foi decepcionante. Pois minha vontade era de não deixá-la levantar-se. Mas não podia retê-la contra a vontade e pô-la em situação embaraçosa em casa. E mesmo que por ventura Ana Carla inventasse uma mentira, uma vez que seria perfeitamente capaz disso, ainda sim minha culpa não se exauria. De mais a mais, se houvesse alcançado meus objetivos, vá lá, mas nem isso. Então por que criar mais dificuldades, prolongar o suplício? Para tornar a conquista mais significativa? Não, não. De forma que, enquanto não a alcançasse, não deveria arriscar. Até porque não conseguiria nada mais do que obtivera até aquele instante. Assim, que deixasse os riscos para quando estes me trouxessem maiores recompensas.



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