quarta-feira, 6 de março de 2013

VOCÊ ME FEZ NASCER DE NOVO


Às vezes, o desespero invade-me a alma de tal forma que a sinto dilacerar. O ceticismo, a crença no nada e na insignificância da vida entram em choque com um sentimento e o qual representa exatamente o contrário de tudo isso: o amor. E ao me aperceber que amar é dizer um sim à vida e a tudo de intenso e mágico que o amor possa nos proporcionar, sinto que talvez estivera enganado ao longo de todos esses anos. Talvez a vida me tenha deixado nesse vazio por tanto tempo justamente para, quando te conhecesse e assim viesse a experimentar o outro lado, ficar tão inebriado que não desejasse mais, nem por um segundo, aquela vida anterior.
Não posso negar o que passado não existiu e menos ainda negá-lo completamente, mas que proveito tirar daqueles anos onde naveguei à deriva nos mares da incerteza por tanto tempo? Tudo agora me parece coisa de outro mundo. É como se eu tivesse sido teletransportado e caído num outro planeta; num planeta igual ao nosso, onde as pessoas fossem as mesmas mas ao mesmo tempo fossem diferente, como se tudo tivesse uma nova perspectiva. Talvez eu até não esteja sabendo me expressar. Mas como expressar o que sinto se nem mesmo eu sei direito o que é? Sei que de repente o meu mundo, o qual não passava de um caos, encontrou uma estrela – a mais poderosa do universo – e pôs ordem em toda aquela confusão. Agora você é o centro de tudo, assim como o sol no nosso sistema solar. E tudo que eu faça, por mais insignificante que pareça ser, tem como centro você. Não que tudo que eu tenha feito até hoje fosse de fato tão importante assim, mas até aquelas coisas para as quais eu me importava de fato, dum momento para outro se tornaram tão sem sentido.
De um momento para outro, um sorriso teu, um olhar, um toque e até aquelas frases sem muito sentido tornaram-me importantes e cheias de símbolos. Uma roupa que você põe, a forma de pentear o cabelo e inclusive o teu silêncio entre uma frase e outra me passaram não só a serem notadas como amiúde preenchem meus pensamentos. Aquelas palavras tão apaixonadas, as tuas carícias, as quais me fazem experimentar um deleite inexplicável, e os teus beijos, todos eles me tornaram tão relevantes que se fixam na minha memória para sempre. Os dias, as semanas e os meses não são suficientes para apagá-los.
Quando estou só e então não consigo pensar noutra coisa que não seja em você, tua imagem me remetem a essas lembranças e então, com um prazer intenso, revivo cada um desses momentos. E como essas recordações me afetam, meu amor! Muitas vezes, sou tentado a sair correndo ao teu encontro, mesmo sabendo que por um motivo ou outro isso não é possível. Mas como explicar para minha alma, que não entende o porquê de você não estar sempre ao meu lado, que naquele momento isso não é possível? Que o meu “querer” vez ou outra esbarra no teu “poder”?
Enfim, meu amor... Eu nasci pela segunda vez quando te conheci. E posso te afirmar sem medo de estar enganado que tudo que eu poderia desejar na vida é tão ínfimo comparado com o teu amor. Amar, como os poetas gostam de declamar, talvez seja realmente isso: cair sempre no exagero. Mas existe algo melhor que do isso? Só se for te amar duas vezes. Isso porém é impossível. Meu amor por ti é tão imenso que multiplicá-lo por dois ultrapassa até mesmo a concepção do infinito. E isso vai além da incompreensão humana...

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