domingo, 30 de novembro de 2014

ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 49


-- Acaba de tirar isso aí – ordenou ela, empurrando-me a sunga para baixo com certa violência. Nisso, desequilibrou-se e, ao tentar segurar-se naquela peça de roupa para não cair, acabou por rasgá-la. -- Merda! -- deixou escapar em seguida.
A princípio, eu não percebi. Até porque estava escuro e Luciana estava em minha frente, atrapalhando-me a visão.
-- O que foi? -- perguntei, achando que ela tinha se machucado mais uma vez. Aliás, pensei na torção do pé. -- Machucou o pé de novo?
Luciana encarou-me com um olhar faiscante, profundamente contrafeita.
-- Não, seu idiota! Rasguei essa merda aí.
-- Ah! Ela já estava rasgada do lado. Também com ela todos esses dias. Só podia acontecer isso mesmo!
-- Eu sei. Não precisa me dizer. Não sou uma idiota feito você. O problema é que rasgou bem na frente. E eu não quero você andando com isso aí aparecendo. Não quero que aquela cadela veja.
Magoado e ofendido, pois ela me tratara como se eu fosse um inútil, terminei de retirar a sunga e abaixei para apanhá-la. Aproximei-a dos olhos e então vi o rasgo diagonal, o qual se estendia de uma extremidade a outra. Embora fosse apenas um rasgo, de fato ficaria difícil evitar que o falo não escapasse por ali. E ao me aperceber disso, fiquei enrubescido. “E agora elas vão ficar olhando para ele. Marcela. Ela vai ficar imaginando coisas com ele. Aposto! Até minha prima também. Será? Não, ela não. É uma criança ainda...”, pensei. A bem da verdade, não foi Luciana quem me preocupou naquele momento, mas Marcela. Ela ainda não vira, e das primeiras vezes seria constrangedor. Pelo menos até que eu me acostumasse.
-- É! Rasgou muito – exclamei.
-- Temos que dar um jeito de emendar ele, senão essa coisa ai vai ficar para fora – disse Luciana.
-- Acho que num vai ter não. Tá muito velha. Vai é rasgar mais. Que nem o biquíni de vocês.
-- Pode deixar que eu vou encontrar um jeito. Ele é só meu. E se eu pegar aquela vadia de olho nele, juro que quebro ela todinha – ameaçou. Nisso levou-me a mão aos testículos e os apertou.
-- Aiiii!!! Tá doendo – protestei.
Ela o soltou e eu dei um passo para trás.
-- Me dá ela. Deixa eu vestir assim mesmo. E vamos voltar – falei.
-- Que voltar? A gente só vai voltar depois que você se deitar comigo – disse com convicção. Enquanto isso, Luciana sentou-se na areia e deitou-se de lado, virando-se para cima. -- Vem cá! -- estendeu-me as mãos. -- Deita em cima de mim. Mas cuidado com o meu pé!
Fitei-a. Apesar da escuridão, via-se seu corpo branco e nu. Meus olhos fixos naquele par de seios, escorregaram-lhe através do dorso até alcançar os meios das pernas dela, onde jazia uma mancha negra.
-- Mas num vai machucar o teu pé? -- argumentei, na esperança de demovê-la.
-- Não, num vai, idiota! -- disse ela imitando o meu “num”, para me repreender. -- Vou afastar elas bastante. Assim, ó! -- Abriu as pernas. -- Vem logo, seu imprestável! Tá esperando o quê?
Ajoelhei entre suas coxas e lentamente fui deitando-lhe em cima. Nisso Luciana estendeu o braço e agarrou-me o falo, o qual perdera parte da rigidez.
-- Vai, moleque! Faz isso ficar duro direito! Será que nem para isso você presta?
Sem lhe dizer nada. Ajeitei-me no meio de suas pernas e o contato de meu falo com a vulva úmida dela me excitou. Penetrei-a. Aliás, tive um pouco de dificuldade no começo, mas a mão dela no meu falo colocou-o no lugar certo
O gozo, como era de se esperar, não demorou.
Embora não fosse uma mulher experiente, Luciana o pressentiu momentos antes. E quando minhas forças faltaram-me, eu tentei erguer os quadris para que meu gozo não ocorresse dentro dela, mas ela segurou-me pelas nádegas e não pude fazer nada. Até o meu jovem e imaturo sêmen lhe pertencia. Em seguida porém, tentei escapar, mas ela ordenou-me:
-- Não gozei ainda. Continua. -- Ela falava comigo como se falasse com um garoto de programa. Aliás, senti-me usado, pois ela parecia pensar só em si e não dar a mínima para os meus sentimentos.
Como me foi difícil fazer aqueles movimentos! O prazer jazia extinto e eu só pensava em escapar-lhe dos meios das pernas, fugir dali. Mas não! Tinha de continuar. Até porque não me restava outra alternativa mesmo. E continuei.
Finalmente ela teve o seu gozo. E não fez questão de escondê-lo. Fiquei inclusive com medo de tê-la machucado. Pois ela gemia alto como se eu a perfurara por dentro. Lembro-me perfeitamente. Com os primeiros gritos, cheguei a parar e a fazer que ia me levantar. Mas ela porém me deu uma bofetada e disse:
-- Continua, seu idiota!
Quando tudo acabou, fez-se um longo silêncio. Estava desesperado para sair dela e fugir dali, mas temia que me agredisse novamente. Desta feita, decidi conter a repulsa e permanecer-lhe sobre, feito um cãozinho obediente e temeroso, que sabe o quanto o dono é violento.
Súbito, o silêncio findou. Ela encarou-me e disse:
-- Pelo menos para isso você presta.
Não disse palavra. Apenas encarei-a. Então Luciana pediu-me para se levantar. Obedeci. Aliás, ela exercia um poder tão forte e avassalador sobre mim que eu temia fazer movimentos bruscos. Eu não tinha mais dúvida: enquanto permanecêssemos naquela ilha ela faria de mim o que bem entendesse. Eu não era só um brinquedinho em suas mãos, era seu escravo. Talvez até me restasse alguma chance de acabar com aquilo, mas estas eram mínimas. Aliás, se de fato havia alguma, esta estava naqueles dias em que Luciana dependia de mim para se locomover. Enquanto o pé a impedisse de andar sozinha, eu teria alguma liberdade e a oportunidade de pensar numa forma de acabar àquele poder e com a minha submissão embora o problema em si não fosse Luciana, mas eu mesmo! Se eu não fosse tão fraco, não a teria deixado me dominar dessa forma. Mas sempre fui assim. Ali eu me submetia aos seus caprichos da mesma forma que Fabrício me submetera a quase dois anos antes.
Apanhei a sunga e dei dois passos em direção à água, mas ela me pediu para ajudá-la a se levantar. Em seguida, disse-me que também precisava se lavar.
Se a coragem não me faltasse e se ela não tivesse me reduzido naqueles poucos dias a um completo idiota, talvez tivesse deixado-a ali, sozinha e então ela teria de retornar com as próprias pernas, o que seria uma vingança, mas não, fui ajudá-la, como teria feito qualquer idiota que, mesmo escorraçado injustamente, cai de joelhos e pede perdão.
A água do mar estava bastante fria. Não chegava a estar gelada, talvez por causa do verão, onde o dia era bastante quente, mas quase chegava a provocar calafrios. Luciana não se importou. Entrou e pediu-me para levá-la mar adentro, até que a água nos atingiu os quadris. Então eu a soltei, pois o seu peso não lhe exercia mais tanta pressão no pé. Ela se lavou. Eu também. Inclusive, depois de me acostumar com a temperatura, dei um mergulho.
-- Vamos voltar – disse ela algum tempo depois, com aquele ar de imponência que parecia se acentuar a cada dia.
Saímos da água e apanhei a sunga sobre a areia. Voltei alguns passos e mergulhei-a para retirar a areia. Só então eu a vesti.
-- Deixa eu ver.
Parei diante dela. De fato o rasgo era grande e meu falo, o qual se encontrava encolhido, escapava por ali.
-- Bem. Agora vai ter que ficar assim mesmo. Mas vou avisando: Se aquela cadela ficar de olho nele, furo os olhos dela. -- Nisso senti um calafrio. Sabia que Luciana era capaz de fazer isso mesmo. -- E você também. Se eu pegar ele duro por causa dela, arranco ele fora.
Ao fim dessas palavras senti uma dor tão forte nos testículos que não pude resistir e caí ao chão.
Talvez Luciana não pudesse imaginar que, ao bater-me de baixo para cima, com a palma da mão, como se me desse uma bofetada, fosse doer tanto. Contudo, nada provoca mais dor do que acertar os testículos dessa forma, pois atinge-os em cheio. Gritei de dor enquanto as forças nas pernas me faltavam. Em seguida, fui tomado pelo choro.
Vendo-me contorcer de dor, ajoelhou-se ao meu lado e, acariciando-me na face, coisa que não fizera desde que saímos da cabana, pediu-me desculpas. Confessou que não sabia que doía tanto.
Não lhe dei ouvidos. Continuei a chorar, até porque a dor era intensa demais. E ainda hoje, depois de todos esses anos, quando me lembro daquele momento, é como se a dor voltasse. Chego a senti-la como se meus testículos fossem novamente atingidos.
Mais tarde porém a dor passou e o choro cessou. No entanto, permaneci mais algum tempo deitado, desejando matá-la. Ah, se eu tivesse coragem! Levantaria naquele instante e me atiraria sobre ela e a esmurraria até que ela perdesse a consciência. Se a raiva ainda permanecesse, continuaria. Pois tomado pela ira, o homem se torna um animal selvagem, e dos mais violentos.
-- Levanta. Vamos nos lavar de novo e depois voltar. Aposto como elas já estão estranhando a nossa demora.
Pensei em Marcela e na minha prima. “Será que elas tão desconfiadas de alguma coisa? Tão estranhando a nossa demora. Ana Paula sabe. Imaginando. Ela pode estar. E se ela contar pra Marcela? Não. Isso ela num vai fazer. Proibi ela. Ali na mata quando derrubei ela no chão. Ameacei. Não ela não vai... Mas Marcela também tá desconfiada. Num chamou a Luciana de puta à toa.”
Entramos rapidamente na água e tiramos a areia. Retornamos em silêncio.

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