quarta-feira, 11 de maio de 2011

ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 18

Fui interrompido uns dois minutos depois pela voz de Luciana. Ela me chamava.
Estava quase no fim, próximo do momento em que uns segundos de colapso é seguido por uma sensação inefável de alívio. E sua voz veio me interromper justamente no momento precedente a esse colapso. E ao ser arrancado do estado de absorção em que me encontrava, assustei-me. De forma que a primeira reação foi erguer a sunga e me recompor.
Ah, mas era tarde demais. Ela estava próxima o bastante para deduzir o que se passava.
-- O que você está fazendo? – perguntou ela, já do meu lado.
Sem saber o que dizer, simplesmente respondi:
-- Nada.
Ela se virou e parou bem na minha frente, com um certo olhar malicioso.
-- Nada? Pensa que eu não vi. Sei muito bem o que você estava fazendo.
Suas palavras soaram como a prova irrefutável de um crime. Eu poderia negar, mas de nada adiantaria. A vergonha estava estampada no meu rosto. Eu não sabia para onde olhar nem o que falar para sair daquele embaraço. No entanto, neguei novamente:
-- Não estava fazendo nada. Só um pipi.
-- Pipi? Com isso desse jeito? – perguntou ela, apontando-o. – Então como que não tem marca de xixi no chão?
Ah, como a odiei naquele instante! Como ela podia fazer isso comigo? Onde queria chegar, pressionando-me desse jeito? Será que não percebia o quanto estava me deixando constrangido? Até parece que ela fazia isso de propósito, como se quisesse exercer algum tipo de poder sobre mim.
-- Eu não sou boba. Vi você mexendo o braço assim – repetiu ela os movimentos que eu fizera pouco antes.
-- E o que você tem com isso? – perguntei com ar de grosseria, dando a entender que sua presença e suas perguntas me irritavam.
-- Nada. Só fiquei curiosa – respondeu ela mudando o tom de voz. – Queria ver você fazendo.
-- Fazendo o quê?
Dei uma de desentendido. Como se não soubesse do que estava falando.
-- Isso que você estava fazendo – insistiu.
Nisso, a vergonha começou a abrandar-se.
-- Mas eu não estava fazendo nada demais. Já falei – repeti.
-- Como não? Eu vi – afirmou ela de forma convicta. – E não precisa mentir para mim. Não sou nenhuma menininha inocente não. Posso não saber muita coisa, mas sei o que os meninos fazem. Além do mais a gente já tem intimidades suficiente para não ter vergonha um do outro.
Eu continuava ali, parado diante dela, sem forças para encará-la nos olhos; embora a vergonha tivesse diminuído. Aliás, o que desejava mesmo era que ela me deixasse só. Mas ela parecia não querer arredar o pé. Era como se ao me pegar em flagrante tencionasse usar isso para tirar proveitos.
-- Se sabe, por que está perguntando então?
Ela permanecia parada diante de mim, como se esperasse alguma coisa, embora não percebesse isso. Eu mesmo não fazia a menor ideia de suas intenções. Era evidente que ela queria alguma coisa. Não fora atrás de mim por acaso. Mas o que uma garota de 14 anos poderia querer com essas palavras? Não, fazia a menor ideia. Aliás, nem lhe perguntei isso naquele momento, mas bem que poderia ter feito. Talvez assim estivesse preparado para o que se passou em seguida.
Por alguns momentos o silêncio reinou absoluto. Foi então que criei coragem para levantar a cabeça e mirar os seus olhos ávidos por alguma coisa.
-- O que foi? – arrisquei a perguntar, interrompendo o silêncio e ao mesmo tempo procurando saber o motivo pelo qual me fitava insistentemente.
-- Me ensina a fazer aquilo que você estava fazendo? – Sua voz saiu um tanto trêmula, demonstrando insegurança.
Minha face corou novamente. Era como se aquelas palavras fossem uma senha para abrir uma comporta e derramar algum veneno no meu sangue, tornando-o revolto. O coração de imediato acelerou.
-- Fazer? – foi o que consegui dizer.
-- Só quero saber como é.
Ela parecia não se sentir constrangida diante de uma situação tão delicada. Aliás, isso já não era a primeira vez. E essa facilidade com que encarava situações desse tipo me assustava e me diminuía ao mesmo tempo. Era como se ela assumisse um papel que na realidade caberia a mim.
Ainda sob o efeito da surpresa, acabei concordando; embora não estivesse mais excitado, nem com vontade de voltar a fazer o que o ela me interrompera.
Luciana aproximou-se ainda mais. Enquanto isso, abaixei a sunga.
-- Porque ele está pequeno? – quis saber ela, ao tocá-lo com os dedos.
-- Não sei.
-- Claro que sabe. Como é que faz? Vai me mostra! – De repente ela começou a movimentar a mão para frente e para trás. – É assim?
-- É – respondi.
De imediato o contato de sua mão não surtiu efeito. Até porque ela ficava me interrogando o tempo inteiro, querendo saber tudo. Era como se não fosse ter outra oportunidade para obter as informações que aguçavam sua curiosidade. Aliás, fazia perguntas infantis, tal qual uma criança. E o excesso de perguntas acabou por me impedir de me concentrar. Foi então que houve a necessidade de lhe dizer:
-- Se você quer mesmo saber o que acontece então para de me fazer tantas perguntas. Desse jeito eu não consigo me concentrar.
-- Tá bom – respondeu ela, meneando a cabeça para cima e para baixo. Ela estava ajoelhada no chão apoiando-se sobre os calcanhares. A mão esquerda segurava-se em minha perna. – Tô fazendo certo?
-- Ta.
Ela não fez mais perguntas por algum tempo. Assim eu pude me concentrar com certa facilidade, pois foi só olhar para os seios dela e imaginar meus lábios neles. Em pouco tempo a extensão de meu corpo voltou a ganhar volume no meio dos dedos dela.
Não sei o que ela sentiu naquele momento, uma vez que estava ocupado com meus pensamentos. Entretanto, acredito que deva ter lhe causado uma grande impressão. Já que estava experimentando algumas sensações pela primeira vez.
Não há momento mais difícil para um homem manter o controle da situação quanto nessa hora. É justamente nesses instantes em que na mais das vezes se perde a fortuna e se joga pela janela toda uma vida. Agora imagine a dificuldade para um garoto ainda inexperiente e incapaz de ponderações. Talvez tenha sido por causa disso que quase sem me dar conta de meus atos, tenha deixado cair a mão até um dos seios dela e o acariciado.
Luciana ergueu a cabeça e me fitou com um discreto sorriso. No mesmo instante interpretei aquele sorriso como um convite para algo mais. Assim, peguei em seu braço e puxei para que ela se levantasse. Sem dizer uma única palavra, ela obedeceu.
Tudo aconteceu muito rápido. Eu nem sei explicar o que me levou a fazer o que fiz. Aliás, nem sei mesmo dizer se fui eu quem tomou a iniciativa ou se foi ela. O que posso afirmar é que em nenhum momento a ouvi dizer para parar ou que estava indo longe demais.
Se não fui mais longe, foi devido a inexperiência. Eu sabia beijá-la, sabia tocá-la e acariciá-la, mas não sabia como penetrá-la. Sim. Eu não sabia onde colocar aquela coisa rígida com que Luciana estava brincando pouco antes. Não. Não riam de mim. Eu era só um menino de 13 anos. Eu sabia que as pessoas transavam, e que daí a mulher engravidava. Mas eu nunca tinha visto aquela coisa feia que fica no meio das pernas das meninas. Minto. Já olhara em algumas revistas, mas nunca ao vivo. Sem contar que jamais topei com alguma dessas revistas na minha casa. Se havia eu nunca as vi. Na escola não aprendera quase nada. O máximo que a professora falara, foi acerca de doenças sexualmente transmissíveis. Nada mais. Nem mesmo a camisinha cheguei a conhecer. Então como é que eu poderia saber como é que se transava? Não, eu não sabia.
Talvez o leitor esteja se interrogando: mas então o que ele fez? Não fiz nada assim de tão grave. Só que para um garoto da minha idade, com a educação que recebera de meus pais, aquilo já era motivos para condenar minha alma a perecer no inferno.
A verdade é que fui tomado por um descontrole desmedido. Quando Luciana se levantou e então nos beijamos, seus seios roçaram em meu peitos e meu falo roçou as coxas dela. De repente eu parei de beijá-la e meus lábios foram procurar os seus seios. Ela
Os ofereceu com um certo deleite. E assim eu passei e acariciá-los e mordiscá-los ao mesmo tempo.
Aquilo só durou pouco mais de um minuto. Pois logo a seguir ela pediu:
-- Espera um pouquinho.
Obedeci feito um escravo que obedece a filha do seu senhor para não sofrer os castigos impiedosos do capataz. Eu não queria parar, mas ela me tinha sob controle. Poderia me mandar fazer o que quisesse que eu faria sem contestar. Então ela me disse para deitar na areia.
Foi o que fiz.
Ela deitou do meu lado e nos beijamos novamente. Ela era a segunda pessoa que eu beijava em toda a minha vida. E isso em pouco mais de vinte e quatro horas. Minhas mãos desesperadas, procuraram aqueles seios em formação. Nesse momento sua mão encontrou o brinquedinho e se fechou em torno dele com certa força, como se quisesse prendê-lo. E então senti aquela mão se mover para baixo e para cima.
Eu fechei os olhos e deixei que as sensações se apoderassem inteiramente de meu corpo. Era o mínimo que eu poderia fazer já que não seria capaz de empurrá-la para o lado e mandá-la me deixar em paz.
Pouco tempo depois a ouvi pedir para tocar seus seios com os lábios e acariciá-los. Foi o que abreviou fim daquele estado de desespero em que me encontrava. De repente ela prestou mais atenção à sua mão em movimentos e assim pode ver o que tanto queria: onde terminava tudo aquilo.
-- Nossa! Que coisa mais esquisita – deixou escapar pouco depois.
Não lhe disse nada. Apenas permaneci ali, confuso e sem saber o que fazer. Ela se levantou sem dizer mais nada e com indiferença foi em direção ao mar. E em nenhum momento se preocupou em virar o rosto e ver o que eu estava a fazer. Era como eu não estivesse ali e nenhum tivéssemos feito nada de errado. Aliás, ela saltava as ondas ou mergulhava da mesma forma que fazia antes, sem apresentar a menor afetação. Por outro lado, eu me sentia horrível, como se cometera um crime terrível ou algo parecido. Eu tinha medo de me levantar, ir ao seu encontro e encará-la. Talvez ela não desse muita importância à coisa, mas eu não era assim. Talvez porque nossa educação tenha sido completamente diferente. Ela criada com toda a liberdade e eu num mundo de repreensões, onde para um garoto da minha idade o pecado estava sempre ao meu encalço. Não sei. Talvez.

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