Assim como as relações entre os homens é uma relação de poder, o
mesmo ocorre entre as organizações e os estados. De forma que quem
tem mais força tem consequentemente mais poder. E é sabido que quem
tem mais poder o usa em benefício próprio, pois esse é justamente
o objetivo de quem busca alcançar mais poder. Afinal, faz parte da
natureza de qualquer ser vivo – não só humana, uma vez que no
reino animal e até no vegetal isso também seja comum, embora entre
os homens, por ser dotado de inteligência, isso seja mais exacerbado
– se beneficiar do poder sobre os demais. E a prova mais evidente
de que tal afirmação não é mera especulação é a obstinação
de algumas nações em desenvolver armas nucleares. Desde que os EUA
lançaram a primeira bomba atômica sobre o Japão, levando-o a
rendição incondicional, o que jamais teria ocorrido se não fosse o
poder de destruição de tais armas, a corrida atômica passou a ser
questão de vida ou morte para algumas nações. Até porque quem tem
tais armas não só corre um risco ínfimo de ser atacado por uma
nação hostil como também detém um poder e uma capacidade de
persuasão muito maior do que aqueles que não as possuem. Por isso a
Coreia do Norte faz seus testes nucleares, a comunidade internacional
protesta, impõe algumas sanções econômicas, mas não passa disso.
Nenhuma nação é governada por loucos o bastante para atacá-la. O
mesmo vale para o Irã. As pressões para evitar que este país
desenvolva tais armas não é tanto pelo temor do que o Irã poderá
fazer com elas, e sim com o poder que terá ao ser detentor dessa
tecnologia. Aliás, como ocorre com a Coreia do Norte, o Irã precisa
de tais armas não para se defender de Israel ou de qualquer outro
inimigo, mas para exercer poder e influência não só no mundo árabe
como para ser tratado de igual para igual com a comunidade
internacional, principalmente os EUA e a Europa. E é justamente isso
que muita gente não entende.
Nenhum comentário:
Postar um comentário