O
acordo entre Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) para a
divisão de palanques nas eleições de 2014 mostra que ambos os
candidatos acham que não podem derrotar a presidenta Dilma (PT)
sozinhos. Embora os dois provavelmente serão adversários e terão
portanto de lutar entre si para chegar ao segundo turno, a percepção
de ambos é a de que é melhor mostrar união e focaram no combate à
candidata do PT do que se desgastarem brigando entre si e verem a
eleição decidida no primeiro turno a favor do PT. Claro que ainda é
muito cedo para Dilma contar vitória, mas após um momento ruim em
junho e julho, quando seus índices de popularidade atingiram os mais
baixos valores, ela vem se recuperando de forma rápida,
surpreendendo muitos analistas. Isto mostra que Dilma poderá vir
muito forte no próximo ano, quando inclusive o momento mais crítico
da crise econômica terá passado e o país, graças à recuperação
da economia mundial, possivelmente voltará a crescer de forma
robusta. Aliás, o PIB do segundo semestre desse ano veio bem acima
do que os analistas previam, mostrando que o Brasil poderá ter um
crescimento acima do previsto. De mais a mais, a sociedade brasileira
é bem menos ingênua do que nas décadas passadas e sabe que, num
mundo globalizado como o nosso, nem sempre o desempenho fraco da
economia é culpa de quem está no poder, embora no caso do governo
Dilma é preciso reconhecer que há dificuldades na condução do
país. Enfim, é difícil saber se esse acordo entre Aécio Neves e
Eduardo Campos foi a decisão mais acertada. Talvez isso, ao invés
de render frutos para ambas as candidaturas, pode, ao contrário, dar
a sensação de fragilidade das mesmas, rendendo assim frutos para
Dilma. Isso no entanto só poderá ser avaliado nos primeiros meses
do próximo ano, quando as candidaturas começam a se consolidar.
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