Muitos
devem estar se perguntando por que os EUA foram espionar justamente o
Brasil, um país pacífico e que na mais das vezes é parceiro e
amigo dos Estados Unidos. Embora sejamos o país mais importante de
América Latina e de certa forma capaz de influenciar os vizinhos,
ainda sim há nesta mesma América Latina países que embora não
sejam declaradamente inimigos dos EUA pelo menos querem ver os EUA
pelas costas. Este é o caso da Venezuela, da Bolívia e em certa
medida da Argentina e até do Uruguai. Então por que o Brasil?
Talvez a explicação mais plausível seja a seguinte: a nossa
presidenta é uma mulher que no passado pertenceu à esquerda
revolucionária, a qual era ligada tanto à Cuba quanto à União
Soviética; também é de conhecimento de todos que nos últimos dez
anos houve uma forte aproximação do Brasil tanto com a Venezuela
quanto com Cuba, países declaradamente antiamericanos. Portanto, aos
olhos dos EUA, somos um país que, apesar da nossa profunda amizade
com eles, somos também amigos de seus inimigos. E já que espionar
seus inimigos é uma tarefa por demais arriscada e muitos vezes
infrutífera, por que não manter-se informado acerca do que o amigo
de nossos inimigos andam conversando, principalmente o alto escalão
do governo? Por outro lado, o Brasil tem empresas multinacionais de
grande relevância na economia global – como é o caso da Petrobras
e da Vale do Rio Doce por exemplo --, empresas essas que dispõem de
tecnologias que nem mesmo os EUA possuem. Por que não espioná-las
também e quiça obter algum benefício sobre essas tecnologias?
Então? Por que espionar nossos vizinhos se na realidade é o Brasil
o único país da América, depois dos EUA, capaz de exercer alguma
influência no continente? Por isso fomos nós e não os outros.
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