quarta-feira, 9 de setembro de 2009

RESQUÍCIOS DO PASSADO

Muitas vezes o tempo passa, os anos correm loucamente em direção a velhice, e então, num instante de solidão, as lembranças do passado veem tornar aquele momento ainda mais melancólico, aprofundando a nossa dor. E de forma quase involuntária, nos deixamos levar por tais lembranças, as quais nos remetem, quase sempre, a momentos felizes e inesquecíveis. Na mais das vezes, um amor da juventude é o fruto de nossos devaneios, pois são lembranças que só morrem com a nossa morte. Porém, nem tudo pode perdurar. Alguns detalhes, o tempo se encarrega de apagar e, por mais que nos esforcemos e escarafunchamos o nosso cérebro, não a encontramos. Os versos abaixo falam disso, dessas lembranças que se perderam.


Eu me lembro de teus beijos
Tão ardentes e apaixonados
E sinto que aqueles desejos
São sombras do passado,
Quando ainda na juventude
Os sonhos pareciam reais.

Do gosto de tua boca
Eu já não lembro mais
Mas de tuas palavras poucas
No ouvido daquele rapaz
Cuja felicidade atingira a plenitude,
Ah, estas são inesquecíveis!

Eu me lembro de tua tez
Tão macia e delicada
E me lembro daquela vez
Cujas carícias um tanto ousadas
Fez-nos o sangue queimar
E quase que o juízo perder.

Mas foi do teu cheiro
Que a lembrança mais se apagou
Foi como se o florir do limoeiro
Não exalasse mais odor
E esta triste constatação
Me diz que o amor passou

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