terça-feira, 16 de março de 2010

A MENINA DO ÔNIBUS - Capítulo 4 - parte 1

Passei a contar os dias para o grande momento. Aliás, quanto ao dia este já estava decidido: seria num domingo. Domingo? Por que um domingo?, talvez o leitor esteja se perguntando. Não que o domingo seja uma data tão especial assim, mas é inegável tratar-se de um dia simbólico, afinal de contas deixamos para o domingo aqueles acontecimentos especiais, embora o casamento, a data mais importante na vida de um casal, quase sempre ocorre aos sábados; no mais, tudo acontece aos domingos. Talvez essa explicação, ao invés de esclarecer aquele leitor que gosta de saber o porquê de tudo, possa tê-lo confundido ainda mais e este esteja a se perguntar: se o sábado normalmente é data mais importante na vida do casal, por que não escolher então o sábado, já que esse momento será inesquecível para Ana Carla? De fato, leitor. Boa observação. Mas talvez este mesmo leitor tenha se esquecido de um detalhe importantíssimo: Ana Carla não é minha namorada, nem mesmo minha amante. Quero apenas tirar-lhe a virgindade e pronto, nada mais. Assim por que transformar o sábado numa data simbólica quando entre mim e ela não há nada a justificá-lo? Não seria perversão demais manchar esse dia único para os amantes com algo que representa exatamente o oposto? Não, não. Podem me chamar do que for, menos de perverso. Embora em alguns momentos tenha usado uma dose de perversidade, tal ocorreu num momento de extrema exaltação, mas jamais faria uso dela quando de posse da razão, apesar de que a perversidade seja mais comum no ser humano do que se pode imaginar, pois, muitas vezes, esta está camuflada nos mais inocentes atos.
Além do exposto acima, outro fator a pesar para o domingo era o fato de que nesse dia os adolescentes muitas vezes têm a permissão dos pais para saírem e passarem mais tempo fora. E tempo era o que mais eu precisava. Não tencionava trazê-la para casa, possui-la às pressas e devolvê-la o mais rápido possível, embora após alcançar meus objetivos certamente desejasse me livrar rapidamente daquela jovem como fizera com todas as outras, uma vez que já não tinham mais nada a oferecer. De forma que tudo conspirava a favor do domingo.
Havia um detalhe quanto ao local. Ciente de que não poderia levá-la a um motel, restavam-me poucas possibilidades. E dentre essas possibilidades, a minha casa me parecia o local mais indicado como o leitor há de saber adiante. Por hora, basta apenas saber que se até lá não houvesse impedimento, seria em minha cama, em meu lençol que ficaria a marca de sua pureza roubada. Por falar nisso, esta foi a imagem a dominar-me os pensamentos não só ao repousar a cabeça no travesseiro como também nos momentos de distração no trabalho. Lembro-me inclusive de um fato inusitado ocorrido na quinta-feira à tarde no escritório, o qual gostaria de contar, embora o leitor possa achar inacreditável.
Após uma reunião que durou mais de duas horas e da qual não me sentia disposto a participar, uma vez que a mesma trataria de assuntos financeiros e planejamentos para o próximo ano, jazia abstraído, com o sangue a queimar-me as veias e na qual corria seiva venenosa. Jazia assim porque na maior parte de tempo mantinha os olhos atentos aos volumosos seios da secretária particular do Sr. Roberto, presidente da empresa, seios esses que eu tivera oportunidade de experimentar no último carnaval, quando, ao sairmos exausto do baile às quatro da manha e sob uma chuvinha fina, irritante, a qual não chegou a nos encharcar, amanhecemos num quarto de motel. A lembrança daqueles volumosos seios, daqueles quadris grandes, daquele traseiro e principalmente daqueles lábios chupando-me o falo como se chupasse um delicioso sorvete foi o que me permitiu suportar aquela reunião sem que esta me deixasse de mal humor. Ela por sua vez não demorou a perceber meus olhares e, de forma provocante, sem que mais alguém notasse, deu um jeito de abrir uns três ou quarto centímetros o zíper, o qual descia entre os seios e terminava abaixo do umbigo. Cerca de meia hora antes da reunião findar porém, não prestava mais atenção àqueles seios. No lugar da Srta. Daniela – era assim que a chamávamos –, agora eu via Ana Carla. Imaginava-a com aquele mesmo decote e fazendo as mesmas insinuações, embora de uma forma bem mais explicita. E foi com essa imagem que, ao final da reunião, corri até o banheiro e bati uma rápida punheta. Ao sair do banheiro no entanto dei de cara com a Srta. Daniela, que me aproximou seus lábios do ouvido e sussurrou: “Por que ao invés de esfolar o coitadinho pensando em mim, não me chamou para cuidar dele? Eu ia adorar”. Confesso ter ficado sem saber onde enfiar a cara, pois me senti como um garoto que é surpreendido pela colega de classe com uma das mãos a agitar-se de forma desengonçada no pequeno falo. E profundamente envergonhado voltei ao escritório.
Alias, devido a esse episódio, passei quase o restante do dia sem pensar em Ana Carla. Apesar de não termos combinado um telefonema, não sei por que motivos não me telefonou. Também não lhe perguntei nada no dia seguinte e em seu diário não há nenhuma indicação acerca desse silêncio, uma vez que ela não fez nenhuma anotação na quinta-feira.
Quanto a sexta-feira, eis o que ela escreveu:

Ele disse que qualquer dia desses vai me levar até sua casa, quando os pais dele não estiverem. Eu disse que adoraria ir. Quero conhecer o quarto dele, sentar na cama onde ele dorme, abri o seu guarda-roupa e xeretar em tudo. Espero não encontrar nenhuma foto das ex-namoradas dele. Se eu encontrar eu juro que jogo fora!
Fiquei tão empolgada com a ideia de ir até a casa dele, que acho que ele deve ter notado.
Hoje nos vimos por pouco tempo. Ele me levou para tomar sorvete. Depois ficamos um pouquinho no nosso Anexo secreto e eu vim embora. Não podia demorar porque minha mãe tinha saído e eu precisava chegar antes dela.
Ficamos de nos encontrar amanhã e passar um tempão juntos.


Quando Ana Carla me ligou, eu lhe comentei que um dia desses a levaria até minha casa. Disse isso não para agradá-la somente, mas princialmente para descobrir se havia algum interesse de sua parte em ir até lá, pois se não houvesse, poderia haver alguma dificuldade em convencê-la e eu precisava estar preparado por uma eventualidade. Todavia, não foi necessário. Ela se traiu, demonstrando de forma eufórica, como o leitor já deve saber, o quanto queria ir. Isso facilitava em muito os meus planos. Assim, poderia antecipar o convite. E o que poderia levar ainda algumas semanas, meses talvez, seria executado em alguns dias.
E o convite só não foi feito no sábado porque... Bem, deixemos Ana Carla falar por hora. Em seguida darei eu mesmo as minhas explicações, as quais, acredito eu, serão mais do que suficientes para eliminar qualquer tipo de dúvida.

Sábado, 27 de novembro.
Passamos a tarde juntos hoje. Ele me levou ao cinema. Ah! Como foi gostoso ficar no escurinho com ele! Ficamos bem lá no fundo, onde quase não havia ninguém, onde a gente podia se beijar o quanto quisesse.
Foi o lugar onde me senti mais à vontade. Ele me disse que não ia ter ninguém nos olhando, pois as pessoas estariam prestando atenção ao filme e não em quem estava no cinema. E logo no começo do filme percebi que ele estava com a razão.
Nunca havia ficado do jeito que fiquei hoje. Eu estava usando uma blusinha curta de alças e minissaia. Essa roupa deixou ele doidinho, pois meus peitos pareciam maiores e ficavam aparecendo. Eu percebi desde o momento em que nos encontramos que ele não tirava os olhos deles. Não foi por acaso que ele comentou bem baixinho no ouvido: “seus peitinhos lindos... e estão me fazendo perder a cabeça...”. Dei um sorriso e cochichei no ouvido dele: “Você é muito tarado, sabia?”. Ele respondeu: “É você quem me deixa assim...”.
O filme nem tinha começado direito e a gente já estava se beijando. Nos beijamos sem medo de que algum conhecido pudesse nos ver. Não ligamos nem mesmo para os dois casais que estavam sentados bem na nossa frente.
Teve uma hora, quando paramos de nos beijar um pouco e resolvemos prestar atenção ao filme, ele começou a alisar com as pontas dos dedos minhas coxas. Igual ao que já tinha feito antes. Aquilo foi me deixando excitada, cada vez mais... Ele deve ter percebido isso, pois passou alisar cada vez mais para cima, aquele safado.
De repente os dedos dele já tocavam na minha calcinha branca. E depois ele foi passando, escorregando eles para baixo, em direção a minha xana. Eu fiquei tão excitada, tão fora de si, que não consegui enxergar mais nada. Lembro que fechei os olhos e deixei que ele me acariciasse. Estava sentindo algo que nunca havia sentindo em minha vida, uma coisa tão maravilhosa que nem sei como escrever. Então por que eu ia querer parar? Ele não estava fazendo nada demais, só me acariciando.
Eu não sei direito o que se passou. Eu me lembro que virei a cabeça para trás, e fiquei me contorcendo. Meus olhos estavam fechados. Ainda bem que estávamos na última fileira.
De repente, eu senti o dedo dele entrar pela perna e ir por baixo da calcinha. Tive a sensação de que ele ia enfiar o dedo em mim. Aí eu despertei, como de um sonho, e mandei ele tirar a mão. E falei meio brava para ele não fazer mais aquilo.
Não sei se ele ia mesmo enfiar o dedo, mas agora acho que só queria me acariciar. Só que naquele instante, talvez por causa da surpresa, senti medo. Justo no momento em que estava mais gostando! Parecia que eu estava flutuando, andando no meio das nuvens. Se ele não tivesse me assustado, eu não sei o que teria acontecido. Talvez aquilo que a Marcela disse que acontece com ela quando ele começa se acariciar sozinha durante o banho.
Mas ele não tem jeito mesmo! Ficou quieto por algum tempo, mas depois começou a me acariciar de novo. Falei novamente para ele não por mais a mão lá que eu não queria. Então ele perguntou se podia tocar meus peitos. Fiquei meio sem jeito, mas acabei dizendo: “Só um pouquinho”.
Ele até que me obedeceu. Acariciou discretamente eles e depois parou. Mas não por muito tempo. Quase no final do filme, ele começou novamente a acariciar eles. Começou como não queria nada, e quando me dei conta, ele havia virado de lado, para me encobrir do casal que estava a umas cinco cadeiras do nosso lado, e com a maior cara de pau abaixou a alça da minha blusa e descobriu meu peito. Quase dei um tapa nele. Puxei a alça de volta e me arrumei. Falei para ele que se fizesse aquilo novamente, eu não olharia mais para a cara dele.
Ainda bem que o filme acabou logo depois.
Agora deitada aqui na minha cama, fico relembrando essas cenas. Será o que ele pretendia fazer? Ia só ficar acariciando ou ia tentar dar um beijo nele? Será que ele ia se arriscar a esse ponto? E se eu não tivesse empurrado a mão dele quando ele enfiou o dedo por dentro da minha calcinha? O que ele ia fazer com o dedo? Será que ele só ia ficar esfregando ele na minha xana? Ou ia tentar me enfiar ele?
 Mas eu sou uma idiota! É claro que ele só queria me acariciar! Vai ver que ele percebeu que eu estava sentindo prazer e queria me fazer sentir mais. O que será que ia acontecer se ele tivesse me acariciado com aquele dedo? Merda! Por que fui puxar a mão dele? Agora fiquei com vontade de saber .

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