domingo, 25 de abril de 2010

A MENINA DO ÔNIBUS - Capítulo IV - parte 3


Apesar de haver uma meia dúzia de filmes em cartaz, optei por um suspense, um tipo de filme que, muitas vezes, provoca um tipo de reação nas mulheres levando-as a quase pular nos braços do companheiro. E torcia para que Ana Carla fosse dessas mulheres, pois assim seria mais fácil controlá-la. De mais a mais, O sexto sentido era o o filme do momento, a grande sensação daquele fim-de-ano. Tratava-se de um suspense estrelado por Bruce Willians.
Não sei se era por causa do horário ou devido ao filme estar há algumas semanas em cartaz havia pouco público, o que me surpreendeu, uma vez que esperava encontrar a sala cheia. Havia tão somente gatos pingados – uma dúzia mais ou menos – como se costuma dizer. Tanto que procuramos uma fileira bem ao fundo, na qual não havia ninguém. Digo “procuramos” no plural por se tratar de mim e Ana Carla, entretanto não há dúvida de que a escolha partiu tão somente de mim, uma vez que, ao entrar na sala de exibição, tomei a dianteira e a conduzi degraus acima. Se por acaso não foi de seu agrado a minha escolha, não emitiu opinião; talvez por falta de hábito em frequentar cinemas não soubesse diferenciar o fundo de um lugar intermediário, assim como também não deveria saber que o centro oferece uma visão mais privilegiada do que a lateral, onde fomos sentar para nos mantermos o mais isolado possível, embora, pouco depois do início do filme, um casal prostrou a nossa frente causando-me uma certa irritação como se eles não tivessem o direito de sentar ali.
Enquanto o filme não começava, ficamos conversando, tomando refrigerante e trocando beijos e carícias como não poderia deixar de ser. Quando as luzes se apagaram porém as atenções voltaram-se para a grande tela branca, na qual sob um fundo negro surgiam as legendas. E por alguns minutos esquecemos um da presença do outro, envolvidos pela música parecíamos envoltos numa nuvem de expectativa, aguardando a primeira cena. Mas isso durou pouco. Pois assim que a imagem de uma lâmpada se acendendo misturou-se ao som de uma porta se abrindo e a jovem e bela atriz Olivia Williams desceu as escadas da adega, e percorreu com certa indecisão as prateleiras para escolher uma garrafa de vinho, e com aquelas lábios vermelhos, entreabertos, como que ansiosa por um beijo, imaginei-me naquele lugar tocando-lhe os lábios. Mas assim que ela tornou a subir as escadas e a cena mudou e a câmera focou as mãos do marido onde, numa delas, jazia uma taça de vinho. A música romântica ecoou pela sala e então olhei para Ana Carla e a desejei mais do que havia desejado instantes antes a sensual Olivia. Voltei a fixar os olhos na tela, principalmente quando a música cessou e o som de alerta emitido por algum aparelho chamou a atenção. E mantive-os até que, após os disparos houve um salto no tempo. E nem mesmo a entrada em cena do garotinho fechando a porta e colocando os óculos para sair de casa foram capazes de me prender a atenção quanto antes. Eu tentava concentrar nas imagens na tela, só que não conseguia. A presença de Ana Carla ali ao meu lado tirava-me toda a concentração e me fazia lembrar de que não a levara ao cinema para assistir o filme e sim para acariciá-la. E talvez por isso, ora eu imaginava minhas mãos deslizando por aqueles seios, ora escorregando por suas pernas até se perderem por baixo da saia.
E aqueles pensamentos e aquele lugar escuro me afetavam, mais do que a cena em que . Por que não fazê-lo? Ninguém ia ver mesmo? Havia dois casais a nossa frente, mas eles não poderiam ver nada. Então, por que não tentar?
Por alguns minutos fui atormentado por essa ideia. Por um lado eu não queria ser ousado demais e assustar Ana Carla, por outro estava louco para experimentar e saber como ela reagiria num lugar como aquele, onde a ausência de luz é um convite irrecusável para ousadias. Eu tinha em mente o que ia fazer, uma vez já tê-lo feito dezenas de vezes não só com Luciana, com que o fiz pela primeira vez, como com outras jovens que cheguei a levar ao cinema precisamente com aquelas mesmas intenções.
Enquanto ela parecia prestar atenção ao filme, pus-lhe a mão sobre uma das coxas. Ela reagiu instintivamente. Virou-se para o lado e nos beijamos pela enésima vez. Em seguida, após Ana Carla voltar os olhos para a tela e manter-se imóvel, atenta à cena, fui puxando lentamente, mais e mais a mão para cima. Esta tremia, como se eu fosse introduzi-la num lugar desconhecido, onde não se tinha ideia do que encontraria, pois embora Ana Carla talvez não fizesse Juízo das minhas intenções, eu sabia perfeitamente aonde pretendia chegar. E essa vontade de explorar o desconhecido mais a sensação de medo causavam-me um intenso prazer como causara quando, usando da mesma estratégia, levei Tatiana ao cinema no dia seguinte ao nos conhecermos. Lembro-me perfeitamente que, temendo ser repreendido, medo e prazer misturavam-se numa combinação perfeita. Por fim não só não me repreendeu como também me balbuciou ao ouvido para não parar, o que me encorajou a por-lhe a mão na vulva e introduzir-lhe o dedo entre aqueles lábios escorregadios a fim de vê-la se desmanchar de prazer. Por isso, ao me lembrar desse ocorrido, não resisti a tentação de continuar, embora soubesse que, devido à virgindade de Ana Carla, não poderia chegar a tanto.
Não tardou em que meus dedos tocassem-lhe o delicado e macio tecido da peça íntima. Eu simplesmente os perpassei por sobre a calcinha. Ana Carla parecia atenta ao filme, pois mantinha-se imóvel e impassível, mas duvido que conseguisse. Parecia usar desse expediente para que eu não parasse, para que eu arriscasse ir além. Se era isso ou não sua intenção, não posso afirmar. Posso afirmar entretanto que se a mulher não impede o parceiro de ir além, de avançar todos os sinais que encontrar pela frente, como naquele momento, este vai ficando mais ousado, uma vez que a ousadia é indiscutivelmente uma marca do sexo masculino. Aliás não sei se essa é uma verdade universal, uma vez que nunca parei para especular acerca desse assunto. Mas sendo ou não isso não vem ao caso; o que importa é o fato de que tal acontecia comigo. E enquanto Ana Carla não me impedisse, não me obrigasse a parar, eu seria mais ousado e me arriscaria mais e mais.
Percebi que ela estava muito excitada. Senti um ponto úmido na calcinha. Não poderia ser xixi, porque ela não fora ao banheiro desde que chegamos ao Gonzaga. Além do mais, fitando-a, percebi suas pálpebras pesadas, quase colando e, apesar de manter a face em direção a tela, ela só não assistia mais nada como parecia sucumbida diante das mais variadas sensações.
Ah! Aquilo foi mais do que um sim! Foi mais do que um pedido para continuar, para não recuar acontecesse o que acontecesse. O leitor talvez não seja capaz de imaginar o que é experimentar tais sensações pela primeira vez se não as experimentou da mesma forma, contudo já deva ter experimentado algo semelhante, de forma que porventura possa ter noção do que estou falando. E lendo as palavras que Ana Carla anotou em seu diário, a coisa torna ainda mais simples, pois como o leitor já deve saber, ela dedicou boas palavras acerca daqueles momentos.
Então eu continuei.
Com muito custo, pois minha mão parecia não me obedecer, consegui com a ponta de um dos dedos afastar-lhe a borda da calcinha para o lado, pois além da dificuldade, da posição da mão, que por si só me limitava os movimentos, ainda havia o temor de causar-lhe alguma dor ao prender um pelo ou alguma parte saliente da vulva. Sabia que se isso acontecesse jogaria tudo por terra. E pela primeira vez meus dedos deslizaram sobre aqueles pelos.
Pelos? Ah, amigo leitor, o deleite foi o mesmo que eu teria experimentado ao deslizar a mão sobre o mais valioso dos artefatos. Meu cérebro parecia partir o crânio e o coração rasgar o peito. Talvez nem mesmo um paraquedista ao dar o primeiro salto, morrendo de medo de se esborrachar no chão, não tenha experimentado tamanha adrenalina.
Não sei dizer se eram grossos ou finos, longos ou curtos. Eu os senti apenas a cobrir aquela parte do corpo dela. Dava porém para perceber que eram em quantidade razoável. E por algum momento formou-se em minha mente a imagem daquela região com todos os seus detalhes, embora a imagem a formar-se remetia-me à idiota da filha da empregada, a qual possuía uma densa floresta negra entre as pernas. Ah! Foi um deleite indescritível! Por pouco não perdi a cabeça e arranquei-lhe alguns para guardar de recordação, como fiz com a Clarinha, cujos longos e loiros pelos pubianos me fascinaram mais do que sua beleza, embora naquela oportunidade o tenha feito por perversidade, como uma vingança por se fazer de tão gostosa. E só não o fiz porque sabia que se o fizesse provocar-lhe-ia dor, o que a levaria a mandar-me tirar a mão.
Ana Carla permanecia imóvel. Mas quando puxei a borda da calcinha um pouco mais e consegui passar o dedo sobre os umedecidos lábios da vulva dela. Ela soltou um suspiro e deixou a cabeça pender para trás.
Ah, eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Ela estava me sinalizando para não parar, para seguir adiante, agora tinha certeza disso. Ah, que imagem mais fantástica! Estava escuro, mas eu podia vê-la, pendida para trás, com os olhos cerrados, os lábios denotando uma sensualidade jamais vista, pois estava perto demais. Ah, que cena! Ana Carla sentada na cadeira com as pernas abertas e minha mão perdida ali no meio, como que procura desesperadamente algo. Ainda para completar, eu via e senti seus seios se moverem para cima e para baixo ao ritmo da respiração, como se lhe quisessem saltar para fora.
Pensei em puxar a alcinha daquela blusinha com a outra mão, destampar seus seios e tomá-los nos meus lábios. Mas eu sabia que, se o fizesse, Ana Carla pedir-me-ia parar, pois, se estava me arriscando demais e indo longe demais, puxar-lhe os seios para fora já seria uma completa loucura, um ato dos mais irresponsáveis; até porque, se minha mão perdida no meio de suas pernas não poderia ser vista, mesmo que alguém a nossa frente virasse para trás, o mesmo não ocorreria com seus peitos, os quais não ficavam protegidos pelo encosto da cadeira. Por isso não seria prudente me arriscar ainda mais.
Em dado momento, pensei em introduzir-lhe o dedo no meio dos lábios úmidos e escorregadios. Isto seria uma forma de saber se ainda era virgem, pois certamente sentiria a membrana, marca de sua virgindade. “Isso mata a minha curiosidade!”, lembro-me de pensar. E quando preparei para fazê-lo, Ana Carla soltou um suspiro, abriu os olhos, ergueu a cabeça e de forma séria, como quem advinha o que o outro vai fazer, ordenou:
-- Para! Tire a mão daí!
Recuei o braço e fiquei sem saber o que lhe dizer por algum tempo. Sabia que em algum momento ela me mandaria parar, só não esperava que justamente naquela hora, quando eu estava prestes a tirar minha dúvida. “Merda! Quase consegui! Vou continuar sem saber! Não posso perguntar-lhe isso agora”
-- Desculpe-me, minha florzinha -- falei bem baixinho.
Precisei de alguns minutos para recuperar o autodomínio. Eu sabia que havia agido de forma impensada, por impulso. Mas agora precisava retomar o controle da situação, tratar aquele incidente como algo sem importância. Em consequência não podia mais tentar acariciá-la, pelo menos por enquanto, já que uma nova tentativa seria desastroso demais e certamente poria tudo que conquistara até então a perder como daquela vez quando ainda inexperiente insisti com Maria Paula a qual me esbofeteou. E além da bofetada, cujo som fez com que as pessoas próximas desviassem os olhos da tela e nos mirassem, ainda tive de abandonar o filme pela metade e trazê-la para casa. E apenas dos insistentes pedidos de desculpas nos dias subsequentes não aceitou meus convites para sairmos. Assim, o mais prudente seria esperar por outra oportunidade, a qual não tardaria a surgir dada a velocidade em que as coisas caminhavam. Se insistisse poderia assustá-la e por água abaixo tudo que já tinha conseguido.
Só que eu precisava testá-la. Precisava saber se já não havia estragado tudo. E a forma que encontrei para saber foi pedindo para que me deixasse tocar eu seus seios, pois se o deixara antes não haveria porque não deixá-lo novamente.
E para conseguir isso, primeiro beijei-a de forma apaixonada, como Ana Carla teria feito se a iniciativa tivesse partido dela, depois aproximei meus lábios do ouvido dela e disse sussurrei:
-- Posso então acariciar seus peitinhos? – perguntei.
-- Pode. Mas só um pouquinho. E não ponha mais a mão lá – sussurrou ela de volta, num tom de voz que misturava delicadeza, submissão e prazer.
Meneei a cabeça em sinal de concordância. Eu não tentaria mesmo de novo.
Acariciei-lhe levemente os seios. Na verdade, eu só os apalpei por alguns instantes e depois perpassei levemente a ponta do dedo sobre o mamilo não só para senti-lo, como, com aquele gesto, torná-lo teso, enrijecido, capaz de num leve toque fazê-la tremer até a alma. A seguir, depois de olhar para ver se algum dos casais à frente não estava nos observando, deslizei a ponta do dedo pela borda da blusinha e a empurrei um pouquinho para baixo. Mas parei por ali. Não queria assustá-la novamente. Se minha intenção era testá-la, o teste estava feito.
Finalmente resolvi prestar atenção ao filme. Tentei entender o que estava se passando, mas foi em vão, pois por não ter acompanhado as cenas anteriores não sabia porque aquele garoto estava trancado dentro daquele quatinho escuro. Eu insistia em não ficar pensando na minha mão no meio das pernas dela e no meu dedo escorrendo pelas bordas da blusinha. Ah, como eu fazia um esforço quase sobre-humano para afastar esses pensamentos! Tudo inútil. Parecia que quanto mais eu tentava não pensar, mais aquilo se fixava em meu cérebro. Por fim, desisti. Dei-me por vencido e fiquei criando fantasias com aqueles episódios.
Algum tempo depois não resisti. Acho que o filme já estava para acabar. Então resolvi acariciar os seios dela mais um pouco. Sabia que ela não negaria. Se não o fizera antes e não o faria agora. Pois é como uma conquista. Se você invade um território e ninguém te expulsa de lá, pode-se ir e voltar quantas vezes quiser, pois aquilo passa a ser seu. E eu sabia que aquele território já me pertencia. Poderia pisar ali quantas vezes desejasse que não seria impedido, portanto era só entrar uma vez mais.
Virei de lado de forma que encobrisse a visão dos casais que estava à nossa frente. Então olhei para Ana Carla, dei um largo sorriso e deixei meus olhos caírem em direção aos seus seios para que ela entendesse que eu pretendia tocá-los. Ela não disse nada. Só me olhou e ficou esperando para ver o que eu faria.
Levei-lhe novamente a mão à borda da blusinha, tal qual fizera antes, e fui deslizando-o pela alça, em direção ao ombro. Ao fazê-lo, a alça escorregou e pendeu para baixo. Meu dedo então voltou à borda da blusinha. E da mesma forma que fizera minutos antes, empurrei-a.
Meu coração disparou. Não fazia a menor diferença a pouca luz. Meus olhos estavam próximos o suficiente para ver o que pretendia enxergar. Ah! Eu estava quase em êxtase! Sentia a mão tremer, o coração acelerar e a virilha tremer, tanto quanto sentira ao tocar-lhe a vulva. Era como se fosse um leão faminto, desesperadamente enlouquecido para atacar. Mas ele ainda teria de esperar, ser paciente, porque o momento de saborear sua presa ainda não havia chegado, embora estivesse tão próximo como nunca.
Não sei dizer o que senti quando vi surgir aquele mamilo, duro feito uma verruga. Ah, que sensação ímpar, que prazer inefável experimentei no exato instante que meu dedo tocou-o. Meus olhos esbugalharam e brilharam. Por um momento um fulgor de desejo inflamou outra vez a minha alma e fui arrastado por uma indômita vontade de aproximar os lábios e sorver aquele mamilo.
Isso só não aconteceu porque Ana Carla puxou a alça da blusinha de volta para o lugar e se recompôs.
-- Se você fizer isso de novo, não olho mais para tua cara – sussurrou ela.
Mais uma vez pedi desculpa e me comportei dali para frente.



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