sexta-feira, 2 de abril de 2010

A MENINA DO ÔNIBUS - Capítulo 4 - parte 2


Estava tudo correndo tão bem, como num roteiro, que resolvi levá-la ao cinema. Qual casal de namorados não gostam de estar no escurinho do cinema assistindo um filme romântico? Desde sua invenção, o cinema soube como nunca explorar os sentimentos românticos dando ao telespectador a sensação de que também ele poderia experimentar algo parecido, principalmente nos jovens e nas mentes menos afortunadas. Desta feita, na sala escura, poderia haver um grau de intimidade que nenhum outro lugar público permitiria, uma vez que a sensação de se está sendo observado perde todo o sentido de existir. Assim quem sabe poderia tocá-la onde ainda não me havia deixado. Além do mais, seria uma ótima oportunidade – e que oportunidade! -- para um teste final e ter a certeza de deixar-me ir às últimas consequências, pois, por experiência, uma experiência que adquiri a custa de muitos erros e acertos, sabia que se ela não me impedisse, encontraria seus limites, fossem quais fossem.
Fazia um dia bonito e ensolarado naquela tarde do último sábado de novembro quando me encontrei com ela no Ferry Boat. Queria pegá-la próximo à sua casa, como fizera antes, mas ela se recusou, alegando com razão que aparecer com tanta frequência próximo à sua casa poderia ser arriscado e levantar suspeitas, uma vez que seus pais têm muitos amigos no bairro. Tive de admitir sua esperteza. Assim, não querendo contrariá-la, sugeri encontrá-la no Ferry Boat.
Uma questão a preocupar-me enquanto a aguardava foi com relação à travessia para Santos. Além de ser um fim-de-semana, que por si só já é motivos para a cidade estar cheia, provocando lentidão no trânsito, ainda havia o fato de ser início de temporada, o que faz o fluxo de turistas estar bem acima da média. E isso causava um problema: a demora na travessia. Embora o sistema tenha se tornado mais eficiente nos últimos anos e o tempo para se atravessar de um lado para outro não seja tanto quanto na década de 80, ainda sim se perde um bom tempo. E como já havia reparado ao dirigir-me ao ponto final, a fila da balsa estava bastante longa, fazendo com que a travessia para o outro lado levasse em torno de quarenta minutos. E não era só isso, no final do dia muitos desses motoristas faziam o trajeto inverso, causando uma longa fila do lado de Santos. Embora dispuséssemos de algumas horas (Ana Carla não me informara a que horas deveria estar em casa) certamente a maior parte desse tempo seria ser desperdiçado na fila da balsa. Foi então que pensando no que fazer, lembrei-me de quando tinha meus dezessete anos atravessava para Santos na Barca e tomava um ônibus do outro lado até o Gonzaga. Apesar de não fazer isso desde que me separei de Luciana, ainda guardava na memória haver diversas linhas, inclusive o número de algumas delas, que passavam pelo nosso destino. Então por que não deixar o conforto do carro e tomar um ônibus? Seria até interessante pegá-lo com ela, sentar ao seu lado, sem a preocupação de manter os olhos quase que o tempo todo atentos ao trânsito. Pois bem, foi a decisão tomada. E quando ela chegou, apresentei-lhe a sugestão.
Ana Carla concordou. E atravessamos.
Ela usava uma blusinha, dessas bem curtinhas sustentadas por duas alças, quase igual a que estava usando no nosso último encontro, e minissaia jeans. Lembro-me que, quando a vi com aquela roupa e calçando tênis com meias floridas, parecia uma menininha, daquelas que parecem saltar entre a infância e a adolescência, ora pendendo mais para um, ora para outro. Eu a aguarda sentado numa mureta e ela vinha toda alegre e saltitante, requebrando o corpo feito uma criança feliz.
Confesso que, num primeiro momento, ao vê-la se aproximar saltitante e sorridente, como se a felicidade transbordasse-lhe por todos os lados, achei-a infantil demais, de uma infantilidade a beira do ridículo, pois esta não combinava consigo. Ana Carla não era uma criança, pois não tinha corpo e nem idade de criança, não agia e nem pensava feito uma criança. Se devido à roupa, ao penteado ou mesmo aos gestos fazia-se parecer como tal, isto muito provavelmente era consequência do frisamento de alguns de seus traços, traços remanescentes de uma recente infância, cuja presença só desapareceria com o correr dos anos, quando vão se perdendo definitivamente. Aliás, se por ventura Ana Carla fosse uma menina a circular nos limites da infância, eu não teria me aproximado dela, pois era justamente a sua juventude a me deixar louco, a arrastar-me a beira do precipício, quando o homem já não tem controle absoluto sobre si. Não obstante, não seria capaz de seduzir uma menina de doze ou onze anos ou até menos. Estas não me atraiam, não me despertavam nenhum tipo de impulso sexual. Eu estava fascinado por aquela menina, reconheço isso, embora soubesse tratar-se de uma jovem de quatorze anos; mas quando me encantei por ela – se é que esse desejo de possui-la poderia ser chamado de encanto –, pensei tratar-se de alguém mais velho. A bem da verdade, qualquer pessoa, desconhecendo sua idade, a julgaria mais velha, uma jovem flutuando entre os dezesseis e dezessete anos. Bem, mas Ana Carla não tinha toda essa idade e isso era um problema, mas um problema que não me impediria de mover mundos e fundos para conseguir sua virgindade. Por ser tão jovem, havia agravantes, uma vez que a lei a protege, embora em muitos casos essa proteção acaba traz prejuízos. Entretanto, procurei fazer com que isso não tivesse consequências, até porque depois de possuí-la não me seria difícil despachá-la. “Se por acaso tentar me criar problemas e insistir em ficar no meu pé, abusarei da habilidade e usarei de métodos nada convencionais para tirá-la do caminho. Não é a primeira vez a fazer isso e nem será a última”, lembro de pensar no dia anterior. Com a neta da Dona Carminha, moradora daquela casinha simples no final da rua, foi assim. A cadelinha só tinha quinze anos. Aliás, foi outro engano. Quando a vi de biquíni passar diante do meu portão, pensei: “Que putinha deliciosa! Olha só como ela rebola! Deve estar louca por uma pica. Dezoito, dezenove anos, quem sabe? Não deve nem ter fodido ainda. Trepar naquele traseiro vai ser uma maravilha”. E assim cumprimentei-a e fiquei de marcação no portão para quando retornasse. Não foi difícil convidá-la para sair. Lembro-me que cinco dias depois, já bem tarde da noite, estávamos os dois escondidos no quintal de sua avó, atrás de uma plantação de bananeiras, na mais pura intimidade. Ela não me deixou penetrá-la, mas não teve pudor algum em permitir que meus dedos deslizassem entre os lábios encharcados de sua vulva e nem de agar-me o falo teso, depois que eu o tirei para fora, e acariciá-lo até que o gozo escorresse-lhe por entre os dedos. No dia seguinte a mesma coisa, e no outro aproveitei que sua avó fora à Vicente de Carvalho (Seu avô era falecido) e então a possui na própria cama. Gostei da ideia e quis fazer mais vezes. Foi meu erro. Tuquinha – era assim que a chamavam embora seu nome verdadeiro fosse Tereza – apaixonou-se e não se conformou quando lhe comuniquei quinze dias depois o fim de nossos encontros. Ameacei contar para sua avó que a neta andava a se esfregar com rapazes no quintal de casa à noite, mas não adiantou. Então resolvi fazer uma ligação anônima para a velha. E não é que deu certo!? A avó despachou a neta de volta para a Bahia dois dias depois.
Ah, mas por que estou contando isso? Provavelmente o leitor não esteja interessado no meu passado, no que fiz, e sim nos momentos que vivi com Ana Carla. De forma que deixemos Tereza de lado, afinal isso aconteceu há mais de 3 três anos e a coitada já deve ter se esquecido de mim, e voltemos àquele sábado em Santos.
E quando ela me abraçou, meus olhos foram parar-lhe nos seios. Acho que era por causa da roupa, a qual os deixavam mais salientes e maiores do que realmente eram. Não sei se ela a vestiu propositalmente, contudo, tive a impressão de tê-lo feito justamente para me provocar, para chamar-me ainda mais a atenção para seus seios, talvez porque ela, como muitas mulheres, acreditam que todo seu encanto estava justamente neles. Ainda mais que no último encontro eu os havia acariciado. E ela, que de boba não tinha nada, deve ter percebido o quanto eu ficara afetado.
Durante a travessia e depois, enquanto aguardávamos o ônibus do outro lado, procurava não os observar com tanta frequência para não atrair a atenção das pessoas ao redor, uma vez que a nossa presença por si só já era motivos de atenção. Só que eu não conseguia. Dir-se-ia haver uma força mais forte que eu, uma força a atrair-me a todo o momento os olhos para os seios.
Confesso que, pela primeira vez, eu não conseguia agir de forma racional e talvez estivesse mostrando os primeiros sinais de fraqueza, sinais esses que mudariam definitivamente nossa história. Na verdade começava ali a perder o controle da situação. Era evidente que aquele desejo incontrolável de não lhe desviar os olhos dos peitos não comprometiam meus planos, todavia era um aviso de que eu deveria tomar mais cuidado e não sucumbir ante meus impulsos.
Quando tomamos o ônibus este estava quase vazio. Haviam dois ou três passageiros sentados nos primeiros bancos. Então fomos para o fundo, para evitar olhares que muitas vezes nos intimidavam; assim nos sentiríamos livres para nos beijar e trocar carícias, embora tais carícias fossem as mesmas que a maioria dos namorados trocam a todo instante sem afetar a indiferença de quem os veem. Talvez tal pensamento não lhe tenha passado pela cabeça, mas quanto a mim não posso dizer o mesmo, pois, ao entrar no ônibus e vê-lo tão vazio, ocorreu-me instintivamente essa ideia, ideia que fiz questão de aproveitar.
Em dado momento, já profundamente afetado, ardendo nas chamas de meus próprios devaneios e louco para tocar-lhe os seios, aproximei os lábios de seu ouvido e sussurrei:
-- Ah, esses peitinhos lindos!...
-- O que têm eles? – sussurrou ela. Nos seus olhos reluzentes, nos traços de seus lábios os quais denunciavam um sorriso de satisfação, pude perceber o quanto minhas palavras lhe faziam bem e permitiam-lhe sentir-se bela, atraente e desejada como se fosse uma das ninfas saídas das epopeias gregas.
-- Estão me fazendo perder a cabeça.
Ana Carla deu um sorriso, como se aquilo lhe causasse grande satisfação, como se seus planos houvessem surtindo efeito. Depois sussurrou:
-- Você é um tarado, sabia?
Fiquei sem graça, como um garoto que é surpreendido pulando o muro para roubar uma fruta, mas mesmo assim ainda respondi:
-- É você quem me deixa assim.
-- Eu? Mas não fiz nada.
-- Fez sim. Veio toda gostosinha só para me enlouquecer. Pensa que não sei? – assoprei-lhe ao pé do seu ouvido, quase mordiscando-o o que a levou a contrair-se arrepiada.
Pena que tivemos que interromper a conversa por ali, a qual ficou pela metade e e deixou-me sem saber o que Ana Carla teria dito acerca de minhas últimas palavras. Um senhor barbudo aparentando uns sessenta anos aproximou e sentou-se ao nosso lado. Isso não evitou porém que, durante todo o trajeto restante, vez ou outra escorregasse-lhe os olhos até os seios e os desejasse loucamente, de uma forma quase incontrolável. Meu desejo porém não se resumia ã vontade de tê-los entre os lábios como o leitor mais experiente possa pensar. Fitando-os amiúde, quase podia senti-los na mão, com os dedos a apalpá-los como se fossem feitos para essa finalidade.
Não vou confessar-vos os pensamentos que me passaram pela cabeça naqueles minutos até chegarmos ao Gonzaga, pois, além de serem muitos, o conteúdo é tão vergonhoso que sua recordação ainda me faz enrubescer; mas confesso ter sentido uma vontade enorme de ter aqueles seios entre meus lábios, sorvendo-os e mordiscando-os de tudo enquanto é forma. No mais, a maior parte do que pensei perdeu-se com o tempo e o pouco a restar-me na memória prefiro guardar só para mim mesmo.

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