domingo, 18 de julho de 2010

ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 11

Passamos nossa segunda noite na ilha.
Talvez por falta de costume e por não estar tão cansado como na noite anterior, custei a cair no sono naquela noite. Nem mesmo uma certa indisposição, como se há dois dias não dormisse, fez-me pegar no sono com rapidez. A “cama”, feita de capim e forrada com folhas de bananeira, estava mais confortável do que a areia da praia, mas ainda estava longe de ser uma cama de verdade.
Não posso falar pelas meninas, mas creio que mais ou menos o mesmo se passava com elas: nossas roupas e a falta de um banho decente nos incomodavam. Não sei se um era consequência do outro, todavia sentia uma necessidade enorme de tomar um bom banho de chuveiro e trocar aquela roupa presa ao corpo há três dias.
Estava consciente de que não seria possível resolver esse problema, contudo, mais cedo ou mais tarde teríamos de substituir nossas roupas por outra coisa, pois até então a possibilidade de andarmos nus me era completamente absurda. Minha sunga ainda estava em perfeito estado, mas o biquíni das meninas rebentara-se mais de uma vez e até rasgara-se em um ou em outro ponto. Lembro-me que Luciana, após nossa expedição na mata para buscar madeira para construir a cabana, apareceu com um pequeno rasgo na tanga do biquíni na região das nádegas.
Claro que antes de pensar nisso, haviam outras coisas mais importantes a serem feitas do que se preocupar com o estado das roupas. Talvez ainda durassem algumas semanas; talvez, até que se apodrecessem, já teríamos sido resgatados, porque até então achávamos que o resgate seria questão de mais um ou dois dias. Na realidade não havia com o que se preocupar, mas isso ocupou grande parte do meu pensamento naquela noite antes de dormir. O porquê eu não sei dizer. Creio que fosse a preocupação não com a nudez das meninas, mas com a minha, já que no homem o órgão sexual devido as suas características desperta mais a atenção.
Lembro-me que até pegar no sono fiquei imaginando o que poderia ser usado para cobrir meu sexo quando a sunga não tivesse mais serventia.
Acordei com a Marcela me chamando para tomar conta da fogueira. Levantei muito a contra gosto, mas era minha vez e eu tinha que ir.
Enquanto fiquei sentado ali sem fazer nada, ora olhando para a escuridão em alto mar, ora olhando para os gravetos que ardiam no fogo, pensava numa forma de fazer instrumentos de corte melhores e mais resistentes que aquele pedaço de pedra, que havíamos conseguido no dia anterior, e numa forma de construir uma cabana capaz de resistir as tempestades e nos abrigar realmente. Mas não via meios. Era como se tudo parecesse impossível e inatingível.
Eu lamentava não ser um pouco mais velho e não ter aproveitado mais os estudos, pois agora tinha consciência que eles me fariam falta. Sabia que se encontrasse algum pedaço de metal poderia tentar forjá-lo, dar-lhe alguma forma e transformá-lo num instrumento de corte, mas nem isso havia ali. Pensei em vasculhar a ilha para ver se encontrava alguma coisa. Talvez o mar tivesse deixado algo. Só que aí eu lembrei que metal era uma coisa pesada demais e não seria trazido pela água. Portanto seria quase impossível encontrar um pedaço de metal naquela ilha. A única possibilidade seria se um visitante descuidado o houvesse deixado em algum ponto, mas para isso era preciso procurar e contar com a sorte, o que no momento não me sentia inclinado a fazer.
Então pensei em outra coisa. Aos poucos porém, meus pensamentos foram se desviando; e quando me dei conta, estava pensando na Marcela e nos beijos que tínhamos dado um no outro mais cedo. Aí eu senti uma vontade grande de fazer aquilo de novo, de ir mais além, de tocá-la mais intimamente. Eu acabei ficando excitado, muito excitado e com vontade de fazer com ela o que nunca tinha feito com mulher nenhuma: ter minha primeira experiência sexual.
De repente senti vontade de contemplar a Marcela dormindo. Pelo tempo que estava ali, tomando conta da fogueira, Marcela devia estar no terceiro sono. Assim, dei uma olhada na fogueira, vi que não se apagaria tão cedo, e fui em direção à cabana. As três meninas dormiam uma ao lado da outra.
Aproximei-me e fiquei sentado ali, aos pés delas, vendo-as dormir, como certamente faria alguém mal intencionado. Marcela dormia de lado, virada para Ana Paula. E Luciana dormia de costas, com o rosto virado para o outro lado.
Num primeiro momento, meus olhos fixaram-se na Marcela. Mas na posição em que jazia não me despertava tanto a atenção quanto Luciana. Talvez devido à posição e por estar com as pernas abertas Luciana tenha me chamado mais à atenção. E por alguns instantes me esqueci novamente da Marcela e me imaginei deitado sobre a Luciana. E aquilo me excitou ainda mais, embora permanecer ali me parecesse um pecado, algo que um menino direito não deveria fazer.
Quase me aproximei mais dela e levei a mão ao biquíni seu biquíni, entre as pernas, para ver o que havia por baixo. Mas de repente senti aquele remorso, aquele peso na consciência, como se só então tivesse dado conta de que estava fazendo algo de muito errado e vergonhoso. Um calafrio percorreu-me de uma extremidade a outra só de pensar no castigo divino por fazer uma coisa daquelas. Então me levantei dali rapidamente e voltei para junto da fogueira, de onde não deveria ter saído.
Não tardou para que eu chamasse minha prima para assumir o posto no meu lugar. Deitei entre as meninas e só acordei novamente no outro dia, com a Luciana chamando a gente.
Estávamos acordando para mais um dia. Seria um dia difícil, pois havia muito que fazer. Precisávamos buscar mais lenha para manter a fogueira acesa; precisávamos encontrar uma forma de tornar a cobertura da cabana mais resistente, pois começavam a surgir algumas nuvens no céu e aquela cobertura não resolvia muita coisa.
Enquanto as meninas acabavam de se levantar, fui à água e lavei o rosto. Era esquisito lavar o rosto com a água salgada, assim como sentia falta de uma escova para escovar os dentes.
É incrível. Mas como pequenas coisas, aparentemente sem a menor importância, fazem falta quando temos consciência de não poder obtê-las. No primeiro dia até que não, mas agora eu desejava ter uma escova para escovar meus dentes. Sentia falta daquele sabor de pasta, como se esta possuísse um dos sabores mais agradáveis que eu já experimentara até então. Talvez sem exagero, mas dir-se-ia de uma necessidade semelhante a que temos de nos alimentarmos.
Quando votei, deparei com uma cena que mexeu comigo.
Acho que as meninas não me viram se aproximar, e quando entrei na cabana de e cara com a Luciana só com a parte de debaixo de biquíni. Meus olhos foram parar imediatamente naqueles seios brancos.
Ela levou um susto tremendo e tentou ocultá-los com as mãos. Depois virou de costas e disse:
-- Saia daqui, seu idiota! Não está vendo que estou pelada?
-- Agora é tarde. Já vi eles – falei em tom de brincadeira.
-- Seu chato! Mesmo assim. Saia daqui e espere a Marcela emendar meu biquíni.
-- O que tem? Daqui uns dias você não vai ter mais ele para tapar seus peitinhos. Aí eu quero ver – comentei em tom provocativo. -- Vão ficar aparecendo do mesmo jeito.
-- Mesmo assim! Isso é invasão de privacidade.
-- Ta bom, eu espero lá fora. – falei, com um sorriso malicioso. – Mas até que eles são bonitos – comentei em seguida.
-- Seu troglodita! – disse ela enquanto eu saia.
-- Vou dar uma volta por aí enquanto isso – falei enquanto me afastava.
Não fui muito longe. No caminho porém não consegui evitar de ficar pensando naqueles seios. De repente, senti uma vontade grande de tocá-los e saber como eram. Afinal nunca havia tocado em um seio antes. Ao mesmo tempo, uma reação natural se operou sobre mim: eu fiquei excitado.
Sentei sobre um monte de areia e deixei minha imaginação ganhar asas.
Não vou narrar o que pensei, pois não me recordo dos detalhes; todavia, tinha tudo a haver com aqueles seios. E num dado momento, não podendo mais conter aquela excitação, ocultei-me atrás de uma palmeira – embora soubesse que não havia ninguém por ali -- e tomando o falo entre os dedos, bati uma punheta.

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